Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Bahia

Notícia

Hilton Coelho critica falta de plano de redução da letalidade policial em reunião sobre reestruturação das polícias

Por Ana Clara Pires

Foto: Reprodução / AL-BA

Durante a reunião da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (AL-BA) em que o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, apresentou quatro projetos de lei voltados para a reestruturação das forças policiais, o deputado estadual Hilton Coelho (PSOL) fez duras críticas à atual política de segurança pública no estado.

 

Hilton Coelho ressaltou que, apesar de a Bahia ser a sétima maior economia do Brasil, os dados de violência no estado são alarmantes. “Somos o segundo estado em índices de violência e o primeiro em ações policiais letais, à frente de São Paulo e Rio de Janeiro”, apontou o deputado, destacando a contradição entre o potencial econômico e o cenário de insegurança.

 

LEIA TAMBÉM:

 

O parlamentar questionou a falta de um plano estruturado para reduzir a letalidade policial, especialmente diante do histórico preocupante: “A Bahia teve um crescimento de 235% no número de chacinas em 2024. Isso não pode ser naturalizado.” Para Hilton, a solução exige uma mudança profunda de concepção, que inclua investimentos bilionários em políticas sociais voltadas às áreas mais vulneráveis e, sobretudo, maior investimento na investigação policial.

 

“A investigação é fundamental para desarticular os esquemas criminosos sem o uso da força letal. Muitas operações da Polícia Federal são feitas sem disparar um tiro, porque há investimento na investigação”, explicou, ressaltando que, atualmente, nem mesmo os salários dos profissionais de nível superior na área investigativa são respeitados.

 

Hilton Coelho também criticou o programa Bahia pela Paz, lançado pelo governo estadual, afirmando que ele ainda está “muito em aberto” e que precisa aprofundar o debate com a sociedade civil para definir direções claras. Segundo ele, o programa deve focar em investimentos sociais e em estrutura policial investigativa para ter efetividade.

 

“Ao meu ver, do ponto de vista da segurança pública das forças policiais, nós precisamos ter outro nível de investigação, senão nós continuaremos enxugando gelo de sangue nesse estado, que é o que está acontecendo. Então acho que o nosso debate nós temos que programar esse debate de projetos globais para a segurança pública e não apenas projetos que estejam voltados, que abstratamente têm uma lógica de avanço para as corporações, mas que nunca vão ter o efeito que nós precisamos ter, que é tirar a Bahia dessa triste situação, especialmente em relação à nossa juventude negra”

 

Por fim, o deputado reforçou a necessidade de um debate mais amplo na Assembleia Legislativa, que não se limite a projetos isolados para as corporações policiais, mas que contemplem uma reforma global da segurança pública na Bahia, com ênfase na redução da letalidade policial e na proteção da juventude negra, a mais afetada pela violência.