Parlamentares de oposição querem paralisar o Congresso se Pacheco não pautar impeachment de Moraes
Por Edu Mota, de Brasília
Apresentação de novo pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, obstrução dos trabalhos no Plenário da Câmara e possivelmente do Senado, exigência da instalação da CPI do Abuso de Autoridade. Essas são algumas das ações prometidas por deputados e senadores para a próxima semana, após a realização de manifestações em todo o Brasil no dia 7 de setembro.
As iniciativas foram apresentadas em uma entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (4), no Salão Azul do Senado, que contou com a presença de cerca de 20 parlamentares, entre deputados e senadores. Na ocasião, foi lido um manifesto com críticas ao ministro Alexandre de Moraes, defesa da liberdade de expressão e pedido de anistia a pessoas que, segundo eles, sofrem "perseguição política" por parte do Poder Judiciário.
Após os atos de 7 de setembro, na próxima segunda (9), membros da oposição devem se reunir em Brasília para discutir as ações do grupo nas semanas seguintes. Segundo o líder da oposição no Senado, Marcos Rogério (PL-RO), uma eventual obstrução pelos senadores ainda não está definida, e a paralisação dos trabalhos, por enquanto, se dará apenas na Câmara.
As lideranças que apoiam o impeachment de Alexandre de Moraes avaliam paralisar todos os trabalhos, tanto no Plenário como em comissões, até que seja pautado no Senado o futuro pedido contra o ministro do STF. Os membros dos partidos de oposição avaliam manter apenas as atividades da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, que é comandado pela deputada Caroline de Toni (PL-SC), e que disse que pretende votar após as eleições os projetos que limitam os poderes dos ministros do STF.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi um dos principais alvos das críticas dos parlamentares de oposição. "Pacheco tem agido como avalista das atitudes irresponsáveis e tirânicas do ministro Alexandre de Moraes", disse o senador Marcos Rogério.
Enquanto era criticado pelos parlamentares de oposição, Rodrigo Pacheco passou a poucos passos da área da entrevista coletiva, a caminho do Plenário do Senado. Pacheco estava sorridente, distribuiu sorrisos e parou para tirar fotos com visitantes.