Antigo porto da GDK é alvo de denúncia na Polícia Civil por tráfico de drogas e desvio de materiais
Por Redação
Alvo de uma operação da Polícia Civil, em 2024, a antiga gestora do Porto Organizado de Aratu, a GDK, está na mira da Polícia Civil novamente. Com um possível esquema ocorrendo no interior do Porto, na área de responsabilidade da empresa, poderia estar ocorrendo há pelo menos dois anos e meio, volta a mira das autoridades.
O Bahia Notícias teve acesso à denúncia endereçada ao delegado titular da 20ª delegacia territorial de Polícia Civil, em Candeias, apontando e formalizando os ilícitos encontrados no espaço. Segundo o documento, ao ingressar na propriedade, após a confirmação do direito de imissão de posse, a Companhia Docas de Candeias identificou, além da comercialização indevida de combustíveis, a possível venda de entorpecentes na localidade.
Segundo apuração interna, revelada na denúncia, foi identificada no local, uma possível ligação duto viária com a área do Porto Organizado — Codeba, que poderia resultar, ou estaria produzindo, desvio de produtos químicos daquelas instalações. Além disso, foram detectados equipamentos sofisticados de mergulho, evidenciando que tais equipamentos poderiam estar sendo utilizados para o tráfico de drogas, considerando a proximidade dos navios de bandeira internacionais.
A atuação criminosa já foi alvo de atuação da Polícia Civil da Bahia, no ano de 2024, quando da realização de uma operação. A ideia era desarticular um grupo criminoso que estava realizando crimes nas dependências da Codeba. O fato chegou a ser revelado pelo portal Informe Baiano.
Acionista majoritário da antiga proprietária do espaço, a GDK S/A Massa Falida alegou que firmou com a empresa Word Transporte LTDA, um contrato de comodato para justificar a presença da empresa no local. Porém, o documento nunca teria sido apresentado, onde o atual administrador da Massa Falida afirma que nunca teria existido. A denúncia promovida ainda aponta que o acionista da GDK, Cesar Oliveira, poderia atuar para ocultar a possível relação da empresa com a atuação no espaço.
A denúncia realizada no final de julho ainda solicita providências da autoridade policial, para apurar as possíveis práticas de ilícitos por terceiros, antes da imissão de posse da nova gestora, além de eventuais crimes que possam permanecer ocorrendo no entorno do Porto, em Candeias.
OPERAÇÃO DE 2024
Informações de bastidores, apuradas com fontes da Polícia Civil indicaram que, durante a aproximação dos navios carregados com Nafta ao Porto de Aratu, integrantes da associação criminosa realizavam o pagamento de cerca de R$ 250 mil aos responsáveis pela embarcação, e para retirar o material ainda em alto mar, encostavam uma balsa clandestina que fazia a retirada ilícita e irregular do produto.
Como estratégia, a balsa carregada atracava na lateral do Porto de Aratu, na área conhecida como GDK, onde caminhões-tanque eram abastecidos e saíam levando a maioria da Nafta para um galpão na Caroba, na cidade de Candeias. Eventualmente também o material era levando para armazéns em Camaçari e Dias D’Ávila.
A apuração da Civil também viu indício que o mesmo local estaria sendo utilizado e alugado em conjunto entre a associação criminosa e narcotraficantes do PCC e Bonde do Maluco (BDM) para o envio de drogas para o exterior, por meio de navios. Um dos chefes do esquema é conhecido como “Charutinho”, que foi preso na semana passada por equipes do Departamento de Política do Interior (Depom). Ele é apontado como controlador de uma cooperativa que atua na Caroba (Candeias), onde também dominava todas as transações irregulares que ocorrem pelo Porto de Aratu.
Na operação, três homens foram presos em flagrante na BR-523 enquanto faziam o transporte com três caminhões-tanques, que totalizam 126 mil litros de Nafta. Eles seriam o chefe principal da organização, um comprador do material e um intermediário das transações.