Modo debug ativado. Para desativar, remova o parâmetro nvgoDebug da URL.

Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
/
Tag

Artigos

Robson Wagner
A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade
Foto: Divulgação

A Política Brasileira: um Espelho Bíblico da Vaidade

Em busca de alguma explicação para o cenário político atual no Brasil, fui encontrar ecos não nos palanques, mas nas Escrituras.

Multimídia

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador

Marcelle Moraes defende a criação de uma casa para protetores de animais como prioridade para Salvador
A vereadora Marcelle Moraes (União Brasil) afirmou que considera prioridade para Salvador a criação de uma casa de acolhimento voltada para protetores de animais. Segundo ela, em entrevista ao Projeto Prisma, Podcast do Bahia Notícias, o equipamento é necessário para garantir o suporte a quem cuida dos bichos e enfrenta dificuldades por conta da atividade.

Entrevistas

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026

Léo Prates define “desgaste” de Lula e do PT como trunfos e projeta chapa da campanha de oposição em 2026
Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias
O parlamentar afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias, que “as condições atuais são melhores do que há quatro anos”, quando o grupo foi derrotado pela chapa do Partido dos Trabalhadores, em 2022. 

mauro cid

Caso da trama golpista: Mauro Cid apresenta alegações finais ao STF nesta terça-feira
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, delator das investigações que apuram uma suposta trama golpista no país, apresenta nesta terça-feira (29) suas alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL), Cid é um dos principais colaboradores do processo que se aproxima da fase decisiva.

 

Em 14 de julho, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, protocolou no STF o parecer final da ação penal que investiga a tentativa de subversão institucional. No documento, o chefe do Ministério Público Federal solicitou a condenação dos réus envolvidos, entre eles o ex-presidente Bolsonaro.

 

Com a manifestação da Procuradoria-Geral da República, foi aberto o prazo de 15 dias para a apresentação das alegações finais por parte de Mauro Cid, etapa que se encerra nesta terça. Após essa fase, será iniciado o prazo para as alegações finais conjuntas dos demais investigados que integram o chamado núcleo 1 do inquérito, que inclui Jair Bolsonaro.

Mauro Cid começa a prestar novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal

O tenente-coronel Mauro Cid iniciou, nesta segunda-feira (14), a prestação de novo depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Segundo informações da Agência Brasil, Cid foi chamado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para depor como testemunha de acusação dos réus dos núcleos 2,3 e 4 do processo sobre a trama golpista. A oitiva começou às 14h15.

 

O depoimento é realizado por videoconferência. Por ter assinado acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF), o militar responde ao processo em liberdade, mas é obrigado a prestar os esclarecimentos.

 

Por determinação do ministro Moraes, não serão permitidas fotos, gravações de áudio e vídeo nem transmissão ao vivo. O processo da trama golpista entra em uma nova fase nesta semana. A partir de amanhã (15), começam a depor as testemunhas indicadas pelos réus que fazem parte dos três núcleos. Os depoimentos devem seguir até o dia 23 de julho.

 

No mês passado, o STF realizou os depoimentos das testemunhas do núcleo 1, formado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados.

STF determina que PF ouça advogados ligados ao ex-presidente Bolsonaro por suspeita de obstruir investigação
Foto: Andressa Anholete/STF

O Supremo Tribunal Federal (STF), através de decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou na quarta-feira (25) que a Polícia Federal (PF) ouça Fábio Wajngarten e Paulo Costa Bueno para investigar a suspeita de que eles tentaram obstruir investigações penais ao buscar acesso às informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid. Wajngarten foi secretário de Comunicação Social da Presidência e atuou na defesa do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, e Costa Bueno é um dos atuais advogados de Bolsonaro.

 

A ordem foi dada no Inquérito, aberto no STF, para investigar a atuação do ex-assessor da Presidência da República Marcelo Câmara e do advogado Luiz Eduardo Kuntz na tentativa de acessar informações da delação de Cid. Réu por envolvimento na tentativa de golpe de Estado, Câmara foi preso na semana passada. 

 

Em seguida, a defesa de Cid incluiu no processo declarações que implicam Wajngarten e Bueno no mesmo crime. Segundo a defesa de Cid, os dois teriam pressionado a mãe, a esposa e a filha do ex-ajudante de ordens em busca de detalhes sobre o conteúdo de sua delação. Também teriam tentado influenciar os familiares para que ele destituísse sua defesa já constituída. Para o ministro Alexandre, as condutas narradas indicam a suposta prática do crime de obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

 

Os advogados de Cid entregaram voluntariamente à Polícia Federal o celular da filha adolescente do colaborador, por meio do qual, segundo eles, teriam ocorrido as abordagens dos advogados em mensagens de WhatsApp. Agora, a PF tem cinco dias para ouvir os suspeitos e dez para anexar ao inquérito o laudo de extração e análise dos dados do aparelho.

Trama golpista: Cid nega ter sido responsável por conversa sobre delação em perfil do Instagram
Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), negou, na última terça-feira (23), ter trocado mensagens em um perfil no Instagram para falar sobre a delação premiada. Esta ação acabaria violando o sigilo do acordo. Ele é o delator na investigação que apura uma trama golpista ocorrida após as eleições de 2022.

 

Em um primeiro depoimento, ocorrido há 2 semanas, o militar já havia negado algum tipo de conversa com o advogado Eduardo Kuntz, advogado do ex-assessor Marcelo Câmara, sobre o conteúdo de sua delação premiada.

 

A Meta, dona do Instagram, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um documento contendo detalhes da conta da rede social. Segundo informações, o perfil foi registrado em 2005 com o email "[email protected]" e a data de aniversário de Cid.

 

Na última semana, o advogado Kuntz informou que foi ele que conversou com Cid por essa conta e apresentou mais conversas.

 

Na quarta-feira, Alexandre de Moraes mandou prender Marcelo Câmara e determinou que ele e Kuntz sejam investigados. 

 

"São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado", disse o ministro do STF.

Em meio às tensões no Oriente Médio, festas de São João esvaziam semana de votações no Congresso Nacional
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

 

Enquanto no Brasil o início da semana é marcado pelas festas de São João, no mundo paira um estado de tensão com a escalada do conflito no Oriente Médio entre Israel e Irã. A situação na região se agravou após o bombardeio realizado pelos Estados Unidos no Irã. 

 

Os Estados Unidos atingiram três importantes instalações nucleares, o que levou a agência Internacional de Energia Atômica a convocar uma reunião de emergência, na sede do órgão da ONU em Viena. A Agência alertou que um eventual ataque ao reator de Bushehr, cidade portuária ao sul de Teerã, causaria uma "catástrofe nuclear".

 

No Brasil, o Congresso deve ter uma semana esvaziada, por conta do São João. Na pauta da Câmara consta apenas uma sessão deliberativa, na quarta-feira (25), sem projetos polêmicos para serem votados. No Senado ainda não há previsão sobre a pauta dos trabalhos. 

 

Já o Judiciário realiza nesta semana acareações entre o tenente-coronel Mauro Cid e general Braga Netto, e também entre o ex-ministro Anderson Torres e o general Freire Gomes. As acareações fazem parte do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado após a eleição de Lula, em 2022. 

 

Confira abaixo a agenda da semana nos três poderes em Brasília. 

 

PODER EXECUTIVO

 

O presidente Lula abre a semana com a sua já tradicional reunião das 9h no Palácio do Planalto, com o ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira. Também participa da reunião o secretário de Imprensa, Laércio Portela. 

 

Às 10h30, Lula teve reunião com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. 

 

Na parte da tarde, o presidente Lula retoma sua agenda no Palácio do Planalto em uma reunião, às 14h40, com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza. Lula fecha o dia de reuniões com um encontro, às 16h, com o ministro da Educação, Camilo Santana. 

 

A agenda do presidente Lula para o restante da semana ainda não foi divulgada. É possível que o presidente tenha reuniões com os membros da área diplomática, para decidir posicionamentos do Brasil em relação ao conflito entre Israel e Irã.

 

O único compromisso já acertado para esta semana é uma visita do presidente ao estado Tocantins, na próxima sexta (27). Esta será a primeira vez que Lula irá ao Tocantins desde o início de seu terceiro mandato. 

 

O presidente deve ir ao município de Araguatins, região norte do Tocantins. Estão previstas na agenda a entrega de títulos de regularização fundiária urbana e rural, assinatura de contratos do programa Fomento Mulher, voltado a assentadas da reforma agrária, além da assinatura de acordos de cooperação técnica. 

 

No calendário da economia, está previsto para esta terça (24) a divulgação, pelo Banco Central, da ata da última reunião do Copom, que elevou mais uma vez a taxa de juros básica do país. O documento deve dar indicativos de como o comitê deverá agir na próxima reunião.

 

Na quarta (25), o IBGE apresenta os resultados do IPCA-15 no mês de junho. O indicador representa a prévia oficial da inflação no país. 

 

Já na sexta (27) serão apresentados diversos indicadores. O IBGE divulga, por exemplo, os números do Censo Demográfico 2022 em relação a fecundidade e migração. O órgão também apresentará a taxa de desemprego do Brasil no mês de maio.

 

Também sobre a situação do emprego no país, o Ministério do Trabalho divulga na sexta os seus dados sobre desemprego no mês de maio.

 

PODER LEGISLATIVO

 

Por conta do calendário de festas juninas, nesta segunda (23) e terça (24), a semana promete ser esvaziada no Congresso Nacional. A tendência é que os deputados e senadores fiquem em seus estados, e as sessões programadas em plenário devem ser realizadas no modo remoto, com parlamentares votando pelo aplicativo.

 

Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) programou apenas uma sessão plenária, na próxima quarta (25). Veja abaixo o que pode ser votado.

 

Requerimento de urgência para o PL 892/2025, que institui o Programa Especial de Sustentabilidade da Indústria Química (Presiq). Com isso, o projeto pode tramitar de forma mais rápida, sem passar por comissões.

 

Uma das principais propostas em pauta é o PL 1546/2024, que aperta as regras para autorização de descontos na folha de pagamentos dos aposentados, objetivando o combate a fraudes. Na proposta, os descontos só poderão ser feitos se houver autorização por escritura pública, instrumento particular com firma reconhecida ou assinatura eletrônica qualificada.

 

Também está na pauta o PL 4035/2023, que institui agosto como mês de combate às desigualdades. Já o PL 6020/2023 torna a lei mais rigorosa contra agressores que tenham medida protetiva. Pela regra instituída pelo texto, a lei vai considerar que o agressor descumprirá a medida protetiva se houver alguma aproximação com a vítima, mesmo que ela concorde com isso.

 

Há ainda o PL 3118/2024, que estabelece a destinação recursos do Fundo Social para políticas de assistência estudantil e ações afirmativas de ingresso na educação superior e profissional pública. O projeto modifica a lei da Política Nacional de Assistência Estudantil para permitir o uso desses recursos no atendimento a estudantes beneficiados por reserva de vagas em instituições públicas federais.

 

Outros projetos em pauta: PL 2692/2025, que atualiza a tabela do Imposto de Renda para seguir isentando as pessoas que ganham até dois salários mínimos; PDL 405/2023, que suspende a portaria do governo Lula que passava a exigir autorização em convenção coletiva para o trabalho em feriados no setor do comércio; PL 2583/2020, que institui a Estratégia Nacional de Saúde, para incentivo às indústrias que produzam equipamento para o setor de saúde no Brasil; PL 2767/2023, que regulamenta os programas de milhagem das companhias aéreas; PL 458/2021, que cria o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp); PL 2978/2023, que altera a Lei das SAFs, as Sociedades Anônimas do Futebol; PL 769/2024, que cria cargos comissionados nos gabinetes de ministros do STF.

 

No Senado, o presidente Davi Alcolumbre (União-AP) agendou para a sessão de quarta (25) o tema mais polêmico na pauta de projetos a serem apreciados na semana: a proposta que aumenta o número de deputados, de 513 para 531.

 

O projeto, de autoria da Câmara, busca atender a uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que exigiu que o Congresso solucionasse até o dia 30 de junho a atualização do número de vagas no Congresso Nacional. A Justiça demanda que o número de vagas na Câmara reflita o tamanho de cada unidade federativa no Brasil; o aumento de cadeiras é uma forma de cumprir a decisão sem que nenhum estado perca deputados.

 

Assim como na Câmara, as festas juninas farão com que o Senado tenha sessões semipresenciais, onde os parlamentares poderão votar à distância. Leia abaixo o que mais estará em pauta nos próximos dias.

 

Terça (24)

 

A pauta inclui três projetos: o PL 1.246/2021, que estabelece uma reserva mínima de 30% das vagas para mulheres em conselhos de administração de empresas públicas e sociedades de economia mista no Brasil.

 

O PL 194/2022, que dá a empregados públicos o direito de se transferir de cargo para acompanhar cônjuge ou companheiro que, pelo interesse da administração pública, tiver sido deslocado da sua localidade inicial.

 

O PL 2205/2022, que cria regras para o prazo de validade na entrega de alimentos adquiridos no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).

 

Já para a próxima quarta (25), a agenda do plenário tem os seguintes itens:

 

A PEC 137/2019, que define a educação como "vetor do progresso" do país; o PL 4870/2024, que cria uma política nacional de incentivo à visitação de parques ambientais; o PL 2352/2023, que atualiza a legislação para a radiofusão no Brasil; o PL 5688/2023, que cria uma política nacional para o enfrentamento do HPV.

 

PODER JUDICIÁRIO

 

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, inicia a semana participando do seminário “Desinformação, Inteligência Artificial e Outros Desafios à Democracia em Contextos Eleitorais”, que acontece na Universidade Complutense de Madrid, na Espanha. O ministro é um dos palestrantes do evento. 

 

Para esta terça (24), na Primeira Turma, estão previstas duas acareações entre militares e ex-integrantes do governo Bolsonaro. A primeira colocará frente a frente o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto, para confrontar versões sobre o suposto plano de execução de autoridades, como a do presidente Lula e do ministro do STF, Alexandre de Moraes. 

 

Também na terça está programada uma audiência de conciliação entre a União, o INSS, a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal (MPF) sobre as indenizações a aposentados e pensionistas que sofreram descontos indevidos entre março de 2020 e março de 2025. O ministro Dias Toffoli, que convocou a audiência, determinou a suspensão da prescrição das ações indenizatórias movidas por aposentados e pensionistas do INSS que foram vítimas.

 

A segunda acareação reunirá o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército e testemunha do julgamento sobre tentativa de golpe. A acareação é uma ferramenta usada pelo Judiciário para esclarecer contradições entre os depoimentos.

 

Na agenda do plenário, estão marcados julgamentos presenciais para as próximas terça (24), quarta (25) e quinta (26). Essas três sessões devem, provavelmente, ser as últimas antes do recesso do Poder Judiciário, que começa a partir do dia 1º de julho. 

 

Na pauta das sessões está a retomada do julgamento sobre o artigo 19 do Marco Civil da Internet, a respeito de responsabilização das plataformas de redes sociais. Ainda faltam votar os ministros Edson Fachin e Nunes Marques e a ministra Cármen Lúcia.

 

O julgamento deve ser retomado com o voto do ministro Edson Fachin. Até o momento, sete ministros entendem que, diante da revolução no modelo de utilização da internet, com o uso massivo de redes sociais e de aplicativos de troca de mensagens, entre outros exemplos, a regra inserida no artigo 19 do Marco Civil da Internet não oferece proteção suficiente aos usuários.

 

Após o voto do ministro Edson Fachin, é provável que o julgamento só seja retomado na volta do recesso do Judiciário, no mês de agosto. O ministro Kássio Nunes Marques teria pedido ao presidente do STF um tempo maior para elaborar o seu voto, sem que seja necessário o pedido de vista.

 

Entre os ministros que votaram até o momento, Dias Toffoli e Luiz Fux, relatores dos recursos, afirmaram que a exigência de notificação judicial para retirada de conteúdo ofensivo é inconstitucional. Eles foram acompanhados pelo ministro Alexandre de Moraes. 

 

Já os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Gilmar Mendes consideram que a norma é parcialmente inconstitucional. Para eles, a obrigação deve ser mantida em algumas situações específicas, como as que apontam para o cometimento de crimes contra a honra, porque, nesses casos, a retirada da exigência poderia comprometer a proteção à liberdade de expressão.

 

O ministro André Mendonça, por sua vez, entende que a regra do artigo 19 é constitucional. Para o ministro, as plataformas têm legitimidade para defender a liberdade de expressão e o direito de preservar as regras de moderação próprias.

Sinais de que Mauro Cid deve jogar Gilson Machado aos leões se acumulam em nova investigação da PF
Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, tem dado sinais claros de que pretende se desvincular completamente do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, preso nesta sexta-feira (13) por suspeita de obstrução de justiça. A movimentação ocorre em meio à investigação da Polícia Federal que apura uma tentativa de obtenção irregular de passaporte português, supostamente para facilitar uma fuga de Cid para fora do país.

 

Aos interlocutores mais próximos, Cid negou qualquer envolvimento com ações feitas por Gilson Machado no consulado português de Recife. Segundo ele, não há contato entre os dois desde o fim de 2022, quando ainda integravam o núcleo próximo de Bolsonaro no governo federal. A versão foi reforçada mais de uma vez por Cid em conversas reservadas nesta quinta-feira (12), véspera das buscas realizadas pela PF em sua residência.

 

Gilson Machado, por sua vez, também tenta se desvencilhar da suspeita. Segundo informações do O globo, ele alegou que esteve no consulado apenas para solicitar a renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos, entre os dias 12 e 13 de maio. Ele afirmou não manter relação com Cid “há muito tempo”, embora não tenha conseguido precisar a data do último contato.

 

A linha do tempo, no entanto, complica a narrativa do ex-ministro: investigadores apontam que a suposta tentativa de emissão do passaporte para Cid teria ocorrido justamente no dia 12 de maio, sendo a mesma data mencionada por Machado em sua justificativa.

 

Outro elemento que reforçou o cerco em torno de Cid foi a movimentação de seus familiares. O pai, a esposa e uma das filhas do ex-ajudante de ordens deixaram o Brasil rumo aos Estados Unidos em 30 de maio. Embora nenhum deles tivesse restrições legais para sair do país, a PF acompanha o movimento com atenção, já que todos chegaram a ser investigados no caso das joias da Arábia Saudita, supostamente apropriadas ilegalmente por Bolsonaro.

 

A nova frente de investigação coloca em risco o acordo de delação premiada firmado por Cid com a Polícia Federal. Caso a tentativa de evasão do país se confirme, o benefício pode ser anulado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que também impactaria familiares que foram poupados judicialmente graças ao pacto.

 

A prisão de Gilson e a rápida movimentação de Cid para afastar qualquer responsabilidade indicam uma possível ruptura definitiva entre aliados do núcleo duro bolsonarista. 

Veja diz que Mauro Cid mentiu no STF e tenente-coronel chama matéria de "mentirosa"; Bolsonaro pede anulação da delação
Foto: Reprodução Redes Sociais

O tenente-coronel Mauro Cid, que na última segunda-feira (9) prestou depoimento aos ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, encerra a semana nesta sexta (13) com a Polícia Federal em sua casa e como alvo de um reportagem da revista Veja que afirma que ele teria mentido no interrogatório.

 

Nesta manhã de sexta, a Polícia Federal cumpriu mandado de prisão contra Mauro Cid, autorizado pelo STF, por articular uma fuga do Brasil em maio deste ano. Cid é acusado de ter buscado ajuda do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que também foi preso nesta manhã, para que conseguisse um passaporte português no Consulado de Portugal em Recife. 

 

Os agentes da PF estão ouvindo o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro sobre essa acusação de tentativa de fuga, e também a respeito de supostas provas obtidas pela revista Veja que mostrariam que Mauro Cid não teria falado a verdade no STF a respeito de conversas comprometedoras que manteve em uma rede social, por meio de uma conta em nome de outra pessoa. 

 

A reportagem foi publicada na edição da revista deste fim de semana, e que foi divulgada ainda na noite desta quinta (12).  De acordo com a matéria, Cid teria burlado a determinação do ministro Alexandre de Moraes de não usar redes sociais, por meio de uma conta no Instagram com o nome @gabrielar702. 

 

Por meio dessa conta, de acordo com a revista, o tenente-coronel mantinha conversas com colegas e pessoas diretamente interessadas no andamento das investigações pela tentativa de golpe. Nos diálogos, Cid, ou a pessoa que se utiliza da conta, fala abertamente das longas oitivas que estava tendo de enfrentar - “Foram três dias seguidos” - e do desconforto em relação ao trabalho dos investigadores - “Toda hora queriam jogar para o lado do golpe... e eu falava para trocar porque não era aquilo que tinha dito”. 

 

Nas mensagens obtidas pela revista, há várias citações a Alexandre de Moraes, identificado pelas iniciais “AM”. Em uma delas, o tenente-coronel supostamente diz ao interlocutor que o “jogo é sujo”, que as petições dos advogados não adiantam nada e que o ministro “já tem a sentença pronta” para condenar ele, “PR, Heleno e BN”, referência a Jair Bolsonaro e aos generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

 

Em outra conversa, apresentada na reportagem, Mauro Cid, ao fazer considerações sobre os depoimentos que estava prestando, é indagado sobre a postura do delegado que conduzia o inquérito. “Sabe tentar te conduzir para onde ele quer chegar”, teria ressaltou. O interlocutor então pergunta se “ele” é Alexandre de Moraes ou Luís Roberto Barroso, presidente do STF.

 

Neste momento, Cid teria respondido: ‘AM é o cão de ataque”, “Barroso é o iluminista pensador”. E arremata: “Quem executa é o AM”. As críticas a Moraes, aliás, são constantes, com algumas variações de nível. O ministro, segundo o delator, “tem talento”, mas para ser um “grande pensador Netflix”. “Não precisa de prova!!! Só de Narrativas!!!! E quando falam de provas... Metem os pés pelas mãos... Como foi com FM... que não viajou aos EUA”, ressalta o tenente-coronel, se referindo a Filipe Martins, o ex-auxiliar de Bolsonaro preso por ordem do ministro por supostamente ter tentado fugir do país, o que até hoje não foi comprovado.

 

Cid também teria se mostrado resignado com o futuro. “Eu acho que já perdemos... Os Cel PM (coronéis da Polícia Militar do Distrito Federal) vão pegar 30 anos... E depois vem para a gente”, diz o perfil no Instagram. Uma das alternativas naquele momento para evitar as prisões de todos, na avaliação dele, seria um movimento conduzido pela cúpula do Congresso. 

