Grupo Rosewood nega negociações para transformar Palácio Rio Branco em rede hoteleira; veja nota
Por Maurício Leiro / Eduarda Pinto
Adquirido pela empresa francesa ‘BM Empreendimentos’, liderada pelo empresário francês Alexandre Allard, há dois anos, o Palácio Rio Branco, no Centro Histórico de Salvador, segue com futuro incerto. Ao Bahia Notícias, nesta terça-feira (06), o Grupo Rosewood negou qualquer negociação para estampar sua bandeira no espaço que é prometido como um hotel da rede, a qual Allard também é sócio.
O espaço, construído junto com a fundação da cidade em 1549, foi adquirido em janeiro de 2022, e, segundo a licitação, estará sob posse do empresariado francês por 35 anos. Em nota, a dona do Grupo Rosewood afirma que “neste momento, o grupo Rosewood Hotels & Resorts não faz parte das negociações, nem participou do processo de licitação” do Palácio Rio Branco.
A reforma do prédio para quaisquer fins ainda não foram anunciadas, mas, segundo apurações do BN, entre as pendências para iniciar as atividades, está a dificuldade financeira para custear o projeto. Alex Allard é conhecido por realizar a restauração de prédios históricos e criar espaços com diversos propósitos, como hotéis cinco estrelas, bares, centros culturais e empreendimentos residenciais de alto padrão.
A última atualização sobre a concessão do Palácio foi que a empresa francesa já teria todas as permissões federais, estaduais e municipais para o início da reforma, equalizando pendências arquitetônicas. No entanto, o grupo estaria buscando um aporte mais robusto para a financiar a revitalização do espaço.
No entanto, o prédio histórico na capital baiana não é o único empreendimento do francês no Brasil. Recentemente, Allard anunciou a revitalização do histórico Moinho Fluminense, no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro. (A reportagem foi atualizada às 20h55)
Confira a nota da BM Empreendimentos na íntegra:
“A BM Varejo Empreendimentos Spe S.A, proprietária da rede hoteleira francesa BMF e liderada pelo empresário Alexandre Allard, adquiriu a concessão do Palácio Rio Branco, de Salvador (Bahia) em janeiro de 2022. Segundo a licitação, o período de concessão do palacete é de 35 anos. Neste momento, o grupo Rosewood Hotels & Resorts não faz parte das negociações, nem participou do processo de licitação.
Situado na Praça Thomé de Sousa, no Centro Histórico da capital baiana, o Palácio Rio Branco foi construído junto com a fundação da cidade, em 1549. Foi a residência e a sede de despachos oficiais dos primeiros governadores do Brasil e vice-reis por quase dois séculos, quando a capital brasileira foi transferida para o Rio de Janeiro, em 1763.
Em 1912, o palacete foi bombardeado a mando do presidente Hermes da Fonseca, em ação para destituir o governador Aurélio Viana. Sete anos depois, foi reerguido e ganhou o nome atual, em homenagem ao barão do Rio Branco, servindo como sede do governo estadual até 1979. Depois, abrigou a Secretaria de Cultura, a Bahiatursa e o Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia.
Por não possuir mais traços de sua arquitetura original, o palácio não é tombado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), mas tem a máxima importância histórica do Brasil.”