Itacaré está entre as dez piores cidades do Brasil em garantir Igualdade Étnico-Racial, aponta relatório
Por Ronne Oliveira
Dados do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades — Brasil (IDSC-BR) referentes ao ano de 2025, no comprimento do ODS 18 sobre Igualdade Étnico-Racial, mostram que a Bahia apresenta desafios regionais sérios em garantir os direitos dos grupos étnicos ainda mais em um contexto nesta quinta-feira (20), dia da consciência negra. Entre os piores resultados do país, Itacaré, município da Costa do Cacau, aparece com um resultado muito baixo.
Em um ranking de Igualdade Racial do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC) do ODS 18 (Igualdade Étnico-Racial), inédito nesta edição de 2025, vale lembrar que esse ODS foi proposto pelo governo federal em 2023 para complementar a Agenda 2030.
A classificação utilizada pelo IDSC segue os seguintes intervalos: muito alto (80 a 100), alto (60 a 79,99), médio (50 a 59,99), baixo (40 a 49,99), muito baixo (0 a 39,99) e informação não disponível, quando falta algum dado decisivo.
Entre os piores resultados, Itacaré aparece entre os 10 últimos do país com mais de 5.570 classificações. Com uma média classificada na faixa vermelha, como “muito baixa”, o município da costa baiana pontuou 14,42 de 100 pontos.
Confira a lista dos 10 piores resultados nacionais:
5561 — Campo Novo de Rondônia (RO): 10º pior desempenho no país.
5562 — Itacaré (BA): 9º pior desempenho; única cidade baiana entre as últimas dez.
5563 — Campos dos Goytacazes (RJ): 8º pior desempenho.
5564 — Juiz de Fora (MG): 7º pior desempenho.
5565 — Brejinho de Nazaré (TO): 6º pior desempenho.
5566 — Maceió (AL): 5º pior desempenho.
5567 — São Gotardo (MG): 4º pior desempenho.
5568 — Pinheiral (RJ): 3º pior desempenho.
5569 — Bicas (MG): 2º pior desempenho.
5570 — Sítio Novo (MA): pior cidade do Brasil no ODS de Igualdade Étnico-Racial.
Chama atenção a classificação baixa que algumas capitais nacionais tiveram. Entre os piores resultados nesse ODS está a capital Maceió, no estado de Alagoas. O Bahia Notícias (BN) mostrou que, ao observar a classificação das capitais brasileiras, Salvador teve a 3ª melhor classificação nacional, mesmo que com uma média muito baixa, de 38,84.
Para além das 10 piores cidades do Brasil no ODS 18, há também um alerta regional na Bahia. Segundo os resultados, Itacaré e vários outros municípios da Costa do Cacau estão entre os desempenhos mais baixos (<39,99) do país no indicador de Igualdade Étnico-Racial.
Por exemplo, Itacaré faz fronteira com 4 municípios na região, são eles: Aurelino Leal com média 32.79, Ubaitaba com 22.98, Maraú com 33.24 e por fim o único que conseguiu atingir uma classificação "mediana" Urucuça com 58.54. Até mesmo em cidades maiores na Costa do Cacau como Ilhéus não foram muito melhor, com a média 32.06.
Sede dos poderes Executivo e Legislativo da cidade | Foto: Reprodução / Google Street View
COMO É FEITO?
O ODS 18 reúne 10 indicadores que avaliam a capacidade do país de garantir igualdade étnico-racial, e o IDSC avaliou as 5.570 cidades brasileiras em 2025, permitindo monitorar dados relacionados às questões raciais ao nível municipal.
Sendo um marco para o Brasil checar seus desafios, afinal até então, a Agenda reunia os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que orientam os países signatários rumo a um modelo de desenvolvimento baseado em pessoas, planeta, prosperidade, paz e parcerias.
No ODS 18, o IDSC considera critérios como:
– Diferença na taxa de gravidez na população negra;
– Distorção idade-série nos anos iniciais do ensino fundamental;
– Desigualdade de rendimento real;
– Diferença na taxa de homicídios;
– Homicídios juvenis;
– Feminicídios;
– Percentual de vereadoras e vereadores negros eleitos;
– Proporção da população negra vivendo em assentamentos subnormais.