 

“Só o Pacheco ou o Lira vai (sic) nos salvar. O STF está todo comprometido. A PGR vai denunciar”, diz. A outra alternativa vislumbrada era a ascensão de Donald Trump, então candidato a presidente nos Estados Unidos, que poderia impor sanções ao Brasil. "Uma coisa que pode mudar... é uma vitória do Trump... E o Brasil começar a ter sanções... igual Nicarágua e Venezuela”, teria dito o tenente-coronel. 

 

Ainda na noite desta quinta (12), a defesa do tenente-coronel Mauro Cid negou que ele fosse o autor das mensagens apresentadas pela revista veja. A defesa do tenente-coronel pediu que o STF investigue o perfil no Instagram atribuído a ele e usado para fazer as críticas e desabafos.

 

“A defesa de Mauro César Barbosa Cid, vem perante essa Corte, através do eminente relator, ministro Alexandre de Moraes, para requerer, a abertura de investigação para apurar a titularidade e o uso dos perfis Gabriela R" ou "@Gabrielar702", disse a nota da defesa.

 

Além do pedido de investigação, Cid afirma que não usava o perfil, e que a matéria é mentirosa. "A defesa de Mauro Cid, vem, afirmar a total falsidade da matéria e de seu conteúdo. E o faz, afirmando que esse perfil não é e nunca foi utilizado por Mauro Cid, pois, ainda que seja coincidente com o nome de sua esposa (Gabriela), com ela não guarda qualquer relação."

 

No interrogatório desta semana no STF, Cid foi questionado pelo advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, se ele teria usado um perfil no Instagram que não está em seu nome. O defensor perguntou em seguida se ele conhecia o endereço 'Gabriela R'. "Esse perfil, eu não sei se é da minha esposa", afirmou Cid.

 

A revista Veja afirma que as mensagens a que teve acesso foram trocadas entre 29 de janeiro e 8 março de 2024. Na homologação do acordo de delação, em setembro de 2023, Moraes determinou, entre outras medidas, a proibição de usar redes sociais e de se comunicar com outros investigados.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou na manhã desta sexta (13) sobre a denúncia feita pela revista Veja. Em postagem na rede X, Bolsonaro afirma que a reportagem deixa claro que todo o processo no STF não passa de “farsa” e “perseguição”. 

 

“É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade”, afirmou.

 

“As mensagens de Mauro Cid escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, finalizou Bolsonaro.

 

No final de sua postagem o ex-presidente cobrou a anulação da delação de Cid e a soltura do general Braga Netto e de demais presos pelo 8/1.

 

"E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país, Apelo à consciência dos brasileiros, das instituições, dos parlamentares e da imprensa séria: reflitam sobre o preço dessa escalada autoritária. Chega dessa farsa. Não se constrói um país sobre mentiras, vingança e arbítrio", finalizou.

Em mesma operação de Gilson Machado, Mauro Cid recebe pedido de prisão e será ouvido pela PF
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, teria recebido um pedido de prisão durante a manhã desta sexta-feira (13). A medida, no entanto, teria sido descartada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que Cid seja ouvido pela Polícia Federal (PF) ainda nesta sexta, às 11h. Agentes da PF estão na casa dele neste momento, cumprindo somente mandados de busca e apreensão.

 

O ex-ajudante é investigado por articular uma fuga do Brasil em maio deste ano, buscando ajuda do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, que também foi preso esta manhã.

 

Na terça (10), a Procuradoria Geral da República (PGR) encaminhou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o ex-ministro. No documento, a entidade também defendeu que fosse realizada uma busca e apreensão e quebra de sigilo telefônico e de mensagens de Machado. (Atualizada às 10h30 para acrescentar informações)

Ex-ministro do Turismo na gestão Bolsonaro, Gilson Machado é preso pela PF em Recife
Foto: Alan Santos / PR

O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi preso sob a suspeita de colaborar para uma possível fuga de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), em maio deste ano. Machado foi detido pela Polícia Federal (PF) durante a manhã desta sexta-feira (13), em Recife (PE).

 

Segundo informações publicadas pelo Blog Andreia Sadi, do g1, a PF e a Procuradoria Geral da República (PGR) encontram indícios de que ele teria tentado emitir um passaporte português para Cid em maio de 2025, a fim de facilitar que o ex-ajudante de Bolsonaro deixasse o Brasil.

 

Na terça (10), a PGR encaminhou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o ex-ministro. No documento, a entidade também defendeu que fosse realizada uma busca e apreensão e quebra de sigilo telefônico e de mensagens de Machado.

VÍDEO: Cid confirma ter recebido dinheiro de Braga Netto para financiar acampamento golpista
Foto: TV Justiça

O tenente-coronel Mauro Cid confirmou, nesta segunda-feira (9), que recebeu um dinheiro do general Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em depoimento, ele falou que esse dinheiro era para ser usado para financiar os acampamentos golpistas. 

 

Ele é o primeiro dos oito acusados de integrarem o "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado tentado em 2022. O depoimento é prestado na 1ª Turma do STF, sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes.


"Lembro que o intuito, na minha cabeça, era manifestação apoiada pelo exército na frente dos quartéis. Então eu fui procurar o general Braga Neto para perguntar sobre se havia alguma maneira do partido ou alguém para ajudar, ele orientou que eu falasse com o pessoal do partido", iniciou o relato. 

 

Ele contou que pediu para o tesoureiro do partido Liberal, que disse não ter este dinheiro para bancar a manifestação. Após receber esta reposta do tesoureiro e comunicar ao Braga Netto, um valor foi arranjado. 


"O general Braga Netto trouxe uma quantia de dinheiro que eu também não sei precisar quanto foi. Eu que recebi do General Braga Netto, no Palácio da Alvorada. Estava numa caixa de vinho e, se bobear, no mesmo dia, eu passei para o major de Oliveira", contou ele, em depoimento.

 

Em depoimento ao STF, Mauro Cid garante que houve tentativa de golpe e minuta foi lida e alterada por Bolsonaro
Foto: Reprodução/TV Justiça

O tenente-coronel Mauro Cid afirmou, nesta segunda-feira (9), que a acusação de planejar o golpe de Estado contra os acusados é verídica. Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), ele garantiu que "presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles".

 

Ele é o primeiro dos oito acusados de integrarem o "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado tentado em 2022. O depoimento é prestado na 1ª Turma do STF, sob presidência do ministro Alexandre de Moraes.

 

O tenente-coronel explicou um pouco sobre uma das partes da minuta do golpe.

 

"Foi levado documento ao presidente, primeira parte considerando, listavam as possíveis interferências do STF e TSE [Tribunal Superior Eleitoral] no governo e nas eleições, e outra parte entrava em estado de defesa, sítio, prisão, autoridades e conselho eleitoral para refazer as eleições, algo parecido", disse ele. 

 

O tenente-coronel também garantiu que teve acesso ao documento, apresentado pelo assessor Felipe Martins, e declarou que o documento foi alterado por ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), onde colocaria apenas o relator do caso, Alexandre de Moraes, preso após o golpe. 

 

"Leu, enxugou documento, apenas o senhor [Alexandre de Moraes] ficaria como preso", falou Mauro Cid. 

Moraes agenda interrogatório de Bolsonaro e outros réus para segunda-feira
Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, agendou o início dos interrogatórios do ex-presidente Bolsonaro e outros réus na ação penal que investiga uma trama golpista para a próxima segunda-feira (9). O inquérito avalia a participação de diversos grupos na organização da trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

 

Segundo informações do G1, o primeiro a ser ouvido é o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que firmou uma delação premiada no inquérito. Além de Cid, serão ouvidos, em ordem alfabética: 

 

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.

 

Os interrogatórios serão feitos de forma presencial, com exceção do general Braga Netto, que está preso no Rio de Janeiro e, portanto, será interrogado por videoconferência.

PGR faz oposição a pedido de anulação da delação de Cid: "Não há fato novo"
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, enviou uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) se opondo ao pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro de anular a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. 

 

Paulo Gonet, em seu entendimento, acredita que "não há fato novo que justifique" o cancelamento do acordo celebrado com o militar. A defesa do ex-presidente afirma que o tenente-coronel foi pressionado em sua delação. 

 

“É expressivo que o colaborador, em sua resposta preliminar, haja pleiteado a manutenção de todos termos ajustados no seu acordo, reforçando a voluntariedade da pactuação e o seu compromisso com o cumprimento das cláusulas estabelecidas”, iniciou o PGR, falando sobre o pleiteamento do próprio do Mauro Cid. 

 

“O colaborador esteve sempre acompanhado dos seus ilustres patronos constituídos. Nos referidos autos, a Procuradoria-Geral da República se manifestou, em mais de uma oportunidade, pela manutenção do acordo de colaboração premiada, o que foi acolhido judicialmente”, complementou ele. 

Cid disse que Michelle "quase pirou" com mudança do Palácio; para a ex-primeira-dama, o militar tem "perturbação mental"
Foto: Reprodução Instagram

Citada na delação do tenente-coronel Mauro Cid, conforme consta na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro disse nesta sexta-feira (21) que o ex-assessor do seu marido, Jair Bolsonaro, teria “perturbações mentais”. Michelle falou rapidamente com a imprensa após participar da Seminário de Comunicação do PL, que acontece em Brasília.

 

A ex-primeira-dama disse ainda não estar preocupada com a denúncia oferecida contra Jair Bolsonaro, que ambos não “têm o que temer” e que “a verdade prevalecerá”. Perguntada se ela teria apoiado iniciativas golpistas, Michelle Bolsonaro respondeu: “por favor, olha pra minha cara”. 

 

Em sua delação, o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro afirmou que Michelle Bolsonaro “quase pirou” e “entrou em pânico” quando viu a mudança da família ser retirada do Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022. A declaração consta em um dos vídeos liberados com depoimentos de Mauro Cid liberados nesta quinta (20) pelo ministro Alexandre de Moraes.

 

“E a própria primeira-dama, desespero de mulher, que quando ela viu a mudança dela saindo, ela quase que pirou, né? Entrou em pânico. Ela falava para a gente fazer alguma, que tinha que fazer alguma coisa”, disse Cid.

 

De acordo com o militar, a ex-primeira-dama fazia parte de uma ala mais radical no entorno de Jair Bolsonaro (PL), que o instigava a promover um golpe de Estado. Michelle, entretanto, não foi indiciada no inquérito que apurou a tentativa de golpe após a eleição de Lula em 2022.

 

No discurso que fez durante o seminário do PL, a ex-primeira-dama afirmou que “nunca mais teve um dia de paz” desde o final do governo Bolsonaro. Michelle disse também que ela e o marido continuarão “de pé”, salientando que as acusações da PGR contra Bolsonaro são “narrativas” e que a Justiça “não tem provas”. 

 

Ainda segundo Michelle, o ex-presidente Bolsonaro estaria sendo alvo de perseguições. “O povo de bem está acordando e precisa estar firme. É só um momento difícil que nós estamos passando. Não desistam. Não vão nos calar. A nossa tropa é imparável e estaremos fundamentados na verdade sempre”, afirmou.

 

A ex-primeira-dama colocou ainda que Jair Bolsonaro foi um “divisor de águas no país” e pediu a volta do marido ao poder. “No Brasil, só há dois lados. Ou você é do lado da verdade ou da mentira. Ou você é do lado da vida, ou da morte”, declarou Michelle Bolsonaro. 
 

