Moraes determina suspensão de investigações contra pessoas que removeram corpos em zona de mata no RJ após megaoperação
Por Redação
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou a suspensão imediata do inquérito que investiga as pessoas que removeram os corpos da área de mata nos complexos do Alemão e da Penha após a megaoperação policial no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (10) e também determinou que a Polícia Civil do estado justifique a abertura do inquérito em até 48 horas.
Na mesma decisão, nesta segunda, Moraes ordenou que sejam preservadas todas as imagens das câmeras corporais dos policiais civis e militares que participaram da megaoperação. Outra determinação é o envio, ao STF, de cópias de todos os laudos realizados nas vítimas da operação, incluindo registro fotográfico e busca de projéteis.
Na madrugada após a operação, mais de 60 corpos foram retirados pelos próprios cidadãos de uma região de mata do Complexo da Penha. No dia seguinte, a Polícia Civil anunciou que investigaria essas pessoas por “fraude processual”, já que teriam modificado intencionalmente uma cena de crime.
As próprias autoridades do Rio disseram não ter mexido nos corpos para preservar a cena, que seria submetida à investigação da perícia.
Na audiência com organizações da sociedade civil, o ministro Moraes ouviu denúncias sobre familiares de vítimas terem sido obrigados a prestar depoimento antes de fazerem o reconhecimento de corpos e prometeu checar a situação.
Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro diz que a decisão será cumprida, mas ressaltou que o inquérito "não se trata de investigação contra familiares de mortos, mas de ordens de líderes da facção criminosa para tentar ocultar os vínculos dos mortos com a organização."
