Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Política

Notícia

Empresários enviaram mensagens assinadas por Bolsonaro com ataques ao STF e fake News

Por Redação

Foto: Reprodução / Facebook

Empresários investigados pela Polícia Federal (PF) por difundir conteúdos antidemocráticos e notícias falsas compartilharam, no grupo Empresários & Política, mensagens com ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e ao sistema democrático, com a assinatura de Jair Bolsonaro.

 

As mensagens foram obtidas pela coluna de Guilherme Amado e foram publicadas no portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias. Os textos foram encaminhados pelos empresários Meyer Nigri e Luciano Hang, investigados pela PF, e Nelson Piquet e Emilio Dalçoquio, que não são alvo de inquéritos. Mensagens de Nigri insinuam, sem provas, que haveria fraudes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no pleito de 2022. Segundo o inquérito da PF, o empresário atendeu a um pedido de Bolsonaro ao compartilhar um texto com ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, como mostrou a repórter Daniela Lima. “Repasse ao máximo”, solicitou o então presidente. Não era só Nigri que tinha esse hábito.

 

Diversos empresários no grupo encaminhavam mensagens que terminavam com a assinatura “Presidente Jair Bolsonaro“. Não é possível verificar a origem das mensagens, mas elas eram atribuídas a Bolsonaro, e algumas delas, de fato, foram compartilhadas pelo presidente na época.

 

No dia 17 de maio, às 22h02, Meyer Nigri enviou um texto assinado por Bolsonaro e que tratava de uma ação que o então presidente havia ajuizado contra Alexandre de Moraes por suposto abuso de autoridade. “Levando-se em conta seus sucessivos ataques à democracia, desrespeito à Constituição e desprezo por direitos [e] garantias fundamentais”, dizia a nota, que foi divulgada na época pelo então presidente. O empresário Emilio Dalçoquio, presidente do conservador Instituto Lux e apontado pela Polícia Rodoviária Federal como líder de bloqueios ilegais de rodovias após a eleição, também encaminhou esta mensagem ao grupo, com a mesma assinatura.

 

Uma das mensagens golpistas supostamente assinadas por Bolsonaro. Foto: Reprodução / Metrópoles

 

Em junho, Bolsonaro enviou, em sua lista de transmissão, um vídeo dizendo “Você está pronto para a guerra? Em poucos minutos, entenda o perigo em que se encontra o nosso Brasil. Peço assistir e repassar”. A mensagem foi encaminhada no grupo de empresários por Nigri; Luciano Hang, dono das lojas Havan; e o ex-piloto Nelson Piquet, dono da Autotrac, que trabalha com dados de comunicação. O vídeo é um discurso de Bolsonaro, em cerimônia pública, falando sobre a tentativa de desarmar a população.

 

No dia 11 de junho, às 11h33, Nigri enviou um arquivo de mídia ao grupo. Um empresário perguntou sobre quem se tratava a postagem, e Nigri retornou: “Não sei. Recebi do PR [presidente da República]. Perguntei quem é, mas ainda não respondeu”.

 

Às 9h11 do dia 26 de junho, Nigri envia aos empresários o texto que havia recebido de Bolsonaro, segundo a apuração da PF. Na mensagem, o então presidente acusava Barroso de interferir na eleição e afirmava que “todo esse desserviço à democracia dos 3 ministros do TSE/STF faz somente aumentar a desconfiança de fraudes preparadas por ocasião das eleições”.

 

Nigri tinha o costume de compartilhar textos que atacavam a atuação dos ministros do STF e do Tribunal Superior Eleitoral e que questionavam, sem provas, a lisura do processo eleitoral.

 

Procurados, Nigri, Hang, Piquet e Dalçoquio não responderam. O espaço está aberto a eventuais manifestações.