VÍDEO: Mauro Cid passa mal ao ouvir voz de prisão em audiência no STF; tenente desmaia minutos após sessão
Foto: Reprodução / STF

O tenente-coronel Mauro Cid passou mal após ser comunicado que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, havia determinado a sua segunda prisão, em 22 de março de 2024. As imagens, divulgadas nesta quinta-feira (20), mostram o momento em que Cid recebe o comunicado do juiz instrutor Airton Vieira.

 

Na ocasião, o ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro foi chamado a depor a Suprema Corte após áudios divulgados pela revista Veja sugerirem que o Cid estaria sendo pressionado por investigadores da Polícia Federal durante a delação. Em audiência, o militar negou o ocorrido. 

 

 

No fim da sessão, o juiz instrutor anunciou a prisão de Mauro Cid. "Eu tenho, no entanto, que cientificar a todos que o senhor ministro relator Alexandre de Moraes, nos autos da PET 11.767 do Distrito Federal, decidiu e decretou a prisão preventiva do senhor Mauro Cesar Barbosa Cid", enunciou.

 

Cid e sua defesa foram instruídos ainda que a prisão deveria ser "imediatamente cumprida" e os eventuais questionamentos deveriam ser formalizados nos autos do processo. O delator aparece, então, passando mal ao receber o comunicados, mexendo no rosto, na camisa e se movimentando na cadeira. O incômodo ainda é percebido por seguranças. 

 

Minutos após o final da sessão, Mauro Cid desmaia e é atendido por uma equipe de socorristas do Supremo Tribunal Federal. O momento não foi registrado pela gravação. O militar é atendido antes de ser direcionado por policiais a um presídio militar em Brasília.

Delação: Mauro Cid diz que entregou US$ 86 mil em espécie a Bolsonaro da venda de relógios e joias
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

A delação do tenente-coronel Mauro Cid trouxe novos elementos que podem complicar o ex-presidente Jair Bolsonaro nos inquéritos sobre a venda de joias e a falsificação do cartão de vacinação. Em depoimento à Polícia Federal (PF), o ex-ajudante de ordens afirmou que entregou um total de US$ 86 mil em espécie ao ex-presidente, oriundos da venda de relógios de luxo e kits de joias recebidos durante seu mandato. 

 

Além disso, Cid relatou ter recebido uma “ordem” direta de Bolsonaro para falsificar os cartões de vacinação dele e de sua filha, entregando pessoalmente o documento ao ex-presidente.

 

Bolsonaro foi indiciado pela PF por peculato, no caso da venda das joias, e por fraude na inserção de dados falsos em documentos públicos.

 

VENDA DE JOIAS

De acordo com o depoimento de Cid, os valores foram obtidos com a venda de relógios das marcas Rolex e Patek Philippe à loja Precision Watches, na Filadélfia, nos Estados Unidos, totalizando US$ 68 mil. O montante foi pago em remessas fracionadas de US$ 30 mil, US$ 10 mil e US$ 20 mil, além de outras parcelas não especificadas.

 

Outros US$ 18 mil foram arrecadados com a venda de um kit de joias da marca Chopard a uma loja localizada no Seybold Jewlery, em Miami, nos EUA. O sigilo da delação foi retirado na quarta-feira (14) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por homologar o acordo.

 

Segundo Cid, os valores foram depositados na conta de seu pai, o general Mauro Cesar de Lourena Cid, que morava nos Estados Unidos. Posteriormente, as quantias foram entregues em espécie a Bolsonaro, de forma parcelada. O objetivo, segundo Cid, era evitar que os recursos circulassem no sistema bancário.

 

O ex-ajudante de ordens detalhou o processo de repasse, mencionando que um dos pagamentos ocorreu em Nova York, durante a participação de Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, quando US$ 30 mil foram entregues ao então presidente. Outro pagamento, de US$ 18 mil, foi feito em Miami. Já no final de 2022, Lourena Cid viajou ao Brasil para um evento da Apex e entregou US$ 10 mil ao ex-presidente.

 

No final de fevereiro de 2023, Bolsonaro recebeu do pai de Mauro Cid US$ 20 mil, e o restante foi entregue em março do mesmo ano, por intermédio de Osmar Crivelati, assessor direto do ex-presidente, de acordo com delação.

 

FALSIFICAÇÃO DO CARTÃO DE VACINA

Além da venda das joias, a delação também trouxe detalhes sobre a suposta fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e sua filha. Mauro Cid afirmou que recebeu uma “ordem” do ex-presidente para falsificar os registros de imunização.

 

“Confirma (que) recebeu a ordem do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha Laura Bolsonaro; que esses certificados foram impressos e entregues em mãos ao presidente”, consta no depoimento.

 

O objetivo, segundo Cid, era garantir um certificado falso para eventuais necessidades, incluindo viagens internacionais. Em dezembro de 2022, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos, país que à época exigia a comprovação de vacinação contra a Covid-19 para entrada de viajantes, com exceção de chefes de Estado.

Após derrubada de sigilo nos depoimentos, Moraes restringe a liberação dos vídeos das audiências de Mauro Cid
Mauro Cid

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter em sigilo os vídeos de audiência de delação feita pelo tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal. Segundo o ministro, os vídeos não serão liberados ao público geral, apenas para as defesas envolvidas e ao Ministério Público, por conta da privacidade e segurança dos servidores e juízes auxiliares.

 

O ministro Alexandre de Moraes resolveu, nesta quarta-feira (19), derrubar o sigilo dos depoimentos de Mauro Cid, vetado apenas os vídeos. 

 

“Ocorre que, no presente momento processual, uma vez oferecida a denúncia pelo procurador-geral da República, para garantia do contraditório e da ampla defesa, não há mais necessidade da manutenção desse sigilo, devendo ser garantido aos denunciados e aos seus advogados total e amplo acesso a todos os termos da colaboração premiada”, escreveu o ministro do STF, ao derrubar o sigilo.

Citado na delação de Mauro Cid, Carlos Bolsonaro retruca: “Não é apenas um pobre coitado”
Carlos Bolsonaro

O vereador Carlos Bolsonaro (PL), do Rio de Janeiro, se pronunciou na rede social X, antigo Twitter, após ser citado, na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, como um dos chefes do “gabinete do ódio”. O vereador disse que as acusações feitas pelo militar são falsas e sem comprovação, além de falar que Cid não é um “pobre coitado que sofria ameaças para delatar”.


O filho do ex-presidente também debochou do delator, dizendo que ele tem “curso de bolinhas de gude e peteca” no exército. Além disso, em postagem, também relembrou do ex-assessor Filipe Martins, preso em 8 de fevereiro de 2024, por tentativa de golpe de estado.


“Isso sim é um perseguido político, e não aqueles que nitidamente tramaram contra o povo brasileiro, conduzindo inocentes — que nem chegaram perto da Praça dos Três Poderes — e encaminhando-os para a ‘câmara de gás'”, escreveu ele.

 

 


O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes derrubou, nesta quarta-feira (19), o sigilo da delação feita por Mauro Cid. Em depoimento feito pelo tenente-coronel, ele contou sobre o “gabinete do ódio” e como funcionava para compartilhar fake news e atacar adversários políticos e autoridades.


“Respondeu que sim; que era o Carlos Bolsonaro que ditava o que eles teriam que colocar, falar; que basicamente o que acontecia era que o ex-presidente tomava conta de sua rede social Facebook; que Carlos Bolsonaro tomava conta das outras redes do ex-Presidente (Instagram, o X e os outros); que o ex-presidente todo dia de manhã queria postar alguma coisa no Facebook, e às vezes o Carlos replicava nas outras redes”, diz ele em trecho do depoimento.

Moraes tira sigilo de depoimentos de Mauro Cid e determina prazo para defesa de denunciados
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), estabeleceu a retirada do sigilo da delação premiada efetuada em 2024 pelo tenente-coronel Mauro Cid. O militar era ex-ajudante do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na decisão, Moraes abriu um prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República apresentem suas defesas por escrito. 

 

A medida chega após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter apresentado ao STF uma denúncia contra Bolsonaro por envolvimento em um plano de golpe de Estado depois das eleições de 2022

 

O ministro do STF argumentou que a denúncia apresentada por Gonet encerra o período de investigação e justifica o fim do sigilo da delação, segundo a Folha de S.Paulo. 

 

"A manutenção geral do excepcional sigilo da colaboração premiada não mais se justifica na preservação ao interesse público, pois não é mais necessária, nem para preservar os direitos assegurados ao colaborador, nem para garantir o êxito das investigações", afirmou o ministro.

 

De acordo com a reportagem, após o posicionamento das defesas é que a Primeira Turma do STF vai se reunir para debater se vai aceitar a denúncia da PGR. Caso seja acolhida, os denunciados se tornam réus. 

 

"Os prazos serão simultâneos a todos os denunciados, inclusive ao colaborador, uma vez que, somente os réus —uma vez instaurada eventual ação penal— têm o direito de apresentar alegações finais após a manifestação das defesas dos colaboradores", apontou Moraes

Delação: Mauro Cid afirma que Michelle e Eduardo Bolsonaro eram de ala “mais radical” da trama golpista
Foto: Reprodução / Redes Sociais

O ex-chefe da Ajudância de Ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou no primeiro depoimento de sua colaboração premiada que a ala "mais radical" do grupo que defendia um golpe de Estado no Brasil no final de 2022 incluía a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

 

"Tais pessoas conversavam constantemente com o ex-presidente, instigando-o para dar um golpe de Estado, afirmavam que o ex-presidente tinha o apoio do povo e dos CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] para dar o golpe", diz a transcrição do depoimento de Cid, que agora vem a público.

 

O relatório final da investigação da Polícia Federal sobre a trama golpista, concluído em 21 de novembro de 2024 —ou seja, um ano e três meses após o depoimento inicial de Cid—, não traz Michelle nem Eduardo entre os 40 indiciados.

 

O nome da ex-primeira-dama nem é mencionado no documento. Eduardo é citado apenas de forma lateral, no contexto de que seu nome aparecia como contato no telefone celular de um dos investigados.

 

O relatório da PF está sob análise da Procuradoria-Geral da República, a quem cabe oferecer denúncia ao STF contra os 40 suspeitos ou arquivar os indiciamentos.

 

Michelle e Eduardo são atualmente cotados para disputar a Presidência em 2026, no lugar de Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.

 

A íntegra do depoimento de Cid, datada de 28 de agosto de 2023, foi obtida pelo colunista Elio Gaspari. Em novembro daquele ano, o UOL revelou que a delação de Cid apontava Michelle e Eduardo como incitadores do golpe.

Defesa de Braga Netto ataca delação de Mauro Cid e descarta colaboração premiada: “Mentiroso contumaz”
Foto: Fernando Frazão / EBC

O advogado do general Braga Netto, José Luis Oliveira Lima, criticou duramente a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que apontou o envolvimento do ex-ministro em um suposto plano para manter Jair Bolsonaro no poder por meio de um golpe de Estado. Em entrevista à GloboNews, Lima chamou Cid de "mentiroso contumaz" e sugeriu uma acareação entre os dois militares.

 

“Ele [Braga Netto] não praticou crime algum. Como é que pode dar credibilidade a uma fala de um sujeito que mentiu o tempo inteiro e estava desesperado?”, questionou o advogado, descartando a possibilidade de o general negociar uma colaboração premiada.

 

Braga Netto está preso preventivamente desde 7 de dezembro, acusado de tentar obstruir investigações sobre o plano golpista. No inquérito, ele foi indiciado por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

 

No último dia 24, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou um pedido da defesa para revogar a prisão preventiva. Moraes argumentou que não houve fatos novos que justificassem uma mudança na medida cautelar.

