Data de 2 de Julho, da independência da Bahia, é celebrada em sessão solene na Câmara

Os 202 anos da independência da Bahia foram celebrados nesta quarta-feira (9) no plenário da Câmara dos Deputados, que realizou uma sessão solene para homenagear o estado. A homenagem foi requerida pela deputada Alice Portugal (PCdoB), que é a autora da lei 12.819/2013, que elevou o 2 de Julho como data histórica nacional. 

 

A solenidade contou com a presença de diversos deputados da bancada baiana, além do governador Jerônimo Rodrigues (PT), da primeira-dama do estado, Tatiana Velloso, da ministra da Cultura, Margareth Menezes, de deputados estaduais, prefeitos, vereadores e autoridades do governo federal. 

 

Após presidir a sessão, a deputada Alice Portugal falou com o Bahia Notícias, e destacou o momento especial vivido na Câmara nesta manhã de quarta, com os 202 anos de independência da Bahia sendo celebrado por deputados de todas as ideologias. A deputada lembrou a aprovação do projeto de sua autoria, que inseriu o 2 de Julho entre as principais efemérides nacionais. 

 

“Nós precisamos sempre dizer ao Brasil o que houve na Bahia. Ficamos subjugados pelos colonizadores por mais de um ano depois da independência em 7 de setembro. Não é portanto uma data antagônica ao 7 de setembro, ela é confirmatória. Então hoje tivemos a presença da classe artística, com Ana Mameto, tivemos o governador do Estado, a ministra Margareth, historiadores que são dedicados ao 2 de Julho, como a professora Graça Leal, nesse momento em que a bancada compareceu pluralmente no plenário. E a luta pela independência continua na luta por justiça social e por igualdade”, destacou Alice Portugal. 

 

Durante a solenidade, a baiana Ana Mametto cantou algumas músicas, acompanhada de seu marido, o violonista Yacoce Simões. Uma das músicas interpretadas por ela foi “Bahia com H”, cantada com acompanhamento de violão no encerramento da solenidade. 

 

Ao Bahia Notícias, o deputado José Neto (PT) disse que comemorar a data do 2 de Julho é celebrar o povo baiano, os negros, as mulheres, os movimentos que foram decisivos para a conquista da independência. 

 

“A Bahia tem a legitimidade e a magia do povo brasileiro, e é onde tudo nasce. Inclusive é onde a independência se consolida. 2 de Julho não é uma data qualquer. É uma data de consolidação, de dar fim às conspirações, e uma luta que veio do povo, das mulheres. Vem de Joana Angélica, vem de Maria Quitéria, vem de todos. O 2 de Julho não é apenas simbólico, ele é a demonstração mais legítima da nossa luta por independência que permanece”, afirmou. 

 

Entre alguns dos discursos feitos na tribuna para falar da importância da data de 2 de Julho para o estado da Bahia, como a deputada Lídice da Mata (PSB), foi destacado o projeto 32202025, apresentado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para instituir o Dia Nacional da Consolidação da Independência do Brasil. Esse dia será comemorado anualmente em 2 de Julho, embora o projeto não estabeleça essa data como feriado nacional. 

 

O deputado Jorge Solla (PT), ao falar com o BN, destacou que nesse ano as comemorações pelo 2 de Julho possuem esse diferencial, por ter gerado o envio do projeto à Câmara pelo presidente Lula.

 

“O presidente Lula esteve conosco no 2 de Julho, nos deu essa honra, e apresentou esse presente para todos nós, que foi esse projeto que oficializa essa data como da consolidação e a independência do Brasil e da Bahia. E isso vai se tornar nacional, aquilo que nós baianos anualmente registrávamos e comemorávamos. Com isso vamos mostrar mais ao Brasil a história da independência do Brasil e da Bahia, o que é muito importante. Esse projeto do presidente Lula brinda a história do Brasil, a história da Bahia, e vai ajudar a levar aos livros didáticos, à juventude, o conhecimento sobre o que foi esse movimento de independência”, disse Solla. 

 

Quem também falou ao Bahia Notícias sobre a homenagem ao 2 de Julho foi o deputado Márcio Marinho (Republicanos), que inclusive discursou na tribuna da Câmara durante a sessão. Marinho destacou a questão dos sacrifícios que foram feitos para que a independência da Bahia fosse conquistada.

 

“A gente sabe que essa data foi um marco importante para nós baianos e brasileiros, e tem que ser todos os anos relembrado, porque a gente só se atém ao fato do dia, mas não vê o quanto representou de sofrimento, muita dor, muitas lágrimas derramadas para que pudéssemos chegar à nossa independência. Quando a gente luta por uma independência, há um custo, de dedicação, de atitude, de coragem, e o povo  baiano sempre foi um povo corajoso. Conseguimos nossa independência com as armas, mas também com os quilombos, com as mulheres, com as donas de casa, com os feirantes, com aqueles que não aguentavam mais ser escravizados e dominados”, afirmou Marcio Marinho.

 

Na mesma linha, o deputado Valmir Assunção (PT) ressaltou, ao falar com o BN, que a luta pela independência da Bahia foi possível por conta do engajamento da população. 

 

“Quem lutou pela independência foi o povo. Foram os negros, os indígenas, as mulheres, foi uma luta sem a presença do Exército. Foi a luta do povo para expulsar os portugueses e consolidar a independência do Brasil. Então lógico que isso é marcante para nós da Bahia, é marcante para o povo brasileiro, e nós temos sempre que colocar essa data em todos os espaços para as pessoas não esquecerem”, pontuou Valmir Assunção.

 

Além de ter se pronunciado na tribuna durante a sessão, a deputada Rogéria Santos (Republicanos) também falou com o Bahia Notícias, e lembrou a união de toda a bancada quando se trata de defender os interesses do estado no Congresso Nacional.

 

“Vale o registro de que a nossa bancada é uma das mais presentes, sempre em todas as atividades da Casa, e não poderíamos deixar de estar aqui, unidos para comemorar os 202 anos de independência da Bahia. Essa sessão solene tem exatamente como referência trazer a evidência da independência do Brasil, que começou na Bahia. É importante frisarmos isso, porque as vezes parecemos um apêndice da história. Nós fomos muito mais do que um prefácio da história da independência do Brasil. O povo baiano contribuiu com a sua garra e sua força para que a independência acontecesse”, afirmou Rogéria Santos.