Entre impasse com Sandro Filho e Senado com “esquecido”, Missão do MBL articula chapas na Bahia para 2026 após oficialização
Por Paulo Dourado
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por decisão unânime, na última terça-feira (4), o registro do partido Missão, legenda ligada ao Movimento Brasil Livre (MBL). O voto do relator, ministro André Mendonça, foi acompanhado pelos ministros Antonio Carlos Ferreira, Floriano de Azevedo Marques, Nunes Marques, e pelas ministras Isabel Gallotti, Estela Aranha e Cármen Lúcia, presidente da Corte.
Após a decisão, membros do MBL celebraram o reconhecimento da nova sigla. Entre eles, o deputado federal Kim Kataguiri, que chegou a discursar no plenário da Câmara dos Deputados. O movimento, agora formalizado como partido político, iniciou o esboço de suas estratégias para as eleições de 2026, incluindo a formação das primeiras chapas.
Segundo um dos líderes do recém-criado partido, embora ainda não haja “como calcular concretamente as pessoas que vão compor as chapas”, o foco inicial na Bahia é estruturar uma candidatura voltada à Câmara dos Deputados, sem descartar a possibilidade de disputar cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA).
Como estratégia para atrair novos nomes, o Missão pretende apostar na mobilização digital, marca registrada do MBL, e na figura de Renan Santos, um dos fundadores do movimento e pré-candidato à Presidência da República em 2026, como catalisador de apoios e filiações.
Na Bahia, o principal nome ventilado até o momento é o do vereador Sandro Filho, que, segundo informações do BN, pretende concorrer a deputado federal já no próximo ano. Considerado uma das lideranças locais do MBL, Sandro enfrenta, porém, um impasse político. Se optar por se filiar ao Missão, precisará de uma quantidade maior de votos para conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados do que precisaria se permanecesse no Progressistas (PP), partido ao qual está filiado atualmente. Isso ocorre por conta do sistema proporcional de votação, que define o quociente eleitoral de acordo com o desempenho da legenda.
Apesar disso, dirigentes do Missão veem com otimismo a possível adesão de Sandro Filho à nova sigla. Um membro do movimento afirmou ao Bahia Notícias que a decisão do vereador “tem prazo máximo” e deve ser tomada até o fim do mês de novembro.
Outro nome cotado no grupo é o de Quécia Reis, integrante da equipe de Sandro e uma das coordenadoras do MBL na Bahia. Segundo fontes do partido, ela tem forte probabilidade de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia.
Em conversa com o BN, uma liderança do Missão revelou ainda a intenção de ressuscitar um nome histórico da política baiana para concorrer ao Senado: o ex-deputado federal Gerson Gabrielli, que exerceu mandato entre 1999 a 2007. De acordo com o dirigente, Gabrielli “tem o desejo de sair na nossa chapa”.
Entretanto, outro integrante do partido ponderou que a eventual candidatura de Gabrielli dependerá da movimentação do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). Segundo ele, caso Neto acabe por lançar sua própria candidatura ao Senado, hipótese que “vem sendo ventilada”, as chances de Gabrielli disputar o cargo diminuem drasticamente.
