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Podcast Bengalas discute sono e envelhecimento no terceiro episódio da 4ª temporada

Podcast Bengalas discute sono e envelhecimento no terceiro episódio da 4ª temporada
Foto: Bahia Notícias
O Podcast Bengalas, que tem como propósito acolher e instrumentalizar cuidadores parentais de idosos longevos, chega ao seu terceiro episódio da quarta temporada. Desta vez, o tema é a saúde do sono em pessoas idosas, um assunto que impacta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar dessa fase da vida.

Podcast Bengalas lança episódio especial "A Essência do Cuidado" com Dra. Ana Claudia Quintana Arantes

Podcast Bengalas lança episódio especial "A Essência do Cuidado" com Dra. Ana Claudia Quintana Arantes
Foto: Bahia Notícias
O programa reuniu três vozes em torno de um tema essencial: o verdadeiro significado de cuidar em um país que envelhece rapidamente.

Falta de diagnóstico faz casos de endometriose serem subestimados, alertam especialistas

Falta de diagnóstico faz casos de endometriose serem subestimados, alertam especialistas
Foto: Reprodução Bahia Notícias
A endometriose, uma condição que afeta 1 em cada 10 mulheres, por muitas vezes tem estatísticas subestimadas pela falta de diagnóstico.

Artigos

Doação de órgãos: rim é um dos mais solicitados no Brasil

Por Manuela Lordelo

Doação de órgãos: rim é um dos mais solicitados no Brasil
Foto: Divulgação

O Setembro Verde é um mês dedicado à conscientização sobre a importância da doação de órgãos no Brasil. O foco da campanha é lembrar que esse gesto pode salvar vidas, especialmente em um país onde milhares de pessoas aguardam por um transplante. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 78 mil pessoas estão na fila de espera, sendo o rim um dos órgãos mais solicitados, com cerca de 40 mil pacientes aguardando pelo procedimento em todo o país. Na Bahia, somente no primeiro semestre de 2025, o número de pessoas na fila chegou a 2.123. No Hospital Ana Nery (HAN), em Salvador, até agosto deste ano foram contabilizados 155 transplantes de rim em adultos e 7 em crianças.

 

No Brasil, o transplante de rim representa cerca de 70% do total de transplantes de órgãos, sendo que 90% são financiados integralmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda assim, a fila cresce impulsionada por doenças como diabetes e hipertensão, principais causas da doença renal crônica. Para muitos desses pacientes, a hemodiálise é a única alternativa de sobrevivência enquanto esperam por um órgão compatível - atualmente, mais de 155 mil brasileiros fazem este tratamento regularmente, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Porém, nem todo paciente com o diagnóstico consegue realizar a diálise por falta de vaga.

 

Na Bahia, a fila de espera por vagas de diálise revela uma realidade preocupante, existente em todo o país. Faltam vagas em clínicas conveniadas ao SUS para a realização da diálise – procedimento alternativo e essencial que faz o papel dos rins, filtrando o sangue. Essa demora compromete a qualidade de vida, sobrecarrega o sistema de saúde e coloca vidas em risco diariamente.

 

Seja doador
Apesar do avanço na estrutura dos transplantes, um dos principais entraves continua sendo a recusa familiar de doação familiar. Isso significa que, mesmo diante de potenciais doadores, muitas famílias não autorizam a doação e, muitas vezes, por falta de diálogo prévio sobre o tema. Por isso, o Setembro Verde é um convite à conversa. Informar-se, declarar-se doador e compartilhar esse desejo com a família pode transformar o fim da vida de uma pessoa em recomeço para outras. Em um sistema de saúde que depende da solidariedade para funcionar, a doação de órgãos é um dos atos mais generosos e impactantes que alguém pode deixar como legado.

 

*Manuela Lordelo é médica formada pela Faculdade de Medicina de Campos - RJ em 2017; Especialista em Clínica Médica pela Universidade Federal de Viçosa (2018-2020); Especialista em Nefrologia pelo Hospital Ana Nery (2020-2022); Membro do corpo clínico do Hospital Ana Nery, Hospital Alayde Costa e Clínica Senhor do Bonfim; e atua como preceptora na residência de nefrologia Hospital Ana Nery. | CRM: 35482 - BA | RQE: 21849

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Câncer de mama: entre cicatrizes e recomeços

Por Patrícia Lopes

Câncer de mama: entre cicatrizes e recomeços
Foto: Divulgação

O câncer de mama ainda é, infelizmente, a principal causa de morte por câncer entre mulheres no Brasil e no mundo. Os números são alarmantes: 2,3 milhões de novos casos por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde, e mais de 15 mil brasileiras que perdem a vida anualmente.

