Mário Kertesz relembra proximidade com ACM e nega embates ideológicos: “A grande motivação de Antonio Carlos era o poder"
Por Eduarda Pinto
O radialista baiano e ex-prefeito de Salvador, Mário Kertesz, relembrou a sua próximidade com o ex-senador brasileiro e governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães. Conhecido pelas suas tendências de esquerda, Mário destaca que sua amizade com o ACM não era pautada por ideologias políticas. Em entrevista ao Projeto Prisma, nesta segunda-feira (1°), o radialista diz que, acima dos lados políticos - como a direita conservadora ou a esquerda progressista -, o fundador do Carlismo era “movido pelo poder”.
Com relação às divergências políticas, o radialista conta que a amizade com ACM era positiva. “Rapaz, por incrível que pareça, funcionava muito bem. Ele confidenciava para mim muitas coisas, nós tínhamos muita intimidade e ele me respeitava também, bastante. Ele sabia das minhas tendencias, sabia das minhas coisas", afirma.
Ele relembra que, apesar das divergências ideológicas, possuia uma relação direta com o então governador e recebeu ajuda para resgatar um amigo, que foi preso durante o Golpe de Estado no Chile, em 11 de setembro de 1973. Na ocaisão, uma junta militar presidida pelo general Augusto Pinochet derrubou o governo do presidente eleito, Salvador Allende.
“Quando teve o golpe no chile, um amigo meu foi preso. Colega de faculdade, compadre, foi preso, levado para o Estado Nacional e fizeram simulação de fuzilamento, e ele [o amigo preso] mandou uma mensagem para mim pedindo socorro. E eu fui lá em Ondina [no Palácio de Ondina, sede do governo estadual] e disse 'Governador, preciso falar com o senhor'", relembra Mário.
"E eu contei a ele essa história e ele me ajudou, ele ligou para Paulo Tarso Flecha de Lima [diplomata brasileiro], no Itamaraty e num determinado momento ele bateu assim na minha perna assim brincando e falou: 'Seu Mário, o dia que este país virar comunista, eu serei o maior líder comunista do país", relata.
Com a brincadeira, Kertesz conclui que “então, na realidade, a grande motivação de Antonio Carlos era o poder”. “E ele sabia também que para ter poder e mantém o poder ele tinha que ter a capacidade política e a capacidade administrativa. Ele ligava muito para isso, ele não era um homem só político, ele era um homem político que cuidava da administração e cuidava da relação dele com a imprensa. Ele sempre foi uma grande fonte”, completa.
Confira o trecho:
