Aliados consideram que eleição de Pacheco está garantida, mas não escondem receio
Por Fernando Duarte, de Brasília
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), parece estar consolidado para a reeleição na tarde desta quarta-feira (1º) em Brasília. A avaliação é de aliados dele, que trabalham com uma margem de votos confortável, mas temem que a disputa acirre os ânimos no Congresso Nacional.
O "peso" do ex-presidente Davi Alcolumbre (União-AP) é que tem deixado ressalvas frente ao embate entre Pacheco e os bolsonaristas Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Pode-CE). Há uma aposta do grupo que apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro na candidatura do ex-ministro potiguar, o que mantém certo clima de tensão no Congresso Nacional.
"Rodrigo 'terceirizou' o comando do Senado ao Davi Alcolumbre. Davi deixou de ser presidente, mas continuou dando muitas cartas. E já está com planos de suceder o Rodrigo daqui a dois anos. Isso tem causado muita insatisfação", relatou um votante em Pacheco, em conversa com o Bahia Notícias.
O líder do PSD no Senado, Otto Alencar (BA), minimizou as eventuais defecções no próprio partido, com o anúncio público de que dois senadores do PSD não votariam em Pacheco. O baiano aposta que o presidente seja reeleito com 54 votos e ainda brinca: "eu nunca erro conta e conheço bem o Senado".
Aliados menos otimistas trabalham com uma margem entre 46 e 48 votos favoráveis ao atual presidente do Congresso Nacional. A insatisfação com a repartição de poderes feita por Pacheco é o que pode gerar essa expectativa mais baixa de votos do que a sugerida por Otto. No entanto, a vitória de Marinho não é tratada como uma possibilidade completamente descartável, apesar do otimismo do entorno.
DISPUTA NA CÂMARA
"A eleição no Senado é a que importa", brincou um deputado federal baiano ao falar sobre a disputa na Câmara dos Deputados, onde Arthur Lira (PP-AL) deve ser reconduzido sem traumas.
Lira enfrenta Chico Alencar (PSOL-RJ), que demarca posição como candidato, porém não deve ter chances contra a expectativa do atual presidente ter o maior número de votos em uma eleição para o comando da Câmara.