 

Mas, ao mesmo tempo em que esses dados assustam, não podemos ignorar algo transformador: a evolução da cirurgia.

 

Por décadas, o diagnóstico de câncer de mama vinha acompanhado de um medo quase tão grande quanto a própria doença — o medo da mutilação. Era comum retirar não apenas a mama, mas também músculos e até parte das costelas. Sim, as mulheres sobreviviam, mas carregavam marcas profundas, físicas e emocionais.

 

Esse modelo começou a ruir, quando a ciência provou que uma cirurgia menos agressiva, associada à radioterapia e/ou quimioterapia oferecia os mesmos resultados em termos de sobrevida. Foi um divisor de águas: nasceu a cirurgia conservadora. Pela primeira vez, falava-se em preservar, não apenas em retirar.

 

Desde então a medicina deu outros passos importantes. A possibilidade de reconstrução mamária, por exemplo, trouxe uma mudança radical na vida das pacientes. Hoje, muitas já saem do centro cirúrgico com a mama reconstruída, algumas vezes com cicatrizes quase imperceptíveis. Não é apenas estética. É identidade, dignidade e feminilidade devolvidas.

 

Falar em cirurgia do câncer de mama, hoje, é falar em cuidado integral. É entender que o tratamento não precisa ser apenas sobre retirar um tumor, mas também sobre escutar, acolher e preservar a auto-estima da mulher.

 

Se antes a palavra que definia esse processo era mutilação, agora falamos em reconstrução. E isso muda tudo.

 

O câncer de mama ainda assusta e ainda mata, mas já não é mais sinônimo de perda irreparável. Pode ser também um recomeço — com cicatrizes, sim, mas cicatrizes que contam histórias de vida e superação.

 

*Patrícia Lopes é Mastologista. CRM 24977 BA / RQE 15645

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Trombose: conheça os sinais de alerta e saiba como prevenir a doença

Por Maria Clara Sanjuan

Trombose: conheça os sinais de alerta e saiba como prevenir a doença
Foto: Divulgação

No Dia Nacional de Prevenção da Trombose, celebrado em 16 de setembro, especialistas reforçam a importância de identificar precocemente os sinais da doença. A trombose é uma condição potencialmente grave, causada pela formação de coágulos sanguíneos que impedem a circulação normal, principalmente nas veias profundas das pernas. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com base em dados do Ministério da Saúde, a média de internações diárias por trombose no Brasil ultrapassou 165 pessoas por dia em 2023, evidenciando a gravidade e a frequência da doença.

 

O alerta para o diagnóstico precoce e a atenção aos sinais do corpo são fundamentais para evitar complicações.

 

Os principais sintomas da trombose incluem dor localizada, inchaço, vermelhidão, sensação de calor e alteração na coloração da pele da região afetada. Se não tratada, a doença pode evoluir para uma embolia pulmonar — complicação grave e potencialmente fatal, causada pelo deslocamento do coágulo até os pulmões.

 

O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica e exames de imagem, como o ultrassom com doppler, que permite visualizar a presença de coágulos nas veias. Após a confirmação do quadro, o tratamento geralmente é iniciado com o uso de anticoagulantes, que ajudam a impedir o crescimento do trombo e reduzem o risco de novas formações. Em situações mais graves, pode ser necessária a internação e o uso de terapias complementares.

 

A prevenção passa por hábitos saudáveis, como manter-se ativo, evitar longos períodos sentado ou deitado, beber bastante água e, quando necessário, usar meias de compressão. É importante que pessoas com fatores de risco – como histórico familiar, uso de anticoncepcionais, obesidade, tabagismo e pós-cirurgias – estejam atentas e façam acompanhamento com um especialista.

 

*Maria Clara Sanjuan é Médica angiologista e Cirurgiã Vascular - CRM-BA 24787 / RQE 14441
 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Estamos vivendo uma epidemia de autismo no Brasil e no mundo?

