Bruno Henrique desabafa após absolvição no STJD: "A resposta que tenho que dar é para o Flamengo"
Por Redação
Nem a goleada do Flamengo por 5 a 1 sobre o Sport, na Arena Pernambuco, no último sábado (15), foi capaz de ofuscar um dos principais assuntos da semana: o julgamento de Bruno Henrique. Em entrevista coletiva após a partida, válida pela 12ª rodada (atrasada) do Brasileirão, o atacante e ídolo rubro-negro falou pela primeira vez desde que foi absolvido pelo STJD da acusação de fraude ligada a apostas.
"A resposta que eu tenho que dar é dentro de campo. Recebi críticas de pessoas e jornalistas o tempo todo, de forma muito pesada. Vi muita raiva e muito ódio dessas pessoas, mas que Deus possa abençoá-las. A resposta que eu tenho que dar é para o Flamengo e para o nosso torcedor. É isso que vou fazer daqui para frente", declarou.
Dentro de campo, Bruno Henrique foi um dos destaques da goleada, marcando um dos cinco gols do Flamengo e sendo bastante celebrado pelos companheiros. Esta foi sua primeira partida sem atuar sob efeito suspensivo desde a condenação inicial, quando recebeu a pena mínima de 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil por manipulação esportiva.
A vitória recolocou o Flamengo na liderança do Brasileirão, beneficiado pela derrota do Palmeiras no clássico contra o Santos, na Vila Belmiro.
O resultado também decretou matematicamente o rebaixamento do Sport à Série B. O Leão da Ilha ainda tem cinco partidas por disputar, mas não possui mais chances de deixar o Z-4.
ENTENDA O CASO BRUNO HENRIQUE
Bruno Henrique foi investigado por suspeita de manipulação de resultado para beneficiar apostadores. O episódio ocorreu na partida contra o Santos, pela 31ª rodada do Brasileirão de 2023. Na ocasião, o Flamengo brigava pelo título, mas foi derrotado por 2 a 1. O atacante recebeu um cartão amarelo — seguido da expulsão — que levantou as suspeitas das casas de apostas.
Segundo o protocolo de investigação, as empresas de betting alertaram a Justiça após identificarem movimentações suspeitas. Mensagens encontradas no celular do irmão do jogador, Wander Nunes Júnior, levantaram a hipótese de que Bruno Henrique poderia ter forçado o cartão.
O atleta foi inicialmente absolvido pelo relator Alcino Guedes no artigo 243 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que trata de “atuar deliberadamente de modo prejudicial à equipe que defende”. No entanto, o relator acolheu a denúncia do artigo 243-A, que trata de conduta desleal ou fraudulenta com o objetivo de influenciar o resultado de uma partida. Essa denúncia recebeu quatro votos a um.
Com isso, Bruno Henrique chegou a ser condenado por manipulação de resultados.
Posteriormente, o Pleno do STJD reverteu a decisão, absolvendo o atacante da acusação de fraude ligada a apostas e anulando a suspensão. Ainda assim, o jogador foi enquadrado no artigo 191, III, do CBJD — por descumprimento de regulamentos — e recebeu multa de R$ 100 mil.
A maioria dos membros do Pleno entendeu que não havia provas suficientes para caracterizar infração à ética desportiva. Dos nove auditores, seis votaram pela absolvição, dois pediram aumento de pena e um defendeu a manutenção da condenação original.
