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Operação Aleteia: Em três anos, esquema movimentou R$83 milhões sem declaração

Por Luana Ribeiro / Aymée Francine

Operação Aleteia: Em três anos, esquema movimentou R$83 milhões sem declaração
Foto: Divulgação
A inspetora fazendária Scheilla Calvacanti Meireles, o promotor de Justiça Luiz Alberto Vasconcelos e o delegado da Polícia Civil Marcelo Sanfron apresentaram, na manhã deste domingo (15), a investigação ‘Aleteia’, que foi deflagrada neste sábado (14) e resultou na prisão de Rafael Cardoso Prado, filho do apresentador Casemiro Neto, da esposa dele, Ariana Nasi, do empresário Cesar Matos e da ‘laranja’ Maria de Fátima Andrade Silva -- esta presa na manhã de domingo. A investigação teve início a partir de denúncia, na qual a força tarefa veio a identificar o uso de laranjas para a sonegação e fraudes em licitações na Bahia e em outros estados. A apuração corre há três anos, mas os crimes ainda estão sendo investigados. A equipe espera encontrar provas complementares com o material coletado durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão. "Eles revendiam produtos diversos, principalmente livros, material escolar e de escritório de péssima qualidade. Existe outro inquérito de licitação de mais de R$ 1 milhão, no qual os produtos não foram entregues aos compradores, ou houve a entrega de produtos piratas", disse Sanfron. Além de livros e artigos de papelaria, o grupo também participava de licitações na área de saúde. Além dos quatro mandados de prisão cumpridos, há outros e cinco foragidos: os irmãos de César, Bruno e Ricardo Matos; os funcionários do grupo, que atuavam como "faz-tudo", Washington Mendes e Marcos Menezes, e uma empregada doméstica, Tatiane Ramos, que trabalha em Salvador e é acusada de ser 'laranja' no esquema - que envolvia mais de 20 empresas agrupadas em dois grupos, liderados por César e Rafael. Só Rafael, teria aberto mais de 15 empresas nos últimos três anos. A polícia explicou que o nome da operação, ‘Aleteia’, foi escolhido porque significa 'espirito da verdade' em grego, 'o que se opõe a fraude'. “A operação ocorreu com o sucesso esperado e foi deflagrada no momento em que se reuniram provas suficientes", disse Vasconcelos, ao ser questionado sobre um suposto vazamento de informações. O promotor, no entanto, confirmou que os mandados foram expedidos na última quinta-feira (12). O esquema se dava com a simulação de concorrência entre as empresas de Matos e Rafael para compra dos materiais revendidos. O prejuízo fiscal está estimado em R$ 4,5 milhões, mas esse número ainda pode ser maior. A força-tarefa afirma que, em três anos, as 20 empresas criadas movimentaram mais de R$ 83 milhões sem declarar. A Prefeitura de Salvador também está entre as administrações que compraram material do grupo, entre outras prefeituras e estados que ainda estão sendo investigados, mas já se sabe que a concentração maior se dá nos estados do Norte e Nordeste. Não há indícios, por enquanto, de envolvimento de agentes públicos no esquema. Cesar Matos está preso no Complexo Policial dos Barris e Maria, que também foi detida, será encaminhada para o presídio feminino da Mata Escura, ambos na capital baiana. Os mandados de prisão temporária que permitiram as detenções têm duração de cinco dias, podendo ser prorrogável por mais cinco. Se necessário, a polícia pode solicitar mandados de prisão preventiva, o que manteria os envolvidos custodiados por mais tempo. A polícia especificou que outros laranjas ainda serão intimados. De acordo com Vasconcelos, porém, nem todos tinham conhecimento do esquema montado e grande participação. Estima-se que a operação esteja encerrada em 30 dias, prazo que pode ser prorrogado. No final deste período, serão oferecidas denúncias contra os envolvidos, que, até agora, deverão responder por crimes contra a ordem tributária, associação criminosa, fraude em licitação. "Mas no final [da investigação] podem ter outros crimes, como lavagem de dinheiro", explicou Vasconcelos. Atualizada às 12h50.