Por Daniel Silva de Azevedo

Estamos vivendo uma epidemia de autismo no Brasil e no mundo?
Foto: @adrianodoria

Nos últimos 20 anos, o número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) cresceu de forma impressionante. Nos Estados Unidos, dados oficiais mostram que em 2000 uma em cada 150 crianças recebia esse diagnóstico; em 2023, a estimativa passou para uma em cada 36. No Brasil, o Censo 2022 revelou que 2,4 milhões de pessoas relataram diagnóstico de autismo, o que corresponde a 1,2% da população nacional. O aumento assusta e gera a pergunta: estaríamos diante de uma verdadeira epidemia?

 

Especialistas apontam que a resposta não é tão simples. Parte do crescimento decorre de mudanças nos critérios diagnósticos: desde os anos 1980, os manuais de psiquiatria tornaram o espectro autista mais amplo, incluindo perfis antes considerados apenas como variações do comportamento humano. Para o psiquiatra Allen Frances, que coordenou a elaboração do DSM-IV, esse processo abriu espaço para confusões: crianças tímidas ou excêntricas passaram a ser vistas como autistas, ampliando estatísticas sem que houvesse uma explosão biológica real.

 

Outro fator é a maior conscientização social. Pais e escolas estão mais atentos, médicos mais preparados, e instrumentos de avaliação como o ADOS-2 e o ADI-R permitem identificar sinais de forma precoce. Isso trouxe benefícios, garantindo acesso a direitos e terapias para quem antes ficava invisível. Por outro lado, também favoreceu superdiagnósticos, especialmente em casos limítrofes ou com comorbidades, como transtornos de linguagem, TDAH e ansiedade.

 

O pediatra e sanitarista Daniel Becker chama atenção para outro fenômeno: a formação de uma “indústria do autismo”. Segundo ele, clínicas, cursos rápidos e terapias sem comprovação científica se multiplicam, explorando a angústia de famílias que buscam respostas imediatas. Soma-se a isso a judicialização, com escolas e planos de saúde sobrecarregados por demandas crescentes. “No fim, quem paga essa conta são as crianças”, alerta Becker.

 

Pesquisas internacionais mostram ainda que as curvas de prevalência apresentam dinâmicas próprias. Três conceitos ajudam a entender:
Steepening (inclinação): diagnósticos feitos cada vez mais cedo, em crianças muito pequenas.


No Plateau (sem platô): ausência de estabilização; até adultos continuam sendo diagnosticados.


Resurgence (ressurgimento): saltos súbitos nas taxas após mudanças em políticas públicas ou diretrizes clínicas.

 

Esses movimentos revelam que a chamada epidemia reflete muito mais transformações nos sistemas de saúde, na sociedade e na forma de definir o autismo, do que um aumento real da condição. Isso não significa negar o autismo. Trata-se de encontrar equilíbrio: evitar tanto o subdiagnóstico, que priva pessoas de apoio essencial, quanto o superdiagnóstico, que rotula indevidamente e desvia recursos de quem mais precisa. O desafio é diagnosticar melhor, e não apenas mais.

 

*Daniel Silva de Azevedo é médico neurologista especialista em neurodesenvolvimento e doutor em neurologia pela Universidade de São Paulo (USP) - CRM-SP 161294 / NEUROLOGIA - RQE Nº: 43273

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Movimento “Anti-Sunscreen” nas redes sociais preocupa especialistas e acende alerta sobre risco de câncer de pele
Foto: Divulgação

Um movimento crescente nas redes sociais, conhecido como “Anti-Sunscreen”, tem despertado preocupação entre médicos e pesquisadores da área da saúde. A tendência, impulsionada por alguns influenciadores digitais, questiona a segurança dos filtros solares e defende o abandono do produto. Especialistas alertam, no entanto, que a desinformação em torno do tema pode comprometer décadas de avanços na prevenção do câncer de pele e no combate ao envelhecimento precoce.


Os perfis que aderem ao discurso “anti-protetor solar” alegam que alguns componentes químicos presentes nos produtos causariam irritações ou danos à saúde. Em decorrência disso, muitos usuários têm recorrido a alternativas sem comprovação científica, como receitas caseiras, filtros minerais de eficácia duvidosa ou até mesmo a completa suspensão do uso.