 

Em nota, os advogados de Braga Netto classificaram a decisão como "previsível", mas reafirmaram que não há provas contra o general. “A decisão do ministro de manter a custódia do general era previsível, apesar de a defesa entender que não há absolutamente nenhuma prova que justifique a sua prisão. Vamos aguardar o julgamento do agravo pela Turma”, declarou Lima.

Mauro Cid acreditava na possibilidade de golpe de Estado após posse de Lula, revela relatório da PF
Foto: Lula Marques / EBC

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, alimentava a crença de que um golpe de Estado, com apoio das Forças Armadas, ainda seria possível após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto, em 2023.

 

A informação foi revelada no relatório final da Polícia Federal sobre o inquérito relacionado ao golpe, cujo sigilo foi levantado na terça-feira (26) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

 

O documento da PF destaca que a expectativa de um golpe de Estado, apoiado pelos militares, perdurou durante a vigência do novo governo, especialmente após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e destruíram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

 

Segundo o relatório, Gabriela Cid, esposa de Mauro Cid, enviou ao militar imagens do momento em que os golpistas atacaram as instituições. Em resposta, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou que, caso o Exército brasileiro saísse dos quartéis, seria para aderir ao golpe de Estado.

PF encontra fotos comprometedoras de general preso sob suspeita de planejar morte de Lula
Foto: Reprodução

Preso por suspeita de planejar as mortes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o general Mario Fernandes esqueceu algumas fotos comprometedoras na nuvem. As selfies feitas pelo ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência do governo Bolsonaro foram encontradas pela Polícia Federal. 

 

Os arquivos obtidos pelo site Metrópoles mostram Mario Fernandes sorridente em manifestações com faixas que pediam “intervenção federal” em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, para evitar a posse de Lula.  

 

Foto: Arquivo pessoal

 

O militar da reserva remunerada atuou como chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República, durante o governo Bolsonaro, no período de outubro de 2020 a janeiro de 2023.

 

As fotos que chamaram a atenção da Polícia Federal já não constavam no celular que o militar vinha usando. O atual aparelho, mais moderno que o utilizado para as fotos, foi “resetado” em junho de 2023.

 

“Sobre os arquivos com registro de criação no mês de novembro de 2022, foram identificados itens mais relevantes. Salvas no dia 02/11/2022, foram encontradas 7 imagens de MARIO registrando sua presença em manifestações ocorridas em frente ao Quartel-General do Exército Brasileiro, em Brasília”, diz trecho do relatório da PF.

 

Analisando os metadados das imagens, a PF confirmou que as selfies foram registradas em um aparelho iPhone XR, modelo diferente do que está sendo objeto de análise do presente relatório. Fato que indica que, possivelmente, era este o aparelho utilizado por Mario Fernandes na época. 

 

Foto: Arquivo pessoal

 

O general foi citado por Mauro Cid na delação premiada como um dos militares mais radicais. Segundo a PF, ele integraria um grupo de militares de alta patente que agiam para influenciar a consumação de um golpe de Estado.

 

Em fevereiro deste ano, Mario Fernandes foi alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis. Contra ele pesam registros de idas ao acampamento montado nas adjacências do QG do Exército e relação direta com manifestantes radicais que atuaram no período pós-eleições de 2022.

 

Foto: Arquivo pessoal

Mauro Cid afirma que Bolsonaro sabia do plano golpista e comandava sua organização
Foto: Felipe Sampaio/STF

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), confirmou, em depoimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que o ex-presidente sabia do plano de execução de Lula, Alckmin e Moraes.

 

De acordo com o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, o ex-ajudante de ordens confirmou que sabia do esquema, e afirmou que o ex-presidente não só sabia de tudo, como também era o organizador do esquema.

 

Segundo Bitencourt, Cid participou “como assessor, verificou os fatos e indicou esses fatos ao seu chefe, que teria toda a liderança”. Além disso, o advogado também afirmou que Cid apenas sabia que as reuniões foram realizadas e com quem teriam sido realizadas, sem saber de mais detalhes.

 

Na terça-feira (19), no entanto, Cid prestou um depoimento negando ter conhecimento de um plano para golpe de estado em dezembro de 2022. Na ocasião ele havia sido chamado para depor após a PF recuperar dados apagados do computador dele e também foi interrogado sobre o plano golpista para matar Lula, Moraes e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

 

Cid foi preso pela primeira vez em maio de 2023, em uma operação que investigava falsificação de cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessore, tendo sido, posteriormente, solto. Além disso, foi investigado também em outros casos polêmicos envolvendo o ex-presidente, como o das joias sauditas e o das milícias digitais.

STF mantém benefícios de delação premiada de Mauro Cid após esclarecimentos a Moraes
Foto: Lula Marques / EBC

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou que a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, foi mantida após ele prestar esclarecimentos ao ministro Alexandre de Moraes nesta quinta-feira (21). O depoimento entre Cid e o magistrado durou cerca de três horas, começando às 13h30.

 

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro chamado a prestar esclarecimentos após a PF identificar contradições em seu depoimento anterior e apontar omissões relacionadas a mensagens trocadas com militares da reserva sobre supostos planos golpistas no final de 2022.

 

“Após três horas de audiência, o ministro Alexandre de Moraes confirmou a validade da colaboração premiada de Mauro Cid. O ministro considerou que o colaborador esclareceu as omissões e contradições apontadas pela Polícia Federal”, disse o STF, em nota.

 

Cid deve prestar esclarecimentos depois de um relatório da Polícia Federal apontar omissões e contradições entre seu depoimento da última terça-feira (19) e as descobertas dos investigadores sobre um plano para matar autoridades em 2022.

 

O tenente-coronel foi preso em 3 maio de 2023, no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ele ficou preso em um batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, até 9 de setembro, quando firmou a colaboração premiada com a PF e foi solto por decisão do ministro do STF.

Moraes marca depoimento de Cid após PF apontar omissões de militar em delação premiada
Foto: Gustavo Moreno / SCO / STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes marcou para quinta-feira (21), às 14h, o depoimento do tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A oitiva será realizada no STF para esclarecer contradições no depoimento prestado por Mauro Cid nesta terça-feira (19) à Polícia Federal. 

 

A PF enviou ao ministro uma cópia do depoimento, em que cita trechos nos quais os investigadores consideram que houve omissão ou contradição nas perguntas relacionadas ao plano golpista para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e Moraes.  

 

No ano passado, Cid assinou acordo de delação premiada com a PF e se comprometeu a revelar os fatos que teve conhecimento durante o governo de Bolsonaro.  

 

No entanto, segundo a defesa de Cid, ele não tem conhecimento sobre a tentativa de golpe e não omitiu nenhuma informação durante a oitiva na PF.  

 

De acordo com relatório da Operação Contragolpe, uma das reuniões da trama golpista foi realizada na casa do general Braga Netto, em Brasília, no dia 12 de novembro de 2022, e teve a participação de Mauro Cid.

Ex-ajudante de Bolsonaro, Mauro Cid prestará novo depoimento à PF na terça-feira
Foto: Lula Marques / EBC

O tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestará novo depoimento à Polícia Federal (PF), na próxima terça-feira (19), em Brasília. Cid fechou acordo de colaboração premiada após ter sido preso no âmbito do inquérito que apura fraudes em certificados de vacinação contra a Covid-19. As informações são da Agência Brasil.

 

Além do caso referente às vacinas, ele cooperou com a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado que teria sido elaborada no alto escalão do governo Bolsonaro e também é implicado no esquema de venda de joias e presentes entregues ao ex-presidente por autoridades estrangeiras.

 

O advogado de Cid, Cezar Bittencourt, disse à Agência Brasil, neste domingo (17), que não há “nenhuma preocupação” da defesa de que o acordo de delação de Cid seja reavaliado. Segundo Bittencourt, é comum que novas informações surjam durante o inquérito e a polícia procure novamente as pessoas que estão sendo investigadas.

 

Mas, se a Polícia Federal concluir que Mauro Cid não cumpriu as obrigações do acordo, o ex-ajudante de ordens poderá ser alvo de um pedido de rescisão da colaboração. A medida não anularia a delação, mas cancelaria os benefícios, entre eles, o direito de permanecer em liberdade.

 

Mauro Cid foi preso em 3 maio de 2023, no âmbito da Operação Venire, que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Ele ficou preso em um batalhão da Polícia do Exército, em Brasília, até 9 de setembro, quando firmou a colaboração premiada com a PF e foi solto por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

 

As investigações apontaram que o ex-presidente Bolsonaro e integrantes de seu governo, incluindo ministros de Estado e militares, formularam uma minuta, com a participação de Bolsonaro, que previa uma série de medidas contra o Poder Judiciário, incluindo a prisão de ministros da Suprema Corte. Esse grupo também promoveu reuniões para impulsionar a divulgação de notícias falsas contra o sistema eleitoral brasileiro.

 

Mensagens encontradas no celular de Mauro Cid mostram que, apesar de relatórios e reuniões garantirem que as urnas eletrônicas são seguras, deu-se continuidade à elaboração da minuta do golpe.

 

Em março deste ano, Cid foi preso novamente por descumprimento de cautelares impostas e por obstrução de Justiça. Na ocasião, houve o vazamento de áudios em que o ex-ajudante de ordens critica a atuação do relator dos casos, ministro Alexandre de Moraes, e afirma que foi pressionado pela PF a delatar episódios dos quais não tinha conhecimento ou “o que não aconteceram”. 

 

Mauro Cid foi solto novamente em maio, em liberdade provisória concedida pelo ministro.

 

Alexandre de Moraes decidiu manter a validade do acordo de delação após a confirmação das informações pelo militar, durante a audiência na qual ele foi preso.

Mauro Cid e pai vão depor à PF em cidades diferentes; confira detalhes
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid e o pai dele, o general da reserva Mauro Lourena Cid, vão depor à Polícia Federal no mesmo dia e horário, mas em cidades diferentes.

 

Os dois depoimentos foram marcados para a terça-feira (18), no mesmo horário: 15h. O do Mauro Cid será na sede da PF em Brasília. Já o do pai dele será no Serviço de Inteligência da PF do Rio de Janeiro, onde o general mora.

 

Os mandatos de intimação foram enviados pela PF nessa quarta-feira (12) e ressaltam que eles foram intimidados para depor no inquérito que apura o caso das joias sauditas comercializadas por Bolsonaro, conforme publicação do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

Em sigilo, Mauro Cid passa a tarde na PF para dois procedimentos
Foto: Lula Marques / Agência Brasil

Preso desde 22 de março por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid passou a tarde desta terça-feira (9) na sede da Polícia Federal, na região central de Brasília.

 

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro deixou o Batalhão de Polícia do Exército, onde está preso, no início da tarde sob forte esquema de segurança e só retornou ao local no início da noite.

 

Segundo fontes da PF, Cid esteve na sede da corporação para duas coisas: 1) assinar a degravação de seus depoimentos anteriores e 2) prestar novo depoimento esclarecendo dúvidas do delegado. As informações são do Metrópoles.

Cid passa mal e é atendido após desmaiar durante depoimento ao STF
Foto: Reprodução / CNN

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, apresentou mal-estar durante depoimento nesta sexta-feira (22) no STF (Supremo Tribunal Federal). Após a decisão de prisão do militar, Cid teve tontura, desmaiou e foi atendido por uma equipe médica da Suprema Corte.

