Fabíola Mansur sinaliza dificuldade com possível vinda de deputados do PP e não descarta sair do PSB
Por Victor Hernandes
A possível migração e debandada de Progressistas para o PSB na Bahia tem reverberado entre lideranças e posto à mesa de debates e discussões entre deputados do grupo, que pretendem entrar na disputa eleitoral do próximo ano. A possibilidade da chegada de parlamentares do PP da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), leia-se Niltinho, Mário Negromonte Jr. e outros nomes, pode gerar contas e cálculos a serem feitas pelos caciques do PSB, para que sejam abrigados todos os membros que almejam uma cadeira no Legislativo.
Em entrevista à reportagem, a deputada estadual do PSB, Fabíola Mansur, observou que a sigla busca crescimento e o surgimento de novas lideranças. No entanto, ela pregou que sejam feitos debates acerca das condições dessas mudanças. Fabíola enfatizou ainda que cálculos e diálogos devem ser feitos com a executiva do partido e com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para a arrumação da base.
“Logicamente, todo partido quer crescer, quer agregar pessoas, quer trazer novas lideranças, novos deputados. Os quatro deputados [do PP] são parceiros aqui. Claro que a gente precisa fazer cálculo, discutir isso na executiva do partido, da qual faço parte, também com o nosso governador Jerônimo Rodrigues para fazer a arrumação devida da base. Vejo com bons olhos, mas a gente precisa dialogar em que condições será isso, como é que será feita a arrumação do partido”, revelou Mansur.
Filiada há 17 anos no partido, a parlamentar demonstrou tranquilidade em relação à sua candidatura e à de outros membros do PSB.
“Estou tranquila em relação a isso. Estamos esperando a presidente que está conduzindo essas negociações, a deputada Lídice da Mata, junto com o presidente nacional, prefeito João Campos, que é o atual presidente do PSB. Eles estão debatendo para a gente ver mesmo com que condições, como é que a gente pode ser um time. Porque o partido, antes de tudo, é base do governador Jerônimo. Também tem a participação do governador Jerônimo, que a gente, claro, que a base toda unida", sinaliza.
Apesar de demonstrar tranquilidade, a deputada reconheceu os riscos envolvidos neste cenário de uma possível disputa interna no partido. Ela considerou que a chegada dos antigos progressistas para a eleição de 2026, pode tornar a eleição mais “difícil”.
“Não sei se virão os quatro, não sei se não virão. A eleição é sempre um risco. A gente não pode ter medo também porque você tem que buscar o voto através do trabalho. É claro que se torna mais difícil, pois são deputados que já apresentaram na eleição passada mais votação que a gente. Mas também você tem um somatório que pode potencializar a eleição de mais deputados. Então é cálculo. Do ponto de vista político, o partido cresce com a vinda. E do ponto de vista de chances eleitorais, eu preciso fazer os devidos cálculos, junto com a nossa presidenta, Lídice da Mata, junto com o governador Jerônimo", pondera.
SAÍDA DO PSB?
 Questionada se poderia sair do PSB caso a filiação dos novos integrantes acontecesse e desorganizasse a sua candidatura, Mansur reforçou sua identificação com a sigla. Entretanto, ela ponderou que, caso se sinta ameaçada, pode cogitar buscar outro partido com alinhamento programático.
“Não há interesse nenhum em sair do partido. Agora, vou fazer os devidos cálculos. A gente precisa fazer isso, acho que todos os deputados, em tese, estão fazendo isso. Não há interesse de sair, porque ideologicamente, eu sou a cara do PSB, tem 17 anos, não precisa nem dizer mais nada. Mas, com certeza, até para a gente ser deputado e para defender as bandeiras partidárias, é preciso ter um mandato. Esse mandato precisa estar assegurado que, para além do meu trabalho, para além da gente que é pré-candidata à reeleição a deputado estadual, a gente tem chances reais, expectativas de votação real para a eleição”, contou.
“Se me sentir altamente ameaçada, que não é o caso, posso sim cogitar a possibilidade de buscar outro partido que tenha programaticamente alianças com o que eu defendo. Mas, por enquanto, isso é muito precoce. Isso é uma coisa que a gente vai decidir lá em março. Mas esses diálogos são bem-vindos. Tenho dialogado, inclusive, com os deputados, com os quatro colegas meus. E com a deputada Lídice da Mata. A gente espera uma reunião da executiva para debater esse assunto”, apontou.
