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Tutor denuncia negligência da Cobasi Salvador após acidente com cachorro que resultou em lesão no quadril

Por Redação

Foto: Reprodução / Google Street View

Um incidente ocorrido no dia 12 de julho de 2025 em uma unidade da Cobasi (pet shop) em Salvador resultou em sérias lesões em um cachorro atendido no local. Segundo o dono do pet, o advogado Ciro Souza, a situação, inicialmente gerenciada com ressarcimento parcial das despesas pela empresa, evoluiu para uma disputa sobre os custos adicionais e a responsabilidade contínua do estabelecimento.

 

Mochak, um cão de estimação, estava utilizando o espaço de lazer, ou "parquinho", disponibilizado pela Cobasi quando, por volta das 18h, pisou em um ponto que revelou um buraco de escoamento de água. Conforme o relato do tutor, o local possuía uma fina camada de grama sintética que não suportou o peso do animal, fazendo com que a pata de Mochak afundasse e o osso do quadril saísse do lugar. Imagens enviadas por ele evidenciam o buraco e a cobertura de grama sintética.

 


Foto: Arquivo pessoal

 

Conforme Ciro Souza, após o acidente Mochak foi levado a uma clínica, onde foi constatada uma luxação grave no quadril. O animal precisou ser medicado, submetido a exames de sangue e eletrocardiograma, e, conforme raio-x que confirmou a suspeita, foi encaminhado para cirurgia de emergência. Ele passou a noite internado e recebeu alta no dia seguinte, para recuperação em casa.

 

Os gastos iniciais, apresentados pelo tutor, totalizaram R$ 4.280,77, incluindo R$ 462,00 para raio-x, eletro e exame de sangue; R$ 48,80 para medicamentos comprados no dia do acidente; R$ 3.400,00 para cirurgia, anestesia e internação; R$ 254,87 para medicamentos adquiridos no dia da alta; e R$ 118,00 para gabapentina, um medicamento formulado.

 

Foi mencionado ainda que faltava a compra de uma caixa de tramadol. A Cobasi, por meio de sua equipe de Backoffice, manteve contato com o tutor e solicitou a documentação fiscal e comprovantes das despesas para análise. A empresa reconheceu a responsabilidade pelo ocorrido e aprovou o ressarcimento da primeira cirurgia no valor de R$ 4.415,77.

 


Foto: Arquivo pessoal

 

Contudo, aproximadamente 15 dias após a primeira cirurgia, Mochak sofreu uma nova luxação no mesmo quadril, no dia em que iria retirar os pontos. O osso saiu do lugar novamente, exigindo uma segunda intervenção cirúrgica. Esta segunda cirurgia foi descrita como mais agressiva, pois o fêmur agrediu a musculatura, necessitando de sutura e de um aumento na cavidade óssea para fixação com mais fios.

 

Os custos decorrentes dessa segunda fase do tratamento incluíram R$ 2.600,00 pela cirurgia, R$ 788,16 em medicamentos de farmácia humana, e R$ 118,00 em gabapentina, somando R$ 3.506,16. Além disso, foi recomendada a realização de dez sessões de fisioterapia, com orçamento de R$ 1.680,00. Mochak também passou a tomar um calmante por pelo menos 30 dias após a segunda cirurgia e teve sua suplementação para ossos e articulações aumentada. A expectativa de recuperação total, com a vida "normal" do animal, foi estimada em 6 meses devido à fibrose que levaria 3 meses para firmar o quadril.

 

Diante desses novos custos, o tutor encaminhou a documentação à Cobasi, mas a empresa, em e-mail no dia 18 de agosto de 2025, informou que, após nova análise, não seria possível atender à solicitação de ressarcimento adicional. A Cobasi justificou a decisão com base em "parâmetros previamente estabelecidos" e "limites da responsabilidade assumida pela empresa no episódio", reiterando que a aprovação inicial se referia "exclusivamente aos gastos veterinários apresentados até o momento" e que eventuais despesas futuras seriam submetidas a nova avaliação interna, sem garantia de aprovação.

 

Ciro então manifestou sua insatisfação com a negativa, argumentando que a Cobasi, ao ressarcir a primeira cirurgia, já havia constatado sua responsabilidade pelo ocorrido, tornando incoerente a recusa de custos subsequentes que são decorrência direta do mesmo acidente.

 

Ele expressou que, além dos prejuízos financeiros, enfrentou mais de 30 dias de dedicação intensa e exclusiva ao animal, noites sem dormir e grande abalo psicológico. O tutor afirmou que o ressarcimento das despesas não compensaria o impacto emocional e a dedicação pessoal.

 

Diante da postura da Cobasi, o advogado decidiu judicializar o caso. Ele também optou por tornar público o ocorrido, visando alertar outros consumidores sobre a conduta da empresa em situações que envolvem a saúde e o bem-estar dos animais em suas lojas. O tutor ressaltou que, inicialmente, não tinha a intenção de entrar com uma ação, pois a postura da empresa vinha sendo considerada "muito correta".

 

O Bahia Notícias tentou contato com a Cobasi para uma manifestação sobre o caso, mas não obteve sucesso. A reportagem reitera que o espaço segue aberto para posicionamentos.