 

Essas práticas colocam em risco a saúde da população, já que não garantem a proteção necessária contra os raios ultravioleta (UV). A exposição desprotegida pode provocar desde queimaduras até mutações no DNA das células, desencadeando o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer de pele.

 

Toda substância química tem potencial de causar alergias. Algumas já foram banidas e outras serão substituídas ao longo do tempo, mas isso não elimina a importância do protetor solar. A maior causa do câncer de pele é a exposição solar sem proteção, seja em episódios de queimaduras, seja por dano cumulativo ao longo dos anos.

 

Ainda que há ampla evidência científica sobre os benefícios do protetor solar. Um exemplo vem da Austrália, país com os maiores índices de melanoma no mundo, onde campanhas nacionais exigem o uso diário do produto em escolas e ambientes externos. Essa política já mostra resultados concretos, com redução progressiva na incidência de câncer de pele.

 

Um estudo do Orlando Health Cancer Institute mostrou que um em cada sete adultos com menos de 35 anos acredita que usar protetor solar diariamente faz mais mal do que se expor ao sol sem proteção. O dado evidencia a vulnerabilidade da chamada Geração Z, altamente impactada pelo conteúdo viralizado nas redes sociais.

 

O melanoma é um câncer altamente letal, e os carcinomas geram grande morbidade. A fotoproteção é a principal medida preventiva, e os filtros solares são peça fundamental nesse processo.

 

A orientação médica segue firme: o uso regular e correto do protetor solar, aliado a chapéus, roupas adequadas, óculos escuros e à evitação da exposição solar nos horários de maior intensidade (10h às 16h), continua sendo a forma mais eficaz de preservar a saúde da pele.

 

*Laryssa Faiçal é dermatologista do Grupo de Oncologia Cutânea

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Como evitar riscos e manter resultados após as canetas emagrecedoras?
Foto: Divulgação

Para falar sobre o tratamento da obesidade e o uso das chamadas canetas para emagrecimento, antes de tudo, é necessário ter uma visão inclusiva, uma consciência de que trata-se de uma doença crônica. A obesidade aumenta significativamente o risco de desenvolver diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, apneia do sono e outras complicações graves, impactando diretamente a qualidade e a expectativa de vida do ser humano. Quando se fala dessa patologia, é fundamental encará-la com a seriedade e o respeito que a doença merece, combatendo o estigma social e as falsas promessas milagrosas. Os profissionais da área de saúde precisam estar aptos para lidar de maneira humanizada e tratar essa doença com um olhar individualizado para cada paciente.

 

As canetas emagrecedoras são medicamentos utilizados para o tratamento do Diabetes Mellitus Tipo 2 e da obesidade. Esses análogos agem nos receptores intestinais e cerebrais, sendo capazes de promover a saciedade e de retardar o esvaziamento gástrico. Com isso, o indivíduo reduz o consumo de alimentos e, consequentemente, gera um déficit calórico (redução da ingestão calórica).  Assim como qualquer medicamento, é necessário atenção para o uso indiscriminado das canetas emagrecedoras e a orientação de um médico e acompanhamento nutricional adequado. Quando aplicadas sem supervisão, podem causar perda excessiva de massa muscular e até levar a quadros de desnutrição. Em determinados casos, a suplementação individualizada também se torna necessária para garantir segurança e eficácia no tratamento.

 

Durante a utilização medicamentosa, estratégias nutricionais precisam visar déficit calórico com qualidade nutricional para garantir a ingestão adequada de vitaminas e minerais, mesmo com menor ingestão calórica. A manutenção da massa muscular é outra preocupação. Além de otimizar o emagrecimento de gordura, é preciso preservar a massa magra do paciente, que é o tecido que possibilita um metabolismo mais ativo a longo prazo. Isso deve ser feito através de um consumo proteico adequado, priorizando fontes de proteína de alta qualidade (carne, ovos, laticínios, leguminosas) para preservar essa massa magra durante o emagrecimento. A dieta precisa ser anti-inflamatória e antioxidante, ou seja, rica em cores, com uma grande variedade de frutas e vegetais. Para minimizar alterações gástricas provenientes dos sintomas causados pelos medicamentos, que, na grande maioria dos casos, incluem náuseas, vômitos e constipação, visando uma boa saúde intestinal, recomenda-se maior fracionamento das refeições e ingestão de chás terapêuticos como: camomila, espinheira-santa e passiflora e adição de fibras, como chia, linhaça e aveia ao longo das refeições.

