Samuel Júnior diz estar “a disposição” da oposição na AL-BA e destaca fragilidade do grupo: “Em cima do muro, é mais fácil de levar pedrada dos dois lados’
Por Eduarda Pinto
O deputado estadual pelo Republicanos, Samuel Júnior, avaliou que está “a disposição” para dialogar uma ascensão a liderança da bancada de oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (14), o parlamentar afirma que deseja ser útil ao grupo e faz balanço do trabalho da oposição na Casa.
“Eu digo sempre que tudo na vida é você ser útil. Eu exercer um cargo de liderança, sem utilidade, eu deixo para outro”, diz. Ele elucida que, considerando o seu atual cargo na Mesa de Diretora, como 1° secretário, a liderança não está pautada. “Eu estou à disposição dos meus colegas. O combinado é que nos próximos dois anos eu não posso disputar porque estou na Mesa [Diretora da AL-BA] e o nosso cargo é um cargo de dois anos. Na liderança, o deputado Alan [Sanches, do União Brasil], que saiu agora, ficou dois anos”, relembra.
O republicano, por sua vez, não nega a possibilidade de buscar a posição em um novo mandato. “No caso especial, a partir do resultado da eleição de 2027, se as pessoas me reconduzirem de fato a Assembleia, espero não continuar mais na oposição. Não que eu mude de lado, mas espero que o governo mude de lado, porque eu estou cansado de ser oposição. Então, se os deputados que foram ali [no seu grupo político] entenderem que o deputado Samuel possa contribuir como oposição, eu estou à disposição, mas se for uma coisa que haja essa convergência”, afirma.
O deputado fala ainda sobre a dinâmica de trabalho do grupo minoritário na Assembleia baiana. Samuel conta que o número do grupo, que já é pequeno em comparação a bancada governista, tende a reduzir nas votações.
“Em relação à oposição, primeiro que eles [a bancada governista] são 44 e nós [a oposição] somos 19 e às vezes acontece de alguns dos 19 nem sempre acompanharem o grupo, mas se tem uma coisa que eu respeito é a posição do cara. Eu só acho que no contexto político, quando você fica em cima do muro, é mais fácil de levar pedrada dos dois lados”, destaca.
Sobre a relação com o governador Jerônimo Rodrigues, ele ressalta que “respeito a autoridade. O governador da Bahia, mesmo sem o meu voto, é Jerônimo, então eu preciso respeitar ele. Agora, eu preciso dizer ao governador: “Eu tenho lado. Vou respeitar o senhor como cidadão, como vou respeitar o senhor como autoridade, agora como político nós temos as nossas divergências e dentro dessas nossas divergências eu vou fazer críticas a sua gestão”.
“Por outro lado, de qualquer forma, você tem a força do governo. O governo quando, de fato, vai para cima, o que eles [a bancada governista] desejarem, ele atropela. E de qualquer forma, a gente tem uma oposição fragilizada, uns chegaram com muita vontade e quando foram vendo a situação foi esfriando”, conclui.
Veja o trecho: