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Mais um indicador confirma a forte retração da atividade econômica brasileira no mês de maio

Por Edu Mota, de Brasília

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Depois de o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, ter registrado, na última segunda-feira (17), queda de 2% em maio na comparação com o mês anterior, um outro indicador mostra retração ainda maior na atividade econômica brasileira. O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou nesta quarta (19) o seu Monitor do PIB, e o resultado foi uma retração de 3% no mês de maio em comparação com abril. 

 

A coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, afirma que a queda de 3% do PIB se deve principalmente ao fim dos principais meses de colheita da safra de soja. A pesquisadora explica que o expressivo crescimento do PIB verificado no primeiro trimestre foi influenciado pelo desempenho da colheita, e com o fim da safra, a atividade econômica se retraiu. 

 

“Apesar da queda do PIB ser majoritariamente explicada pelas particularidades da agropecuária, cabe ressaltar que também foram registradas retrações na indústria e nos serviços em maio, embora em magnitudes distintas da agropecuária (-0,1%, em ambas as atividades). Os juros elevados contribuíram para as pequenas quedas nestas atividades, o que ajuda a explicar a dificuldade da economia crescer de forma mais robusta e menos dependente da agropecuária”, afirma a economista Juliana Trece.

 

De acordo com os dados da pesquisa da FGV, na comparação com o mês de maio de 2022, a atividade econômica teve alta de 1,8% agora em maio de 2023. O Monitor do PIB da FGV também revela que o consumo das famílias cresceu 2,9% no trimestre móvel finalizado em maio. Entetanto, apesar desse crescimento, a FGV afirma que há uma tendência de redução desta taxa de consumo desde o final de 2022. 

 

“O consumo de serviços é o principal componente a explicar essa tendência declinante; enquanto em 2022 apresentou crescimento médio trimestral em torno de 7,0%, no trimestre móvel encerrado em maio de 2023 cresceu apenas 3,2%”, explica o comunicado da instituição.

 

O Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas estima mensalmente o PIB brasileiro em volume, em valor corrente e em valor constante a preços. O indicador, segundo a FGV, tem o objetivo de prover a sociedade de um sinalizador mensal sobre a situação do PIB do país, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais Trimestrais (CNT) do IBGE.

 

Após a publicação do IBC-Br do Banco Central, na última segunda (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a queda na atividade econômica no mês de maio já era aguardada pelo governo. Para Haddad, o resultado negativo é reflexo da manutenção dos juros altos no país.

 

“A pretendida desaceleração da economia pelo Banco Central chegou forte. Precisamos ter muita cautela com o que pode acontecer se as taxas forem mantidas na casa de 10% o juro real ao ano. É muito pesado para a economia”, afirmou o ministro.