Assassino de Marielle Franco afirma não ter tido a intenção de matar motorista Anderson Gomes
Por Redação
Ronnie Lessa, ex-policial militar e assassino confesso da vereadora Marielle Franco, afirmou que não teve a intenção de matar Anderson Gomes, motorista da vereadora, assassinado junto a ela em 2018, no Rio de Janeiro. O assassino afirmou que o objetivo era atingir apenas a vereadora e que as balas que atingiram Anderson “passaram por Marielle”.
A declaração de Lessa foi dada durante o terceiro dia do depoimento virtual na ação penal aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, além de outros acusados, teriam atuado como mandantes do crime.
Ronnie Lessa afirmou que atuou exclusivamente para executar a vereadora, e acredita que, por ter usado uma submetralhadora HK, o motorista também foi morto. Em seu depoimento, Lessa afirmou que não tinha a intenção de atingir Anderson, e que o plano inicial era matar apenas Marielle.
No carro ainda estava a assessora da vereadora, Fernanda Chaves, que sobreviveu. De acordo com Lessa, os tiros que atingiram Anderson teriam ‘passado’ através de Marielle. De acordo com as investigações, a arma foi fornecida por Robson Calixto, ex-assessor de Domingos Brazão.
No processo são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele Chiquinho Brazão (Sem Partido), deputado federal, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa e o major da PM Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa. Ao todo, cerca de 70 pessoas devem depor na ação penal.
Ontem, no segundo dia do depoimento, Lessa disse também que ficou sabendo antecipadamente da operação da Polícia no Rio de Janeiro que o prendeu. Ele também afirmou que o assassinato de Marielle foi planejado de forma a não parecer um crime político para evitar a entrada da Polícia Federal no caso.