 

A Polícia Federal realizou busca e apreensão nesta sexta-feira (22) na residência de Mauro Cid em Brasília. O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro voltou a ser preso após prestar depoimento sobre áudios vazados em que ele critica Alexandre de Moraes e a Polícia Federal. As informações são da CNN.

 

Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premiada, que durou cerca de uma hora e meia, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido por Moraes por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça.

Cid volta a ser preso por determinação do STF após depor sobre áudios vazados
Foto: Arquivo / Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid voltou a ser preso nesta sexta-feira (22). A ordem de prisão preventiva do militar foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O Supremo informou que o ex-ajudante de Jair Bolsonaro (PL)  foi preso por descumprimento de medidas judiciais e por obstrução de Justiça.

 

Cid foi preso depois do vazamento de áudios em que ele afirma ter sido pressionado pela Polícia Federal durante depoimentos, e também faz críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF. As gravações foram divulgadas pela revista "Veja" nesta quinta-feira (21).

 

Antes de ser preso, Cid foi ouvido, no STF, por um juiz auxiliar do ministro Alexandre de Moraes sobre o conteúdo dos áudios revelados pela revista.

 

Segundo o STF, Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal pela Polícia Federal. Além disso, agentes da PF cumpriram mandado de busca e apreensão na residência do militar.

Veja divulga áudios em que Cid critica PF e Alexandre Moraes, diz que suas falas foram distorcidas e que Bolsonaro ficou rico
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A revista Veja antecipou na noite desta quinta-feira (21) a sua reportagem de capa, e o tema é bombástico: a publicação obteve com exclusividade uma série de áudios em que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo Jair Bolsonaro, durante conversa com uma amiga que não foi identificada, faz diversas revelações e críticas à Polícia Federal, ao Ministério Público e também ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. 

 

Cid, em um extenso desabafo, disse que as suas declarações no acordo de delação premiada teriam sido distorcidas, assim como informações foram tiradas de contexto e outras omitidas pela Polícia Federal. O tenente-coronel, que voltou a depor na Polícia Federal na última segunda-feira, 11, faz diversas críticas à conduta dos agentes da PF, assim como à investigação sobre a tentativa de um golpe de estado pelo governo Bolsonaro. 

 

.“Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. Você pode falar o que quiser. Eles não aceitavam e discutiam. E discutiam que a minha versão não era a verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo”, afirmou Mauro Cid.

 

Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsnaro, a Polícia Federal, ao tomar o seu depoimento, já estaria com uma “narrativa” pronta, e teria tentado encaixar a versão de Cid a fatos pré-determinados. 

 

“Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E todas as vezes eles falavam: ‘Ó, mas a sua colaboração. Ó, a sua colaboração está muito boa’. Ele (o delegado) até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por nove negócios de vacina, nove tentativas de falsificação de vacina. Vai ser indiciado por associação criminosa e mais um termo lá’. Ele falou assim: ‘Só essa brincadeira são trinta anos para você’.”

 

Sobre Alexandre de Moraes, o tenente-coronel Mauro Cid faz duras críticas ao ministro do STF. Moraes é o responsável pelas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no final do governo Bolsonaro, assim como sobre a venda de joias e registros de vacina falsificados. 

 

“O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta, quando ele quiser, como ele quiser. Com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação”, disse.

 

Mauro Cid também faz uma revelação que não consta em nenhum de seus depoimentos à Polícia Federal: a de que o ministro Alexandre de Moraes teria mantido um suposto encontro com o ex-presidente Bolsonaro. 

 

“Eu falei daquele encontro do Alexandre de Moraes com o presidente, eles ficaram desconcertados, desconcertados. Eu falei: ‘Quer que eu fale?’.”

 

Em outro trecho, o tenente-coronel volta a criticar o ministro do STF: “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta, acho que essa é que é a grande verdade. Ele já tem a sentença dele pronta. Só tá esperando passar um tempo. O momento que ele achar conveniente, denuncia todo mundo, o PGR acata, aceita e ele prende todo mundo”. 

 

Os áudios obtidos pela revista Veja também mostram um Mauro Cid ressentido com ex-companheiros de governo, pelos prejuízos que sofreu com os processos a que responde. Em dado momento, o tenente-coronel faz críticas também ao ex-presidente Jair Bolsonaro. 

 

“Quem mais se f... fui eu. Quem mais perdeu coisa fui eu. O único que teve pai, filha, esposa envolvido, o único que perdeu a carreira, o único que perdeu a vida financeira fui eu. Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?", disse.

 

Há ainda nos áudios uma tentativa de Mauro Cid de justificar os motivos que o levaram a colaborar com a Polícia Federal e fechar um acordo de delação premiada. 

 

“Se eu não colaborar, vou pegar trinta, quarenta anos. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia… Vai entrar todo mundo em tudo. Vai somar as penas lá, vai dar mais de 100 anos para todo mundo. Entendeu?. A cama está toda armada. E vou dizer: 'os bagrinhos estão pegando dezessete anos'. Teoricamente, os mais altos vão pegar quantos?”, questionou Mauro Cid. 

 

“Ouvindo a conversa, a impressão que se tem é que há dois Cids diferentes na mesma pessoa — o colaborador, cujas informações têm sido fundamentais para desnudar a tentativa de golpe, e o injustiçado, cujas palavras estão sendo modificadas por policiais enviesados. Um deles, evidentemente, não diz a verdade”, diz a revista Veja em sua reportagem de capa. 
 

Áudio de Mauro Cid revela que empresários encorajaram Bolsonaro a “virar o jogo” após derrota nas urnas
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

A Polícia Federal encontrou uma gravação do tenente-coronel Mauro Cid em que ele afirma que empresários encorajaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a “virar o jogo” depois da derrota nas urnas, nas eleições de 2022. 

 

Segundo informações do blog Bernardo Mello Franco, do O Globo, a mensagem trata de uma reunião em novembro de 2022, cerca de um mês depois de Lula ter vencido a eleição presidencial. Neste período, como aponta investigação da PF, Bolsonaro seguia encastelado no Palácio da Alvorada, conspirando para dar um golpe de Estado e seguir no poder. 

 

No áudio, Cid cita os donos de três marcas famosas: Luciano Hang, da Havan; Meyer Nigri, da Tecnisa; e Afrânio Barreira, do Coco Bambu. Ele também menciona “aquele cara da Centauro”, que para a Polícia Federal é uma provável referência a Sebastião Bomfim.

 

Os quatro contestaram o relato, em nota enviada à imprensa, e negaram ter participado da trama golpista.

Alexandre de Moraes era “professora” em diálogos que monitoravam rotina do ministro
Foto: Rosinei Coutinho/ SCO/ STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tinha um “codinome” nos diálogos envolvendo os então assessores da presidência da República Marcelo Câmara e Mauro Cid. Ele era chamado de "professora". Em registros telemáticos, ambos trocam informações sobre a rotina de Moraes, que incluíam o deslocamento do ministro entre Brasília e São Paulo, onde mantém residência fixa.

 

De acordo com as investigações da Polícia Federal (PF), os investigados tinham informações privilegiadas sobre a rotina de Moraes, o que supostamente envolveria uso de equipamentos “fora do alcance legal das autoridades de controle oficiais”. 

 

“As reuniões ocorridas no Palácio da Alvorada, no contexto das quais foi apresentada a minuta do decreto de golpe de Estado, que previa a prisão do ministro do STF, a representação salienta que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, capturando e detendo o então chefe do Poder Judiciário Eleitoral. As investigações também demonstram que, pelo menos, desde o dia 15.12.2024, Marcelo Costa Câmara já possuía o itinerário exato do deslocamento do ministro pelos próximos 15 dias”, aponta a Procuradoria-Geral da República em manifestação no processo.

 

Em um trecho da decisão que resultou na Operação Tempus Veritatis, Moraes repassa outro trecho apontado pela PGR. “Intitulado como "professora", a vida privada e a liberdade de locomoção do Ministro foram acompanhadas pelo grupo criminoso, ao menos até seu retomo de São Paulo para Brasília, para presenciar a cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva como Presidente da República”, detalha.

Ex-ministros de Bolsonaro e Valdemar Costa Neto são alvos de operação da PF
Foto: Marcos Corrêa/PR

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (8), uma operação contra suspeitos de envolvimento na suposta tentativa de golpe para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Entre os alvos estão nomes como o ex-candidato a vice na chapa do ex-presidente, Braga Neto, o general Augusto Heleno, que ocupou o Gabinete de Segurança Institucional, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres.

 

De acordo com a jornalista Andreia Sadi, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também é alvo de mandados. Dois ex-assessores especiais de Bolsonaro, Marcelo Câmara e Filipe Martins, são alvos de mandados de prisão.

 

Batizada de Operação Tempus Veritatis, a PF apura "organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder".

 

Conforme informações de Sadi, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

 

Essa é a primeira operação derivada das investigações do dia 8 de janeiro de 2023 que tem como alvos diretos militares e ex-militares. Braga Netto e Augusto Heleno são generais e Marcelo Câmara é coronel. O Exército acompanha o cumprimento dos mandados, frutos da delação de tenente-coronel Mauro Cid.

CGU conclui que é falso o certificado de Jair Bolsonaro de que se vacinou contra Covid
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu, nesta quinta-feira (18), que é falso o registro de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A CGU investigou a suposta imunização de Bolsonaro contra a covid-19 que consta de seu cartão de vacinação. A Controladoria abriu investigação a partir de um pedido à Lei de Acesso à Informação (LAI) formulado no fim de 2022.

 

Os dados atuais do Ministério da Saúde, que aparecem no cartão de vacinação, apontam que o ex-presidente se vacinou em 19 de julho de 2021 na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, na zona norte de São Paulo. A CGU, no entanto, constatou que Bolsonaro não estava na capital paulista nessa data e que o lote de vacinação que consta no sistema do Ministério da Saúde não estava disponível naquela data na UBS onde teria ocorrido a imunização.

 

Segundo registros da Força Aérea Brasileira (FAB), o ex-presidente voou de São Paulo para Brasília um dia antes da suposta vacinação e não fez nenhum outro voo até pelo menos 22 de julho de 2021. Os auditores também tomaram depoimentos de funcionários da UBS, que afirmaram não terem visto Bolsonaro no local na data informada e negaram ter recebido pedidos para registrar a imunização.

 

Entre as pessoas ouvidas, estava a enfermeira indicada no cartão de vacinação. A funcionária não apenas negou o procedimento, como comprovou, por meio de documentos, não trabalhar mais na UBS na data que consta nos registros do Ministério da Saúde. Os auditores da CGU também verificaram os livros físicos mantidos pela UBS para registro da vacinação da população e não encontraram a presença do ex-presidente no local em 19 de julho de 2021.

 

A CGU concluiu que a fraude ocorreu no sistema estadual. Segundo as investigações, todos os funcionários da UBS dividiam o mesmo login e senha do sistema VaciVida, mantido pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo. Como não foi possível encontrar um agente público responsável, a CGU recomendou o arquivamento do caso, mas enviará os resultados das investigações às autoridades do estado e do município de São Paulo para a adoção das providências cabíveis.

 

A Controladoria informou ter feito diligência no Ministério da Saúde e confirmado a segurança do sistema mantido pela pasta para recebimento das informações enviadas pelos estados e pelos municípios, com a impossibilidade de os dados terem sido inseridos em nível federal. Os auditores não encontraram suspeitas de que algum servidor público federal tenha alterado os dados.

