Roma não vê "dificuldades" em relação com União Brasil após confirmar Flávio Matos como candidato a deputado federal
Por Aline Gama / Gabriel Lopes
Consolidando o processo de estreitar relações políticas com o ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, o presidente do PL na Bahia, João Roma, não vê dificuldades na candidatura de Flávio Matos a deputado federal pelo Partido Liberal. Na avaliação do ex-ministro da Cidadania e ex-parlamentar, a relação entre os partidos não deve ser afetada em 2026, ao que considera movimento "natural" no xadrez eleitoral.
Isso porque, no mês de julho, Flávio Matos trocou o União Brasil pelo PL, levantando dúvidas sobre o clima entre as siglas para o pleito do próximo ano, em especial em Camaçari, município da Região Metropolitana de Salvador (RMS). Por lá, além do apoio maciço do União Brasil, Flávio Matos contou com esforços conjuntos do grupo político aliado a ACM Neto e Bruno Reis na tentativa de ser eleito prefeito. Apesar disso, foi derrotado em segundo turno por Luiz Caetano (PT).
"Ele é uma grande opção para deputado federal, ele é pré-candidato atualmente a deputado federal, não só para representar a Camaçari, como toda a Bahia, um jovem, dinâmico, que defende suas ideias, e eu não vejo maiores dificuldades em relação a isso, são processos naturais, e eu acho que vai ser uma grande força para que a gente possa justamente poder fazer a mudança verdadeira na nossa Bahia", disse Roma em entrevista ao Bahia Notícias.
Nos bastidores, a tensão criada com a eventual candidatura de Flávio se deve também a uma eventual ruptura do acordo firmado no ano passado. Segundo o ex-prefeito de Camaçari e principal padrinho de Flávio até então, Elinaldo Araújo (União), o compromisso estabelecido para Camaçari foi com os deputados Paulo Azi e Manuel Rocha, ambos do União Brasil. O primeiro busca a reeleição e tem base consolidada no município, e o segundo pretende deixar a Assembleia Legislativa (AL-BA) para alçar novos voos na Câmara dos Deputados.
O ex-gestor chegou a citar mudanças no comportamento do aliado desde a derrota nas urnas em 2024. "Eu tenho dito que tem três Flávios: o vereador, o candidato e o pós-eleição. Eu não tenho que falar do Flávio vereador nem do Flávio candidato. O Flávio pós-eleição… eu acho que ele vem se perdendo, ouvindo os 'palpiteiros e os cientistas políticos'", declarou.
Recentemente o Bahia Notícias mostrou que a candidatura de Flávio Matos pode impactar a divisão de votos em Camaçari. Segundo informações obtidas pela reportagem, a repartição seria em 60% para Azi e 40% para Manuel, conforme alinhamento com Elinaldo. No entanto, interlocutores do União Brasil na cidade já apontam que ambos já trabalham com margens menores no número de votos no município e recalculam a distribuição para conseguir êxito na disputa eleitoral.