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Sinais de que Mauro Cid deve jogar Gilson Machado aos leões se acumulam em nova investigação da PF

Por Redação

Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, tem dado sinais claros de que pretende se desvincular completamente do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso nesta sexta-feira (13) por suspeita de obstrução de justiça. A movimentação ocorre em meio à investigação da Polícia Federal que apura uma tentativa de obtenção irregular de passaporte português, supostamente para facilitar uma fuga de Cid para fora do país.

 

Aos interlocutores mais próximos, Cid negou qualquer envolvimento com ações feitas por Gilson Machado no consulado português de Recife. Segundo ele, não há contato entre os dois desde o fim de 2022, quando ainda integravam o núcleo próximo de Bolsonaro no governo federal. A versão foi reforçada mais de uma vez por Cid em conversas reservadas nesta quinta-feira (12), véspera das buscas realizadas pela PF em sua residência.

 

Gilson Machado, por sua vez, também tenta se desvencilhar da suspeita. Segundo informações do O globo, ele alegou que esteve no consulado apenas para solicitar a renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos, entre os dias 12 e 13 de maio. Ele afirmou não manter relação com Cid “há muito tempo”, embora não tenha conseguido precisar a data do último contato.

 

A linha do tempo, no entanto, complica a narrativa do ex-ministro: investigadores apontam que a suposta tentativa de emissão do passaporte para Cid teria ocorrido justamente no dia 12 de maio, sendo a mesma data mencionada por Machado em sua justificativa.

 

Outro elemento que reforçou o cerco em torno de Cid foi a movimentação de seus familiares. O pai, a esposa e uma das filhas do ex-ajudante de ordens deixaram o Brasil rumo aos Estados Unidos em 30 de maio. Embora nenhum deles tivesse restrições legais para sair do país, a PF acompanha o movimento com atenção, já que todos chegaram a ser investigados no caso das joias da Arábia Saudita, supostamente apropriadas ilegalmente por Bolsonaro.

 

A nova frente de investigação coloca em risco o acordo de delação premiada firmado por Cid com a Polícia Federal. Caso a tentativa de evasão do país se confirme, o benefício pode ser anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que também impactaria familiares que foram poupados judicialmente graças ao pacto.

 

A prisão de Gilson e a rápida movimentação de Cid para afastar qualquer responsabilidade indicam uma possível ruptura definitiva entre aliados do núcleo duro bolsonarista.