 

Esse não foi o primeiro cadastro de vacinação contra a covid-19 atribuído a Bolsonaro. Outros dois registros, que teriam ocorrido em Duque de Caxias (RJ), foram efetuados por agentes municipais e cancelados antes da investigação da CGU. As suspeitas de um esquema de fraude em cartões de vacinação, que envolveria um secretário municipal, levaram à Operação Venire da Polícia Federal, que resultou na prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República em maio do ano passado.

 

Na época da prisão de Mauro Cid, a defesa de Bolsonaro afirmou não haver provas suficientes de envolvimento direto do ex-presidente no caso. Em depoimento à Polícia Federal em maio do ano passado, Bolsonaro afirmou estar à disposição da Justiça e negou ter fornecido quaisquer orientações a subordinados para mudar seus registros de vacinação.

Bolsonaro mandou avaliar valor do Rolex e deu aval para vender joias, diz Mauro Cid
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, principal ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) na Presidência, afirmou que recebeu uma “determinação” do então presidente para avaliar o valor de um relógio Rolex e a autorização para vendê-lo junto com outros itens que compunham um kit de joias valiosas dado pela Arábia Saudita como presente oficial.

 

LEIA TAMBÉM

 

A declaração foi dada à Polícia Federal (PF) no seu acordo de delação premiada que foi homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 9 de setembro.

 

Cid aponta Bolsonaro como mandante dos supostos crimes investigados nessa frente de apuração — peculato (desvio de bens públicos) e lavagem de dinheiro. As informações são do Blog da Andréia Sadi.

 

As declarações do militar confirmam as suspeitas anteriores da PF de que as joias foram vendidas a mando do ex-presidente, que teria recebido os valores em dinheiro vivo para não deixar rastros.

 

Em agosto, antes de Cid assinar o acordo de delação, Bolsonaro disse em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” que seu ex-ajudante de ordens tinha “autonomia”. “Não vou mandar ninguém vender nada”, declarou na ocasião.

 

Segundo o depoimento de Cid, obtido pelo blog com pessoas que acompanham as investigações, Bolsonaro estava reclamando, no começo de 2022, dos pagamentos de uma condenação judicial em um processo movido pela deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), dos gastos com a mudança e o transporte do acervo de presentes recebidos e das multas de trânsito por não usar capacete nas motociatas.

 

Bolsonaro, então, perguntou a Cid quais presentes de alto valor havia recebido em razão do cargo, segundo o relato do ex-ajudante de ordens. Cid disse que verificou que as peças mais fáceis de mensurar o valor seriam os relógios, e solicitou ao Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH), órgão que organizava o acervo presidencial, uma lista dos relógios que o presidente ganhou.


O tenente-coronel contou à PF que avisou Bolsonaro que o relógio que poderia ser vendido de forma mais rápida era um Rolex de ouro branco dado pela Arábia Saudita em 2019, durante uma viagem oficial.

 

Ainda segundo Cid, o presidente perguntou se esse relógio poderia ser vendido. O ex-ajudante de ordens afirmou que “recebeu determinação do presidente” para levantar o valor do Rolex e que o ex-presidente o autorizou a vender o relógio e os demais itens do kit ouro branco.

 

Procurado, o ex-secretário de Comunicação e advogado Fabio Wajngarten informou que a defesa de Bolsonaro não vai comentar. Wajngarten destacou que o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, da PGR, já classificou a delação de Cid como "fraca".

Cid entrega que Bolsonaro ordenou fraudes em certificados de vacina, diz site
Foto: Reprodução/Alan Santos / PR/Divulgação

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, declarou, em seu acordo de delação premiada, que partiu do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a ordem para confeccionar certificados falsos de vacinas da covid-19.

 

Segundo informações do UOL, em um dos depoimentos prestados por Cid à Polícia Federal, o tenente-coronel teria admitido sua participação em fraudes nos certificados de vacina inseridos no sistema do Ministério de Saúde e também vinculou Bolsonaro diretamente ao esquema.

 

O advogado e ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten negou a acusação: "Eu garanto que o presidente nunca pediu nem para ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina. A filha menor de idade também não tinha necessidade, razão pela qual não fez qualquer pedido ao tenente-coronel Mauro Cid sobre os certificados", afirmou.

 

A declaração vai de encontro com a versão que o ex-presidente apresentou à Polícia Federal, que declarou que não conhecia, nem orientou fraudes em cartão de vacinação para seu uso ou de familiares.

 

A investigação sobre os certificados falsos de vacina é uma das mais avançadas na Polícia Federal envolvendo o ex-presidente da República. A apuração teve início com a descoberta de diálogos no telefone celular de Mauro Cid que mostravam como o tenente-coronel acionou diversos contatos para solicitar a inserção dos dados falsos de vacina. O objetivo da manobra seria burlar as exigências de comprovação da vacinação para entrada em países estrangeiros.

Cid relata à PF que Bolsonaro pediu alteração em decreto golpista
Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, disse à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou diretamente na discussão da elaboração de um decreto golpista para impedir a troca de governo após as eleições de 2022.

 

LEIA TAMBÉM

 

Em delação à PF, Cid teria afirmado que Bolsonaro pediu para alterar parte da estrutura de um texto dado ao presidente por Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. O decreto teria diversas páginas elencando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo. A informação é do jornal O Globo.

 

De acordo com a reportagem, Cid teria dito que Bolsonaro manteve no decreto a convocação de novas eleições e o pedido de prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época.

 

Cid teria dito na delação que só soube do documento quando Martins lhe apresentou uma versão impressa e em formato digital para que fossem feitas as mudanças pedidas pelo ex-presidente. O próprio ex-assessor retornou dias depois com uma nova versão do texto e a alteração solicitada por Bolsonaro.

 

O tenente-coronel disse na delação que o ex-presidente concordou com a mudança feita na minuta e mandou chamar os comandantes das Forças Armadas para discutir a medida antidemocrática. A ideia não foi colocada em prática devido à falta de apoio tanto do general quanto do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.

 

Em outro depoimento, Mauro Cid chegou a afirmar que Bolsonaro recebeu minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários.

 

Ao jornal, a defesa de Bolsonaro disse que não teve acesso à delação e, por isso, não pode comentar. A defesa de Filipe Martins não foi localizada. 

Bolsonaro “não compactuou com ações fora da lei”, afirma defesa do ex-presidente após delação de Mauro Cid
Foto: Dida Sampaio

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou uma nota nesta quinta-feira (21) para dizer que ele não compactuou com ações "fora da lei", se referindo a notícias veiculadas sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que foram rebatidas pelo próprio ex-presidente. As informações são do g1.

 

De acordo com a publicação, em um trecho da delação, Cid afirmou ter presenciado reuniões em que Bolsonaro e militares trataram de golpe militar. A defesa contestou esse ponto e alegou que Bolsonaro sempre agiu "dentro das quatro linhas da Constituição".

 

"Durante todo o seu governo, [Bolsonaro] jamais compactuou com qualquer movimento ou projeto que não tivesse respaldo em lei, ou seja, sempre jogou dentro das quatro linhas da Constituição Federal", diz o texto divulgado pelos advogados.

 

A defesa do ex-presidente também informou que ele vai tomar medidas contra eventuais calúnias na delação de Cid. O ex-ajudante de ordens era um dos homens mais próximos de Bolsonaro ao longo dos anos de governo.

 

Cid é investigado, entre outros caso, pela adulteração de cartões de vacina para beneficiar Bolsonaro e pela venda ilegal de joias que a Presidência recebeu de chefes de Estado estrangeiros.

 

"[A defesa] Reitera que adotará as medidas judiciais cabíveis contra toda e qualquer manifestação caluniosa, que porventura extrapolem o conteúdo de uma colaboração que corre em segredo de Justiça, e que a defesa sequer ainda teve acesso", conclui a nota.

Em delação, Cid diz que Bolsonaro consultou militares sobre plano de novas eleições e prisão de adversários
Foto: Alan Santos / PR

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid relatou que, logo após a derrota no segundo turno da eleição, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários.

 

As informações estão na delação premiada de Cid à Polícia Federal, a qual o Uol teve acesso. Segundo o relato de Cid, que é tenente-coronel do Exército, o documento foi entregue a Bolsonaro por Filipe Martins então assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, que levou um advogado constitucionalista para uma reunião com Bolsonaro no fim do ano passado.

 

Ainda segundo o depoimento de Cid, um padre também teria participado desse encontro. O tenente-coronel, entretanto, disse não se lembrar dos nomes desses dois personagens. A PF investiga se é a mesma minuta golpista encontrada na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

 

Cid contou aos investigadores que, posteriormente, Bolsonaro teve reuniões com militares de alta patente e mostrou a eles parte do documento para verificar a receptividade à ideia do plano golpista. O único apoiador, de acordo com o relato, foi o comandante da Marinha, almirante Almir Garnier.

 

OUTRO LADO

Procurada pela reportagem do Uol na tarde e noite desta quarta-feira (20) por mensagens e telefonemas, a defesa de Jair Bolsonaro ainda não respondeu sobre o assunto.

 

O ex-assessor Filipe Martins foi procurado por mensagens e contatos telefônicos, mas não respondeu. Questionado sobre o assunto, o seu advogado, João Manssur, disse que não poderia se manifestar por não ter conhecimento do assunto e não estar constituído nos autos.

 

A reportagem também entrou em contato com um assessor do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, mas não houve resposta até a conclusão desta matéria.

Relatora e presidente da CPMI 8/1 se reúnem para marcar nova oitiva de Mauro Cid, diz coluna
Foto: Cristiano Mariz

A relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Eliziane Gama (PSD-MA) e o presidente da comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA), se reúnem nesta segunda-feira (11) para definir a data de um novo depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A informação é do colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias.

 

De acordo com auxiliares ouvidos pela coluna, a expectativa é de que senadora Eliziane Gama e deputado federal Arthur Maia batam o martelo sobre a nova oitiva até esta terça-feira (12).


O novo depoimento de Cid ganhou força após o militar assinar um acordo de delação com a Polícia Federal, já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no fim de semana.


Como mostrou a coluna, o depoimento de Cid já era uma das prioridades da relatora para a reta final dos trabalhos da CPMI antes mesmo da delação. Na primeira oitiva à comissão, em 11 de julho, o tenente-coronel ficou em silêncio.


Nesta semana, Arthur Maia marcou outros três depoimentos na CPMI. Na terça, serão duas oitivas. Pela manhã, será ouvida Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do DF.


À tarde, o depoimento será de Marcela da Silva Morais Pinno, policial militar jogada da cúpula do Congresso no dia das invasões. Na quinta-feira (14) será a vez do general Dutra, ex-comandante Militar do Planalto.

Aras critica acordo de Cid e diz que PGR não aceita delações feitas pela Polícia Federal
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O procurador-geral da República, Augusto Aras, utilizou as redes sociais para criticar a homologação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL). O acordo foi homologado pelo ministro do Supremo Tribuna Federal (STF), Alexandre de Moraes, neste sábado (9) – quando também foi concedida liberdade provisória a Mauro Cid, com aplicação de medidas cautelares e uso de tornozeleira eletrônica.

 

Ao se mostrar contrário ao acordo, Aras afirmou que a PGR não pertence a ele e sim à República brasileira, sendo pautada na Constituição. “A PGR, portanto, não aceita delações conduzidas pela Polícia Federal, como aquelas de Antonio Palocci e de Sérgio Cabral, por exemplo”, escreveu no seu perfil no X – antigo Twitter.

