Prévia do IBGE sobre inflação registra forte alta em setembro, puxada principalmente por preços da energia elétrica
Por Edu Mota, de Brasília
Devido principalmente ao aumento de preços da energia elétrica, o indicador que apresenta a prévia da inflação de setembro registrou forte alta de 0,48%, após ter tido índice negativo em agosto, de -0,14%. Foi o que mostrou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado pelo IBGE nesta quinta-feira (25).
O aumento de preços entre agosto e setembro, que chegou a 0,62% de variação, acabou por anular a forte queda verificada no período anterior. Entre os meses de julho e agosto, houve uma queda de 0,47% no IPCA-15, e o resultado de setembro é o maior no ano desde março, quando ficou em 0,64%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,76% e, nos últimos 12 meses, a variação foi de 5,32%, acima dos 4,95% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em setembro de 2024, a taxa havia sido de 0,13%.
O maior impacto positivo para a composição do índice de 0,48% veio do grupo Habitação, com 3,31% no mês. Em agosto, o grupo Habitação havia observado uma queda de 1,13%.
Após a queda de 4,93% no mês passado, os preços da energia elétrica residencial, subitem com maior impacto positivo no IPCA-15 de setembro (0,47%), subiram 12,17%, contribuindo para o resultado do grupo. Houve o fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
Além disso, segundo o IBGE, a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de setembro, adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. Também ocorreu reajuste tarifário de 4,25% em Belém (11,38%), a partir de 7 de agosto.
Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto (0,02%) foi reajustada em 4,97% em Salvador (0,31%), a partir de 18 de julho, e o resultado do gás encanado (0,19%) foi consequência do aumento de 6,41% nas faturas em Curitiba (3,32%), a partir de 1° de agosto.
Além de Habitação, quatro dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no mês de setembro: Vestuário (0,97%), Saúde e cuidados pessoais (0,36%), Despesas pessoais (0,20%) e Educação (0,03%). Alimentação e bebidas (-0,35%), Transportes (-0,25%), Artigos de residência (-0,16%) e Comunicação (-0,08%) apresentaram variação negativa.
Já no grupo de Alimentação e bebidas, o recuo (-0,35%) em setembro foi o quarto seguido. Em agosto, esse grupo recuou 0,53%. A alimentação no domicílio teve redução de 0,63% nos preços em setembro, ante a variação de -1,02% observada em agosto.
As quedas de preços do tomate (-17,49%), da cebola (-8,65%), do arroz (-2,91%) e do café moído (-1,81%) impactaram o resultado. No lado das altas destacaram-se as frutas, cujos preços subiram, em média, 1,03%.
Em relação à alimentação fora do domicílio, ocorreu desaceleração de agosto (0,71%) para setembro (0,36%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 1,44% em agosto para 0,70% em setembro) e da refeição (de 0,40% para 0,20%).
Quanto aos índices regionais, todas as capitais pesquisadas pelo IBGE tiveram alta de preços em setembro. A maior variação foi registrada em Recife (0,80%), por conta das altas da energia elétrica residencial (10,69%) e da gasolina (4,78%).
Entre todas as capitais pesquisadas para a composição do IPCA-15, a cidade de Salvador registrou o terceiro resultado mais baixo. A capital baiana teve a prévia de inflação de 0,32%.
No resultado do trimestre, o IPCA-15 de Salvador foi de 0,24%, abaixo da média nacional de 0,67% no mesmo período. Em relação ao indicador dos últimos 12 meses, a capital do Estado da Bahia registrou 4,74%, bem abaixo da média para todo o país, que foi de 5,32%.