Lídice da Mata vai contra derrubada do IOF e diz que Congresso “é parte do problema” de governabilidade de Lula
Por Leonardo Almeida / Eduarda Pinto
A deputada federal e presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, avaliou, nesta quarta-feira (2), o crescente tensionamento entre os Poderes em Brasília. Representante da Bahia na Câmara dos Deputados, a parlamentar define que os deputados “são parte do problema” enfrentado pelo Governo.
Em entrevista ao Bahia Notícias, a deputada comenta uma pesquisa de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os colegas do Congresso. “Eu acho que pesquisa com deputado não tem muito sentido porque deputado tem parte. Ele é parte do problema, ele tem partido, ele se movimenta conforme a pressão do partido. O presidente Lula desde o primeiro momento não teve maioria na Câmara. Então, essa pesquisa para mim não significa muita coisa não”, define.
Presente no desfile do cortejo 2 de julho, na celebração que marca os 202 anos da Independência do Brasil na Bahia, Lídice celebra a nacionalização da data. “Há muitos e muitos anos, o povo acompanha, integra esse desfile cívico que comemora a data da libertação da Bahia, da presença portuguesa, e, portanto, o reconhecimento de Dom Pedro como príncipe regente do Brasil. Então, é uma data da Bahia e do Brasil ao mesmo tempo. Eu acho que o presidente Lula foi extremamente delicado em dar a esta data uma importância nacional, e que todos possam tomar conhecimento no Brasil inteiro dessa data que os maianos tanto fizeram para conquistar a independência”, afirma Lídice.
A congressista fala ainda sobre a derrubada do ajuste do IOF, promovido pelo Governo Federal. A medida da ala econômica do governo teve o decreto derrubado pelo Congresso Nacional. Lídice, que diz ter sido contra a medida do aumento inicialmente, critica a ação do Congresso:
“O que eu acho importante é que a Câmara recentemente tomou uma posição que, na minha opinião, foi negativa. D se pronunciar, pôr em votação e desqualificar uma medida que é da autonomia do Governo Federal, do Poder Executivo fazer. E embora tenha essa aprovação toda é um absurdo essa história de que aumentou o imposto. Todos os presidentes aumentaram o IOF e nunca teve o imposto. Aliás, o governo anterior, desse inominável, também o IOF era mais caro do que agora”, destaca a deputada.
E completa: “Fica-se inventando a mentira que IOF vai repercutir em toda a economia brasileira. Não é verdade. Eu acho que o que está dito e que ficou claro é que o mercado e os liberais querem que se congelem os salários durante seis anos, que diminua o direito dos funcionários públicos, que se faça o controle de gastos na saúde e na educação. Isso é inaceitável, absolutamente inaceitável”, conclui.