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Brasil decide entrar em Opep e iniciativa repercute mal entre ambientalistas

Por Redação

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Em decisão anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, nesta terça-feira (18), após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o Brasil aceitará o convite da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) para aderir o grupo de aliados do cartel, conhecido como Opep+.

 

"Apenas autorizamos iniciar o processo de adesão à EIA, isso está aprovado, além da continuação do que foi suspenso no governo anterior, que é a adesão à Irena. Ficou decidido: início da adesão à EIA, Irena e Opep+", declarou Silveira.

 

Criada em 1960, a Opep reúne 13 grandes produtores de petróleo, incluindo Arábia Saudita, Irã, Iraque, Emirados Árabes Unidos e Venezuela. Já a Opep+ inclui países aliados que não integram formalmente a organização, mas cooperam em estratégias de mercado, como regulação da oferta e estabilização de preços.

 

Silveira minimizou críticas à decisão e defendeu a participação brasileira no bloco. "É apenas uma carta e fórum de discussão de estratégias dos países produtores de petróleo. Não devemos nos envergonhar de sermos produtores de petróleo", afirmou.

 

AMBIENTALISTAS CRITICAM ADESÃO

A decisão do governo brasileiro gerou reações negativas entre ambientalistas. Para Camila Jardim, especialista em política internacional do Greenpeace Brasil, a adesão sinaliza um retrocesso no compromisso do país com a transição energética, especialmente às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30), que será realizada em Belém (PA).

 

"Em meio a mais uma onda brutal de calor e recordes sucessivos de temperatura, o Brasil vai na contramão ao integrar um grupo que funciona como um cartel do petróleo, controlando a oferta para sustentar preços lucrativos", criticou.

 

Pablo Nava, especialista em transição energética da mesma ONG, também questionou a decisão. "O Brasil não precisa ingressar na Opep+ para ter sucesso em sua política internacional. Poderia ampliar suas relações em outros fóruns multilaterais, investindo em alternativas de transição energética e economia de baixo carbono, alinhadas ao Acordo de Paris", afirmou.

 

Silveira rebateu as críticas e disse se considerar um defensor do meio ambiente. "Ambientalistas, que têm todo meu respeito. Eu também sou ambientalista, talvez me considere mais ambientalista que eles", declarou o ministro.