 

O procurador-geral ainda disse que a decisão da PGR teve como base interpretação da lei, a qual aponta que a Polícia Federal não tem legitimidade para fechar um acordo de delação premiada. “O subprocurador-geral da República que se manifestou na delação de Mauro Cid apenas postula que se cumpra a lei. Ele tem independência funcional para tanto”, pontuou.

 

No entanto, essa não é a primeira delação premiada homologada pelo STF. O Supremo já fechou acordos com Palocci e Cabral. Em 2018, por exemplo, Palocci delatou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Polícia Federal após não conseguir fechar acordo com a PGR. Porém, as investigações não conseguiram provar as acusações do ex-ministro da Fazenda e sua delação foi desconsiderada.

 

 

Alexandre de Moraes homologa delação premiada e concede liberdade provisória a Mauro Cid
Foto: Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou na manhã deste sábado (9) a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. O ministro também concedeu liberdade provisória a Mauro Cid, com aplicação de medidas cautelares e uso de tornozeleira eletrônica.

 

Em sua decisão, Alexandre de Moraes determinou, ainda, limitações ao tenente-coronel Mauro Cid para sair de casa aos fins de semana e também à noite, além do afastamento das funções no Exército e proibição de contato com outros investigados.

 

Na última quarta (6), o ex-ajudante de orden de Jair Bolsonaro esteve no STF e foi recebido pelo juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, que trabalha no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Acompanhado de seu advogado, Cid foi ao STF para confirmar formalmente a sua intenção de fechar um acordo de delação. 

 

Braço-direito do ex-presidente Bolsonaro o tenente-coronel prestou depoimento por mais de dez horas à PF, no dia 28 de agosto. Além da venda ilegal de joias recebidas por comitivas presidenciais, ele é investigado ainda por envolvimento na suposta tentativa de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por falsificação dos cartões de vacinação da família Bolsonaro.

 

Mauro Cid tem 44 anos, é tenente-coronel e filho de Mauro César Lourena Cid, general da reserva que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende, no sul Fluminense. O pai dele também é investigado por envolvimento no caso das joias.

 

CPMI quebra sigilo de Carla Zambelli, reconvoca Mauro Cid e quer investigar "Gabinete do Ódio" de Bolsonaro
Foto: Edu Mota/ Bahia Notícias

Antes do depoimento do sargento Luís Marcos dos Reis, que atuou na Ajudância de Ordens do então presidente Jair Bolsonaro, os membros da CPMI do 8 de janeiro aprovaram, nesta quinta-feira (24), alguns requerimentos que tiveram acordo entre as bancadas de governo e de oposição. Um dos requerimentos autoriza a quebra de sigilos bancários da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). 

 

A comissão também quebrou o sigilo do hacker Walter Delgatti Neto, que teria participado de uma trama para desacreditar as urnas eletrônicas. A CPMI também aprovou a quebra do sigilo telefônico do investigado, assim como também de Bruno Zambelli, irmão da deputada.

 

Entre os requerimentos aprovados estão ainda a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que permaneceu calado quando compareceu à CPMI. Outro convocado foi o segundo-tenente e ex-ajudante Osmar Crivelatti, investigado na Polícia Federal no caso da venda de jóias sauditas do ex-presidente.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Quebras de sigilo telefônico foram aprovadas também em relação ao ex-funcionário da Presidência na gestão Bolsonaro, Tércio Arnaud Tomaz. O ex-assessor é acusado de comandar o chamado "Gabinete do Ódio", que divulgava fake news e discurso de ódio nas redes sociais e internet. 

 

A CPMI também aprovou requerimentos que solicitam informações ao Exército sobre processos instaurados para investigar militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto no dia dos atos antidemocráticos.

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro diz que movimentação de R$ 3 mi foi "consórcio entre colegas"
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

O sargento Luís Marcos dos Reis, ao contrário do seu chefe direto na Ajudância de Ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, não ficou calado no início do seu depoimento na CPMI do 8 de janeiro, nesta quinta-feira (24). Apesar de ter recebido um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal que lhe garante o direito ao silêncio, o sargento respondeu às perguntas da relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Cid, quando foi à CPMI, não respondeu sequer a perguntas sobre sua idade ou formação militar.

 

Nas suas respostas, o sargento disse que nunca lidou com cartão corporativo do presidente da República. Reis explicou como funcionava o dia a dia da Ajudância de Ordens da Presidência e disse que sua função seria somente auxiliar o presidente. 

 

O ex-funcionário confirmou que quem atuava na Ajudância de Ordens também fazia pagamentos para o presidente e a então eprimeira-dama, Michelle Bolsonaro. Segundo Reis, era hábito dos auxiliares diretos do casal presidencial fazer este tipo de pagamentos no dia-a-dia.

 

Questionado pela senadora Eliziane Gama sobre movimentações financeiras consideradas atípicas, da ordem de R$ 3 milhões, conforme demonstrado pelo Relatório de Inteligência Financeira do Coaf, o sargento contestou as informações e explicou que gerenciava uma espécie de consórcio entre colegas. O sargento afirmou na CPMI que recebia valores de colegas para gerenciar investimentos, recebia os lucros e repassava para o grupo. O sargento também detalhou recebimentos de soldos militares, venda de carro e empréstimos recebidos de outros militares.

 

Na sua declaração inicial, o sargento negou qualquer envolvimento na fraude dos cartões de vacinação, motivo pelo qual está preso desde maio. Ele também disse que não participou de nenhuma invasão ocorrida nos prédios públicos da Praça dos Três Poderes no dia 8 de janeiro, assim como rechaçou ter atuado no planejamento dos ataques golpistas.

 

“Jamais tive ou tenho envolvimento direto ou indireto, ou mesmo conhecimento, sobre suposto esquema de falsificação de cartão de vacinação envolvendo o nome do ex-presidente ou qualquer membro de sua família”, afirmou Luis Marcos dos Reis na CPI.

Defesa de Bolsonaro diz que ex-presidente podia vender joias, mas não confirma ordem para vendê-las
Foto: Reprodução/ GloboNews

O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Paulo Amador da Cunha Bueno, declarou na tarde desta sexta-feira (18) que o ex-presidente poderia vender as joais caso quisesse.

 

“As minhas teses são exclusivamente de direitos. O que entremeou a receber esses presentes, estava absolutamente dentro da lei. Ele podia vender, a lei é clara”, disse, durante entrevista à GloboNews.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Apesar da afirmação, a defesa se esquivou ao ser questionado sobre a confirmação da venda e o suposto mandante. Além disso, ele declarou que saber quem é o mandante do caso não faz diferença para o processo.

 

Paulo ainda disse que vai apurar com o ex-presidente o nível de autonomia do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e tenente-coronel, Mauro Cid.

 

Amador afirmou também que não possui nenhuma relação com a defesa de Cid. 

Bolsonaro rebate Mauro Cid sobre venda de joias: "Ele tinha autonomia"
Foto: Reprodução/Alan Santos / PR/Divulgação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que seu o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel, Mauro Cid, tinha “autonomia”. A declaração veio após Bolsonaro ser questionado pelo Estadão sobre a venda ilegal de joias recebidas pela presidência durante visitas oficiais.

 

Na quinta, o criminalista Cezar Bitencourt disse que Cid confessaria à PF que vendeu os objetos no exterior a mando do ex-presidente. Hoje, no entanto, Bitencourt indicou em mensagem ao Estadão recuo quanto ao teor da confissão ao afirmar que seu cliente não falará de joias.

 

Ao jornal, Bolsonaro também afirmou que deseja “clarear o mais rápido possível” o caso das joias. 

 

Ainda ontem, a pedido da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes quebrou os sigilos bancário e fiscal do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle no âmbito desta investigação.

 

Ao ser questionado se estava mal com a possibilidade de delação de uma colega de confiança, o ex-presidente devolveu a pergunta: “O que você acha?”.

Mauro Cid deve confessar e apontar Bolsonaro como mandante no caso das joias, diz revista Veja
Foto: Marcos Corrêa/PR

O tenente-coronel Mauro Cid, que está preso preventivamente há três meses em uma cela do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, e se manteve em silêncio desde então, decidiu confessar.

 

Segundo a revista Veja, Cid vai confirmar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, que providenciou a transferência para o Brasil do dinheiro arrecadado e o entregou a Jair Bolsonaro — em dinheiro vivo, para não ter provas. No entanto, o tenente-coronel não vai assumir sozinho a responsabilidade pelo que aconteceu. Ele vai dizer às autoridades que fez tudo isso cumprindo ordens diretas do então presidente da República, que seria o mandante do esquema.

 

LEIA TAMBÉM:

 

Mauro ainda vai dizer às autoridades que fez tudo isso cumprindo ordens diretas do então presidente da República, que seria o mandante do esquema.

 

A revelação vai contra o que a defesa de Bolsonaro afirmou de que ele “jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos”.

 

Segundo a VEJA, a confirmação da informação veio através do criminalista Cezar Bitencourt, na confissão de Cid, deixará claro que o ex-presidente tinha ciência da situação, grande parte dos procedimentos eram totalmente irregulares e criminosos.

PF identifica no celular de Mauro Cid nome que consta de recibo de recompra do Rolex
Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) identificou no rascunho do celular de Mauro Cid uma mensagem que teria como destinatário uma pessoa chamada Chase Leonard, mesmo nome que consta no recibo do Rolex que foi recomprado pelo advogado Frederick Wassef.  

 

O Rolex é uma das peças-chave de investigação da PF que apura a suposta tentativa de vender ilegalmente presentes dados ao governo por delegações de outros países. O esquema teria sido capitaneado por militares e advogados ligados ao então presidente Jair Bolsonaro, como seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.

 

De acordo com a PF, em matéria divulgada pelo G1, a mensagem em rascunho no celular de Mauro Cid tinha o link para "o anúncio de venda de um relógio da marca Rolex, similar ao que compunha o kit de joias em ouro branco e diamantes, encaminhado ao acervo privado do ex-Presidente Jair Bolsonaro". 

 

Ainda de acordo com a PF, o destinatário da mensagem é o contato atribuído a Chase Leonard. O nome de Leonard aparece como o responsável pelo atendimento na Precision Watches, em que o advogado Frederick Wassef recomprou o Rolex. 

Curtas do Poder

Ilustração de uma cobra verde vestindo um elegante terno azul, gravata escura e língua para fora
Afinal, quantos ovos você come? O Cacique parece estar bastante interessado no assunto. Mais do que isso: mostrou que sabe tudo de conta! Enquanto isso, tem gente economizando ao invés de comprar um guarda-roupa novo. Mas sem salvação mesmo está nosso Cunha, que decidiu entrar numa briga de gigantes. Outro clima bom é pros lados de Camaçari. Acho que o único no paraíso por enquanto em solo baiano é Ronaldo do Buzu. Saiba mais!

Pérolas do Dia

Capitão Alden

Capitão Alden

"Estamos preparados, estamos em guerra. Toda e qualquer eventual postura mais enérgica, estaremos prontos para estar revidando".

 

Disse o deputado federal Capitão Alden (PL) sobre possível retirada à força da obstrução dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso Nacional.

Podcast

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia

Projeto Prisma entrevista Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia
O presidente do Partido Verde (PV) na Bahia, Ivanilson Gomes, é o entrevistado do Projeto Prisma na próxima segunda-feira (4). O programa é exibido no YouTube do Bahia Notícias a partir das 16h, com apresentação de Fernando Duarte.

Mais Lidas