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Aladilce Souza analisa desafios para novas lideranças na Câmara e pondera que “não há fórmula mágica”

Por Leonardo Almeida

Foto: Fernando Duarte / Bahia Notícias

Questionada sobre o novo perfil de vereadores na Câmara Municipal de Salvador (CMS) e a influência das redes sociais no Legislativo, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB). Em entrevista ao podcast Projeto Prisma, do Bahia Notícias, nesta segunda-feira (13), a edil avaliou as dificuldades de produzir novas lideranças em um contexto político que, segundo ela, é marcado pelo avanço da extrema-direita e pela transformação de valores sociais. 

 

“Não há fórmula mágica. Estamos vivendo um momento em que a extrema-direita ganhou força, algo que não era uma realidade antes. Esses grupos desqualificam a política e as instituições, promovendo uma hostilidade contra a política tradicional e até contra os próprios fundamentos do Estado, como o Judiciário e os poderes”, explicou.

 

Para Aladilce, as redes sociais têm reforçado uma lógica individualista e fragmentada, que contribui para a desvalorização da coletividade. “Nas redes, muitas vezes, as pessoas criam o próprio mundo, deixando de lado a perspectiva de atuação coletiva e solidária. Isso reflete valores diferentes, como o individualismo e a competição desleal, que estão se consolidando no capitalismo atual”, afirmou.

 

A vereadora destacou ainda como essas mudanças têm impactado a organização social, citando o declínio na sindicalização e no associativismo, além da ascensão de conceitos como meritocracia e empreendedorismo. 

 

“Esses valores favorecem a lógica capitalista contemporânea, onde o ‘patrão de si mesmo’ substitui a ideia de solidariedade coletiva. É uma disputa no campo da subjetividade, e as lideranças que surgem hoje estão moldadas por esses elementos”, avaliou.

 

Apesar das dificuldades, Aladilce defendeu a importância de manter o compromisso com uma visão coletiva de sociedade, especialmente em um país marcado por profundas desigualdades. “Precisamos debater todas essas questões e encontrar caminhos. Não podemos abrir mão da perspectiva de uma sociedade solidária e coletiva, porque é a única forma de enfrentar as desigualdades que nos afetam tão diretamente”, concluiu.