Após fala de Bruno Reis sobre reajuste, entenda como funcionou o subsídio que segurou a tarifa de ônibus em Salvador em 2025
Por Redação
A sinalização do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), de que a tarifa de ônibus deverá ser reajustada em 2026, reacendeu o debate sobre o custo do transporte público na capital baiana. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa no Festival Virada Salvador, nesta segunda-feira (29).
O indicativo ocorre após a Câmara de Salvador ter aprovado, em novembro, um subsídio para 2025 que evitou um aumento ainda maior da passagem neste ano, segundo a prefeitura. No mês passado, o Legislativo soteropolitano aprovou o Projeto de Lei nº 522/2025, que autorizou a concessão de um subsídio orçamentário de até R$ 67 milhões para o transporte público.
De acordo com a proposta, o objetivo do subsídio era garantir a modicidade tarifária, evitar reajustes mais elevados na passagem e preservar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos de concessão do sistema.
DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS
O valor total autorizado foi dividido entre os diferentes modais do transporte coletivo municipal. Do montante de R$ 67 milhões: R$ 63 milhões foram destinados às concessionárias do sistema de ônibus convencional e R$ 4 milhões ficaram reservados aos permissionários do Subsistema de Transporte Especial Complementar (STEC), conhecidos como “amarelinhos”.
Conforme o projeto aprovado, o subsídio incide sobre os serviços prestados entre a data-base do reajuste tarifário de 2025 e o dia 31 de dezembro do mesmo ano.
E SE NÃO TIVESSE SUBSÍDIO?
Durante a tramitação da matéria, a Prefeitura de Salvador apresentou cálculos indicando que, sem o aporte de recursos públicos, a tarifa poderia chegar a R$ 6,02 em 2025. Atualmente, o valor cobrado ao usuário é de R$ 5,60.
Segundo a administração municipal, esse patamar colocaria Salvador entre as capitais com as passagens mais caras do país, argumento utilizado para justificar a necessidade do subsídio aprovado pela Câmara.
CUSTO DO SISTEMA
Ao comentar o tema agora, já projetando 2026, Bruno Reis afirmou que o subsídio aprovado pela Câmara “pagou a conta de 2025”, mas destacou que o modelo não elimina a necessidade de discussão sobre reajustes futuros.
“O que a Câmara fez foi aprovar um subsídio para pagar a conta de 2025. Existe um contrato de concessão que regulamenta uma fórmula paramétrica, que analisa o IPCA do período, a correção do diesel e estabelece esse reajuste”, disse o prefeito.
Na mesma fala, Bruno Reis detalhou a diferença entre a tarifa paga pelo usuário e o custo apontado pela Prefeitura como necessário para manter o sistema em funcionamento. “A tarifa na porta é R$ 5,60, mas a tarifa técnica, que custeia o sistema, é R$ 6,19. Isso significa que, a cada passageiro transportado, a Prefeitura está pagando R$ 0,59”, explicou.
O prefeito também apresentou uma estimativa do impacto financeiro dessa diferença. “Você pega 14 milhões de passageiros por mês, multiplica por R$ 0,59 e depois por 12. Aí você vai ver qual é a conta da Prefeitura”, afirmou.
A partir do cálculo descrito pelo gestor, a diferença anual citada chega a R$ 99,1 milhões, considerando o volume mensal informado de passageiros.