 

O outro momento que demanda estratégias nutricionais centradas no paciente é o período pós-tratamento medicamentoso, pois, o risco de reganho de peso é significativo. Isso ocorre porque, sem estratégias adequadas, o organismo sempre vai tentar trazer de volta o maior peso que a pessoa já teve, diminuindo o metabolismo e aumentando a fome.

 

Para mitigar esse efeito, a transição pós-terapia deve ser cuidadosamente planejada, pensando nos pilares: manutenção do peso e controle da fome, manutenção do metabolismo energético, saúde intestinal e controle da ansiedade. Nesse cenário, estratégias nutricionais tornam-se fundamentais para manter os resultados conquistados. Uma das principais recomendações é o aumento do consumo de fibras distribuídas ao longo das refeições. Alimentos como chia, aveia e linhaça são boas opções, além do psyllium, que pode ser utilizado antes ou durante as principais refeições, diluído em água ou incorporado aos alimentos. Essa prática ajuda a promover sensação de plenitude gástrica, já que as fibras retardam a digestão e o esvaziamento do estômago, funcionando como alternativa natural à saciedade proporcionada pelo medicamento. 

 

Outra estratégia essencial é a prática regular da musculação, que contribui para a manutenção e o ganho de massa muscular. Esse tecido ativo é responsável por aumentar o gasto energético diário, favorecendo o equilíbrio metabólico e a manutenção do peso a longo prazo.

 

Terapias injetáveis são poderosas, mas não como soluções isoladas. Seu sucesso depende da integração com outras estratégias. Os pilares essenciais devem ser através da Nutrição e suplementação, que são fundamentais para a eficácia do tratamento e da manutenção a longo prazo. Para tanto, cada paciente deve ser olhado e tratado como único. Uma abordagem técnica e personalizada é crucial para otimizar os resultados.

 

*Mayara Cardoso é nutricionista, coordenadora e docente do curso de graduação do Centro Universitário Estácio da Bahia. É especialista em Nutrição Ortomolecular aplicada à Nutrigenética, Nutrição em Estética e Nutrição Esportiva Funcional

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Estresse crônico pode ser o gatilho silencioso para doenças autoimunes

Por Cipriano Gama

Estresse crônico pode ser o gatilho silencioso para doenças autoimunes
Foto: Divulgação

O estresse crônico, considerado por muitos apenas um "mal da vida moderna", pode estar desempenhando um papel muito mais significativo na saúde humana do que se imaginava. Pesquisas recentes têm demonstrado uma conexão cada vez mais evidente entre períodos prolongados de estresse e o desenvolvimento de doenças autoimunes, revelando um mecanismo biológico complexo que transforma pressões psicológicas em ataques do próprio sistema imunológico contra o organismo.

 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças autoimunes afetam aproximadamente 8% da população mundial, com uma incidência que tem crescido consistentemente nas últimas décadas. No Brasil, estimativas do Ministério da Saúde indicam que mais de 15 milhões de pessoas convivem com algum tipo de condição autoimune, desde artrite reumatoide até esclerose múltipla, passando por doenças raras como lúpus eritematoso sistêmico e Doença de Sjögren.

 

O estresse crônico ocasiona a perda do mecanismo de tolerância imunológica, que é a capacidade do sistema imunológico de não reagir ao seu próprio organismo. Isso ocorre, pois o estresse gera a produção de hormônios, como por exemplo a adrenalina e o cortisol, em razão da ativação do eixo cérebro – glândulas adrenais, por meio do “sistema de luta e fuga”, também chamado sistema nervoso simpático. Desta forma, a reação aguda do corpo ao estresse causa maior risco de infecções e, cronicamente, gera uma maior incidência de doenças autoimunes, cânceres e doenças cardiovasculares.

 

Estudos epidemiológicos têm documentado que eventos estressantes significativos, como perda de emprego, divórcio, morte de familiares ou traumas, frequentemente precedem o desenvolvimento de doenças como artrite reumatoide, doença de Crohn, psoríase e tireoidite de Hashimoto.

