Brasileira denuncia invasão de apartamento e tentativa de estupro na França
Por Redação
A maquiadora brasileira Marcela Vinhal de Carvalho, de 25 anos, denunciou ter sido vítima de assalto e tentativa de estupro durante uma viagem a Paris, na França, em novembro deste ano. Em seu relato, a vítima afirma que teve o apartamento invadido por sete homens armados no último dia de viagem.
O caso ocorreu no dia 16 de novembro. Marcela, que é maquiadora e natural da cidade de Contagem, em Minas Gerais, havia alugado um apartamento na capital francesa por meio do Airbnb junto com duas amigas, sendo que uma delas não estava presente no momento do ocorrido. A brasileira conta que elas ouviram batidas na porta e acharam que era a terceira amiga pedindo para entrar na casa, no entanto, foram surpreendidas por sete homens invadindo o apartamento.
Ao g1, Marcela detalha: "Isso aconteceu por volta de 20h, e uma das nossas amigas que tinha saído estava para chegar. Eles entraram gritando muito, nos bateram com tapas, murros e cotoveladas. Eles tentaram atirar em mim, pois eu estava em pânico e gritando muito. Bateram com a arma na cabeça da minha amiga quando ela tentou me acalmar. Eles ainda tentaram arrancar nossas calças e blusas".
As jovens teriam conseguido fugir ilesas quando a terceira colega retornou ao imóvel e interfonou diversas vezes, assustando os suspeitos, que saíram do local levando os celulares e bolsas de ambas. Ao total, foram levados quatro celulares, 900 euros – aproximadamente R$ 6 mil –, cartões de crédito e outros itens.
Ao saírem da casa, o trio buscou ajuda em uma estação de metrô próxima e foram auxiliados por uma outra mulher, que acionou a polícia. As jovens foram levadas para a delegacia por volta de 21h, e lá ficaram até às 8h da manhã do dia seguinte. Marcela relata que o grupo foi interrogado e policiais teriam sugerido que elas seriam prostitutas ao verem medicamentos ginecológicos e preservativos nas malas delas.
"Foi bizarro. A gente pensou que eles [policiais] eram super preparados. Eles andaram pela casa, coletaram digitais... Mas tinham algumas peças íntimas em algumas das malas e os policiais falaram que era cor de calcinha de prostituta. A gente não conseguia entender o idioma, mas uma das minhas amigas compreendia o que eles falavam. Fomos interrogadas como se fôssemos as suspeitas", disse.
Após cerca de 11h na delegacia, o grupo retornou ao apartamento quando, horas depois, foram convocadas por policiais no local a cumprirem os trâmites para um exame de corpo e delito. Na volta, o proprietário do imóvel as expulsou do apartamento alegando “motivos de segurança”
Marcela afirma que buscou apoio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, mas não foi bem atendida. Ela conta que chegou a se ajoelhar e pedir ao segurança que a deixasse ficar no local já que estava sem dinheiro, celular ou local de hospedagem no país. "Quando isso aconteceu, eles [do Consulado] ameaçaram chamar a polícia para mim", conta.
Depois de tentar auxílio brasileiro na França, Marcela decidiu voltar para o Brasil. A equipe do Consulado emprestou um telefone para que ela conseguisse falar com a família e outros brasileiros que viram as jovens buscando ajuda também as auxiliaram no contato com a família. Marcela conseguiu retornar ao Brasil no último domingo (1º), quando retomou suas atividades no estúdio de maquiagem que administra.
"Me sinto segura aqui, mas os traumas não passam nunca. Meu estúdio fica no 2º andar de uma loja, e sempre penso que alguém vai aparecer. Tenho crises de pânico. É um sentimento de impotência, sabe?", contou.
Por nota, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) afirmou que acompanhou o caso e prestou assistência consular às brasileiras, porém sem citar a denúncia de que as vítimas não foram devidamente avaliadas. A polícia francesa e o Airbnb não se pronunciaram sobre o ocorrido. As informações são do G1.