Secretaria de Gestão de Salvador era um dos alvos de investigados na Operação Aleteia
Por Estela Marques/ Bruno Luiz
A Justiça determinou nesta segunda-feira (16) a quebra do sigilo telefônico dos investigados na Operação Aleteia. A decisão acatou pedido do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apura a participação de cinco pessoas em um esquema de fraude em arrecadação de impostos e licitações públicas. Após a Justiça liberar áudios de gravações telefônicas que mostram a atuação dos suspeitos, documentos do MP-BA revelam também que um dos alvos dos integrantes do esquema fraudulento era a Secretaria Municipal de Gestão (Semge) de Salvador. A transcrição das conversas mostra Rafael Prado, filho do apresentador Casemiro Neto, preso pela Polícia Civil em São Paulo no último sábado (14) por suspeita de participação nas fraudes, e Bruno Matos, que se apresentou à polícia nesta terça-feira (17), em diálogo no qual revelam as pretensões de levar o esquema à Semge. “Eu quero conversar com você que a gente vai chegar junto lá na Semge”, afirma Prado. Em outro momento, Rafael e Matos afirmam intenção de subornar um funcionário da secretaria, identificado como Caio. “Veio (sic), pense em um jeito de a gente tentar chegar nesse Caio (da Semge). Se a gente pegar essa Semge, a gente fica rico veio (sic)”, vislumbra Prado. “Ganhar vinte conto a mais por mais ele não quer?”, continua. Já em outro momento, Rafael aparece em conversas com outro integrante do esquema, identificado como Marcos Menezes de Oliveira, para que ele intermedeie uma maneira de conseguir a participação de uma funcionária chamada Flávia. “Conversa para fazer uma ponte com Flávia da Semge, que Rafael vai dar uma grana”, afirma Oliveira. De acordo com as investigações do MP-BA, os áudio interceptados “confirmam as suspeitas de que Rafael é o verdadeiro proprietário das empresas do grupo , além de evidenciar um esquema de fraude à licitação perpetrado pelo grupo criminoso de Rafael em conluio com o grupo dos irmãos Mattos”. Deflagrada neste sábado, a operação também prendeu a mulher de Prado, Ariana Nasi, além de César Mattos. Segundo o MP-BA, em coletiva na tarde desta terça, Ricardo e Bruno Mattos, que se apresentaram à polícia nesta manhã, já foram interrogados e estão custodiados na Delegacia dos Barris. Marcos Menezes e Washington Mendes, funcionários das empresas de Rafael Prado e suspeitos de envolvimento no esquema, continuam foragidos, assim como Tatiana Ramos, usada como laranja nas empresas de Prado.