 

A Sociedade Brasileira de Reumatologia tem incorporado essas descobertas em suas diretrizes mais recentes, recomendando que a avaliação psicossocial faça parte do protocolo diagnóstico para doenças autoimunes. A abordagem integrativa, que combina tratamento farmacológico com intervenções psicológicas e mudanças no estilo de vida, tem demonstrado resultados superiores em termos de qualidade de vida e controle da progressão da doença.

 

A relação estresse-autoimunidade também apresenta aspectos esperançosos. Se o estresse pode desencadear essas condições, sua gestão adequada pode preveni-las ou amenizar seus efeitos. Estudos apontam que as terapias “mente-corpo”, como por exemplo: Yoga, “mindfulness”, meditação e Tai-Chi, em pacientes com artrite reumatoide e outras doenças autoimunes em uso regular das medicações, demonstraram melhora na qualidade de vida, menos dor, fadiga e depressão.

 

Para a população geral, o especialista recomenda estratégias proativas de gestão do estresse: exercícios físicos regulares, pausas durante o dia para realizar técnicas de respiração e alongamentos, manutenção de vínculos sociais saudáveis, uso moderado de telas, sono adequado e, quando necessário, acompanhamento psicológico. O reconhecimento precoce dos sinais de estresse crônico - como fadiga persistente, alterações do sono, irritabilidade constante e sintomas físicos inexplicados - pode ser decisivo na prevenção de complicações autoimunes.

 

*Cipriano Gama é especialista em reumatologia na Clínica IBIS Imunoterapia, pertencente ao Grupo CITA | CRM: 30335-BA RQE Nº: 21627

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Medicina do esporte: Como Cristiano Ronaldo, Anderson Silva e Minotauro trataram lesões sem cirurgia

A medicina regenerativa tem ganhado destaque nos últimos anos, especialmente no esporte de alto rendimento. Com impacto direto na performance e na longevidade dos atletas, a busca por tratamentos menos invasivos e mais eficazes tem impulsionado avanços importantes na medicina esportiva. Entre as abordagens em desenvolvimento está o uso de ortobiológicos — técnica que utiliza o material biológico do próprio paciente e que ganhou visibilidade após grandes atletas mundiais recorrerem ao tratamento, como Cristiano Ronaldo, Anderson Silva, Rodrigo Minotauro e Mike Tyson.


Essa técnica tem se consolidado como uma alternativa complementar ao tratamento de lesões articulares e tendíneas, principalmente em situações que envolvem desgaste crônico ou falha na resposta aos tratamentos convencionais. Pesquisas recentes ampliaram o conhecimento sobre terapias biológicas na recuperação de lesões musculoesqueléticas, como o uso de concentrados de plaquetas e células mesenquimais, que modulam a inflamação e favorecem o ambiente intra-articular, aliviando dores e estimulando a cicatrização de tecidos. A ortopedia contemporânea avança para disponibilizar tratamentos menos invasivos, capazes de evitar ou adiar procedimentos cirúrgicos agressivos.


As abordagens terapêuticas podem variar de acordo com as necessidades e condições de cada pessoa. Além do uso de ortobiológicos, abordagens consolidadas como a terapia por ondas de choque, infiltrações guiadas por ultrassom e fisioterapia ajudam na diminuição da inflamação, cicatrização dos tecidos e fortalecimento muscular.


Entre os atletas que já recorreram às técnicas minimamente invasivas, o jogador português Cristiano Ronaldo foi um dos nomes mais comentados. Reportagens internacionais indicam que ele utilizou terapia celular para acelerar sua recuperação após uma lesão no joelho, antes de uma fase decisiva da Champions League. O lutador de MMA Anderson Silva também utilizou a técnica após fraturar a perna em uma luta em 2013 — lesão considerada grave, que comprometeu a tíbia e a fíbula. O ex-campeão Rodrigo Minotauro e o boxeador Mike Tyson também buscaram a terapia com o objetivo de tratar dores crônicas e lesões acumuladas ao longo da carreira.


