“Brasil empurrou a gente para o Paraguai", diz presidente da Lupo
Por Redação
A presidente da marca Lupo Sports, de vestuário esportivo, Liliana Aufiero, afirmou que o modelo tarifário brasileiro levou a fábrica para o Paraguai, país vizinho onde possui mais vantagens fiscais para atuar. Em entrevista à Folha de São Paulo neste domingo (16), a empresária, neta do imigrante italiano Henrique Lupo, que criou a companhia em 1921, detalha o processo.
Ela explicou que, com a nova lei 14.789/2023, que altera as regras de tributação de incentivos fiscais para investimentos concedidos por estados no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), a Lupo viu o lucro cair. A saída foi expandir a produção para fora do país.
"Não é que a Lupo foi para o Paraguai, o Brasil empurrou a gente para o Paraguai", diz Liliana, que inaugurou em junho sua primeira fábrica no exterior, em Ciudad del Este. "Os impostos estão comendo a operação de forma violenta”. No Paraguai, os custos são pelo menos 28% menores do que no Brasil.
Com capacidade para produzir até 20 milhões de pares de meias por ano, a planta paraguaia recebeu investimentos de R$ 30 milhões e emprega cerca de 110 pessoas.
Mas não são só os impostos. Uma fábrica de meias instalada no país vizinho por um empresário chinês é o principal concorrente da companhia hoje. "Se ele consegue vender no Brasil sem investir em marca, e oferecer um bom produto a um custo menor, eu tenho que ter as mesmas vantagens."
