Bruno Reis e ACM Neto ainda divergem sobre estratégia de composição de partidos para disputa pelo governo em 2026; entenda
Por Mauricio Leiro
Muito ou pouco? Pensando na formatação da melhor estratégia eleitoral para a disputa ao governo da Bahia, em 2026, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) já deixou claro que não quer se preocupar com o número de partidos. Em declaração recente ao Projeto Prisma, do Bahia Notícias, Neto sinalizou que não quer “repetir erros” e indicou que deseja contar com cinco partidos no arco de aliança. Porém, no grupo de aliados, há quem discorde.
Um dos mais próximos ao ex-prefeito, o atual gestor da capital baiana Bruno Reis (União) teria opinião distinta sobre o número de partidos no grupo. Segundo aliados próximos aos dois políticos, Bruno ainda teria a ideia de ampliar o número de partidos para conseguir ter “o maior número de candidatos” nas eleições de 2026. “Bruno tem um perfil de montador de legenda, entende que quanto mais candidatos, melhor”, indicou um interlocutor ao atual prefeito.
Conhecido por conseguir realizar a estruturação de partidos, o prefeito já teria sinalizado aos mais próximos que poderia realizar a montagem de legendas menores. A iniciativa serviria para conseguir compensar o espaço perdido com a federação entre PP e União Brasil — juntos, os partidos terão 40 candidatos — já que a Bahia possui 39 cadeiras disponíveis na disputa, no caso da Câmara dos Deputados. Com um foco mais direto para a eleição da Câmara, a ideia ainda segue em debate.
A ideia de Bruno conflita com o projeto de ACM Neto. “Uma das coisas que a gente errou foi ter tido 13 partidos políticos. A gente começou a inventar candidatos, pessoas que não tinham densidade eleitoral. Hoje, meu desejo é montar uma equação com cinco, talvez seis partidos, e está tudo certo. Existe uma base de partida nossa de construção, sendo a nossa fortaleza, é o que me importa tentar organizar”, disse durante o bate-papo.
Focado na “construção” dos mais próximos, Neto indicou que o foco seria na montagem do União Brasil e PP, com a federação, PSDB, Republicanos e PL. “Esses cinco partidos são a nossa base de partida, se esses cinco estiverem juntos em torno de uma única candidatura, esse candidato já vai ter mais tempo de televisão do que o PT, mais estrutura eleitoral em termos de recursos eleitorais. Está bom aqui, para que vou ter 13? Ao contrário, se quero fazer um trabalho de mudança política na Bahia, eu não posso chegar cheio de compromisso, com tudo já ocupado”, emendou Neto.
Em 2022, ACM Neto contou com uma coligação que teve 13 partidos: União Brasil, PP, Republicanos, PSDB, PDT, PSC, Solidariedade, Cidadania, Podemos, PRTB, PTB, DC e PMN. Com o cenário, Neto conseguiu “ampliar” o número de candidatos, porém segundo o ex-prefeito a “montagem” teria custado um tempo desnecessário para o sucesso nas urnas.
BRUNO REIS E OS PARTIDOS
A “habilidade” de montador de partidos de Bruno se reflete nas eleições disputadas pelo gestor. Em 2024, o prefeito contou com 15 partidos em seu arco de apoio, com. Federação PSDB-Cidadania, Republicanos, PP, PDT, PTB, Podemos, PSC, DC, PRTB, União Brasil, Solidariedade e PMN. Outra prova da atuação de Bruno na gestão das chapas foi sua primeira eleição na capital, em 2020, quando, montou um “exército” de candidatos a vereador. Ao todo também foram 15 legendas.