Casos como esses evidenciam o potencial da ortopedia contemporânea no suporte à performance e à longevidade esportiva, além de possibilitar que pacientes não dependam tanto de cirurgias invasivas no tratamento de lesões. Atletas que dependem do próprio corpo como ferramenta de trabalho precisam do tempo de recuperação, do alívio da dor e da melhora da função para seguir competindo em alto nível.
É importante que o uso dessas tecnologias esteja integrado a um tratamento de reabilitação, fisioterapia, fortalecimento muscular e correção biomecânica, sempre levando em conta as particularidades de cada paciente. Essa abordagem oferece uma nova perspectiva para quem convive com dor crônica, desgaste articular ou lesões de difícil cicatrização.


Há uma trajetória extensa no campo da pesquisa e da educação em terapias celulares. O OrthoBIOS, criado ao lado do ortopedista Ronald Barreto, desenvolve estudos em terapias celulares e promove cursos de capacitação para médicos na área de intervenção em dor e medicina ortobiológica. Também é referência o centro de estudos em terapias celulares da Omane — o primeiro laboratório de manipulação celular do Nordeste dedicado à pesquisa de terapia celular para o tratamento de lesões ortopédicas, aprovado em Comitê de Ética e Pesquisa.


O trabalho envolve pesquisa e ensino sobre os ortobiológicos para encontrar soluções eficazes e seguras para proporcionar alívio da dor e melhorar a qualidade de vida das pessoas. A prática inclui desde a coleta até a manipulação e preparo dos produtos, com avaliação científica dos métodos utilizados, sempre com rigor técnico e excelência acadêmica e clínica.

 

*David Sadigursky é David Sadigursky é ortopedista graduado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia, mestre em Cirurgia do Joelho pela Universidade de São Paulo (USP) e doutorando pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Ele realizou fellowship em Doenças da Cartilagem e trauma esportivo na Harvard Medical School, em Boston, EUA, e em cirurgia ortopédica de artroplastia do joelho no Hospital CLINIC, em Barcelona, Espanha. Possui pós-graduação em Clínica da Dor pelo CTD e em Intervenção em Dor pela Universidade da Coreia, em Seul. É membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ) e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte (SBRATE). Participa ativamente da Sociedade Internacional de Artroscopia, Cirurgia do Joelho e Esporte (ISAKOS) e é membro associado das sociedades de dor e medicina regenerativa, como SBRET, SBED e SOBRAMID. Atualmente, é sócio da Clínica Omane e diretor do centro de estudos em terapias celulares.

 

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Segurança do Paciente no Nordeste: Desafios e Soluções

Por Sérgio Bringel

Segurança do Paciente no Nordeste: Desafios e Soluções
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A segurança do paciente é um compromisso universal da saúde. Mas em um país com dimensões continentais como o Brasil, é natural que diferentes regiões enfrentem realidades distintas, não por falta de competência, mas por desafios geográficos, históricos e estruturais que exigem soluções sob medida.

 

O Nordeste brasileiro é uma região de grande riqueza humana, cultural e institucional. Com uma população acolhedora e profissionais altamente capacitados, tem avançado significativamente em diversos indicadores de saúde. No entanto, como em outras regiões do país, há questões que precisam de atenção especial, sobretudo quando falamos de infraestrutura, logística e acesso a tecnologias que sustentam práticas seguras e padronizadas.

 

Ambientes como os Centrais de Material e Esterilização (CME) , que operam muitas vezes de forma invisível ao público, são pilares fundamentais para garantir cirurgias seguras, reduzir riscos infecciosos e assegurar conformidade com normas sanitárias. Investir nesse setor é investir diretamente na segurança do paciente.

 

Sabemos que muitos gestores de saúde da região convivem com limitações de espaço físico, recursos e tempo. Nesse cenário, soluções inovadoras, ágeis e adaptáveis fazem toda a diferença. Estruturas modulares, unidades móveis de esterilização e sistemas digitais de rastreabilidade vêm se mostrando alternativas eficientes e viáveis para ampliar a capacidade assistencial sem comprometer a operação ou o orçamento.

 

No Nordeste, instituições de saúde vêm adotando alternativas para lidar com desafios estruturais e operacionais, especialmente em contextos de reforma ou expansão. Estratégias como a adoção de soluções modulares, tecnologias acessíveis e a reorganização de processos têm contribuído para manter a continuidade do cuidado, reduzir riscos regulatórios e melhorar indicadores de controle de infecção.

 

Esses avanços mostram que, mesmo em contextos desafiadores, é possível aprimorar a segurança do paciente por meio da cooperação entre diferentes atores do sistema de saúde. O fortalecimento dessas iniciativas depende menos de soluções prontas e mais de parcerias sensíveis às necessidades locais, com participação ativa de profissionais, instituições e gestores públicos.

 

*Sérgio Bringel é CEO do Grupo Bringel

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

Fertilização In Vitro: Um avanço que transforma vidas todos os dias

Por Wendy Delmondes

Fertilização In Vitro: Um avanço que transforma vidas todos os dias
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A cada 35 segundos, um bebê nasce no mundo por meio da Fertilização In Vitro (FIV). Este dado impressionante, revelado em um estudo recente da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, simboliza não apenas a eficácia dessa tecnologia, mas também sua consolidação como pilar essencial da medicina reprodutiva moderna.

 

O levantamento, baseado em quatro décadas de dados coletados pelo Comitê Internacional para Monitoramento de Tecnologias de Reprodução Assistida (ICMART), demonstra o impacto crescente da FIV no tratamento da infertilidade – condição reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um problema de saúde pública global.

 

Como médica coordenadora da unidade de Reprodução Humana do Mater Dei Salvador, vejo diariamente a esperança e a realização nos olhos de quem, após uma longa jornada, finalmente alcança o sonho da maternidade ou paternidade. Saber que a cada minuto quase dois bebês vêm ao mundo graças à FIV é a comprovação do quanto a ciência evoluiu – e do quanto ainda podemos avançar.

 

Mais de 40 anos de ciência e transformação
Desde o primeiro nascimento por FIV, em 1978, o caminho trilhado por essa técnica foi marcado por avanços extraordinários. Inicialmente recebida com ceticismo, a FIV rapidamente se espalhou por diversos países na década de 1980. Já nos anos 1990, conquistas como a ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides) possibilitaram o tratamento eficaz de casos graves de infertilidade masculina.

 

Os anos 2000 reforçaram o compromisso com a segurança e eficácia: houve um importante movimento para reduzir gestações múltiplas, com a adoção da transferência de embrião único – uma prática que, aliada aos avanços em meios de cultura e congelamento embrionário, aumentou as chances de sucesso e reduziu riscos para mães e bebês.

 

Além disso, os testes genéticos embrionários, os aprimoramentos laboratoriais e o manejo hormonal mais refinado têm proporcionado resultados cada vez melhores. Em 2010, o reconhecimento dessa revolução veio com o Prêmio Nobel de Medicina concedido ao biólogo Robert Edwards, um dos criadores da técnica.

 

A FIV no mundo atual: inclusão, diversidade e acesso
Hoje, a FIV é muito mais do que um tratamento médico. É também uma ferramenta de inclusão, que acolhe mulheres solteiras, casais homoafetivos, pessoas trans e casais com infertilidade sem causa aparente. Com o uso de gametas e embriões doados e a possibilidade de gestação por cessão temporária do útero, as alternativas se multiplicam para quem deseja construir uma família.

 

Estimativas indicam que até 2024, cerca de 17 milhões de bebês nasceram em todo o mundo por meio da FIV. São números que reforçam não apenas a eficácia, mas também a legitimidade da técnica como resposta a um desejo profundamente humano: o de ter filhos.

 

O perfil do paciente e o futuro da reprodução assistida
Na prática clínica, a maioria dos pacientes que buscam a FIV são mulheres entre 35 e 45 anos, muitas das quais já tentaram engravidar por métodos naturais durante anos. Endometriose, alterações no sêmen, idade materna avançada e infertilidade sem causa definida estão entre os fatores mais comuns.

 

O tratamento é composto por várias etapas – da estimulação ovariana à fertilização e transferência embrionária. E, embora cada caso seja único, os avanços tecnológicos vêm elevando significativamente as taxas de sucesso, tornando o procedimento cada vez mais acessível e menos invasivo.

 

Enquanto médica e mulher, é profundamente gratificante atuar em uma área que transforma histórias e realiza sonhos. A FIV não é apenas um avanço técnico – é uma ponte entre a ciência e o afeto, entre o desejo e a realidade de tantas famílias.

 

*Wendy Delmondes é médica especialista em Reprodução Humana / CRM - 17629 / Ginecologia e Obstetrícia - RQE 23958 / Reprodução Assistida - RQE 23959 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias

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