Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote
Você está em:
/
/
Entretenimento

Notícia

De volta à terra do ‘Reggae Bom’, Lagum fala sobre inspiração na Bahia: “Grande polo artístico”

Por Laiane Apresentação

Foto: Reprodução / Redes Sociais

Figurinhas já conhecidas em solo soteropolitano, a banda mineira Lagum, que “detesta despedidas” retorna, neste domingo (16), à Salvador, com a turnê “As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo”, e um repertório atualizado para um show na Pupileira. 

 

Quinta vez se apresentando na capital baiana, Pedro, Zani, Jorge e Chicão já avisaram: “Você não precisa fazer o que não quiser, ninguém veio aqui pra te aplaudir. Não me olhe com esses olhos de quem nunca me viu antes, antes mesmo eu já estive aqui”. E não podia ser mais verdadeiro! 

 

Ao Bahia Notícias, a banda contou as inspirações que a cidade traz e falou sobre o atual momento do grupo, que completou 11 anos de existência. A música citada acima é uma prova do que a cidade já os proporcionou, afinal, “Reggae Bom”, lançada em 2019 no álbum “Coisas da Geração”, foi composta aqui. 

 

 

“A gente fez uma viagem para Salvador e aí alguém me falou [que] é uma gíria tipo: ‘Ah, vai dar reggae’, alguma coisa assim, tipo, ‘o reggae vai ser bom’. Como se fosse uma expressão para dizer que ia ser legal, que ia dar bom à noite, que ia rolar e tal. E eu lembro que a gente fez a música ‘Reggae Bom’ depois dessa viagem”, conta Pedro Calais, vocalista da banda. 

 

Mas não é só o reggae soteropolitano que os inspira. Pedro conta que a “paleta de cores” da cidade “prendeu” sua atenção. “Eu lembro de ficar encantado assim, ir na praia e a cor das coisas tava me chamando muita atenção, eu lembro que a gente tirou fotos bonitas também”, compartilha.

 

No novo álbum “As Cores, as Curvas e as Dores do Mundo”, lançado em 27 de março, a banda traz para o centro questões sobre o cotidiano e a vida na cidade, a vida comum e rotineira. “A gente quis falar sobre a nossa rotina e o que a gente vê e vivencia aqui”, explica Pedro.

 

 

Como uma banda com agenda lotada e passagens por diversas cidades tanto no Brasil, quanto fora, as viagens também ajudaram na construção do disco. “A viagem é mais fácil porque tira a gente desse ambiente que a gente é acostumado a ter contato, a gente fica mais contemplativo, mais atento, as coisas não passam despercebidas”, completa o cantor. 

 

Ao BN, Pedro afirma que para cada parada, a banda se molda a energia da cidade onde o show acontece. “Se o público tá muito animado, a nossa energia vai lá no alto, se a noite tá fria, a nossa energia muda”. 

 

“Eu acredito que cada passagem tem o seu momento de carreira. Normalmente a gente faz a turnê dos discos que a gente lança. Então, cada momento que a gente passa na cidade, a gente tá com um conteúdo diferente para apresentar. E a gente mesmo tá diferente, a gente presta atenção em outras coisas”, explica Zani. 

 

Em Salvador, o guitarrista da banda, Zani, conta que todos os integrantes possuem muito carinho pela cidade, em especial por sua relevância histórica e cultural. “Salvador é uma capital que a gente foi… que eu lembro muito de um show que a gente fez ai para poucas pessoas e que foi um show muito quente mesmo, tanto do público, quanto do clima”, revela.

 

Em questão de energia particular, cada integrante do Lagum tem sua própria estratégia. Zani, guitarrista, prefere dormir, Jorge e Chicão gostam de jogar tênis, enquanto Pedro prefere conhecer a cidade, a culinária, os pontos turísticos ou até mesmo se conectar com algum outro artista. “Depende muito da cidade e da energia da cidade”, esclarece. 

 

Além de ter inspirado uma das canções da banda, a Bahia inspirou o grupo em outros detalhes. “A Bahia é um dos estados mais importantes para a música brasileira, porque, quando a gente para pensar em Gilberto Gil, Caetano Veloso, são artistas que são ícones do Brasil e que vieram da Bahia e moldaram muito também a cultura do Brasil como todo”, confessa Pedro.

 

“A Bahia é um grande polo artístico assim e eu acho que influencia o Brasil de uma forma muito impactante assim”, adiciona. Entre os artistas que o inspira atualmente, Calais apontou Raul Seixas, conhecido como o pai do rock brasileiro. 

 

“Eu não conhecia tanto a história do Raul Seixas, eu vim descobrir que ele era baiano há pouco tempo, porque eu assisti à série dele e eu fiquei encantado com o Raul. Eu não ouvi, eu não conhecia muito a obra dele, então recentemente tem me inspirado bastante”, revela. 

 

A banda completou recentemente 11 anos de existência - cinco deles sem a presença física do baterista Tio Wilson, que faleceu em 2020, vítima de uma parada cardiorrespiratória. Colhendo os frutos de seus trabalhos, Lagum foi a atração escolhida para abrir os shows de Imagine Dragons, no Brasil. 

 

 

Sobre a experiência, Zani conta que é uma oportunidade de mostrar a quem não conhece a banda, quem eles são ou não são, o que falam e o seu som ao vivo. “É uma grande oportunidade, a gente trabalhou bastante no repertório, tanto para condizer com a comunicação do Imagine Dragons mesmo”, explica. 

 

O último trabalho da banda acompanha uma trajetória de evolução, que Zani considera um “amadurecimento eterno”, tanto no negócio, na empresa, na música, na composição, na criação de conteúdo e na interação com os fãs.

 

Em suas músicas, o músico acredita ainda que através da interpretação de cada um, a canção vai tocar a pessoa de uma forma diferente “porque ela foi feita com muita verdade”. “O que mais me emociona nesse aspecto é a questão de a gente ter feito as coisas com ‘ingenuidade’, entre aspas, de estar colocando a nossa realidade, as coisas que a gente passa”, confessa. 

 

“Tanto difíceis, quanto as boas, quanto os amores e tudo mais que a gente vive… a gente colocar isso com uma certa… uma certa não… com uma verdade muito grande em tudo que a gente escreve, em tudo que a gente faz”, acrescenta Zani. 

 

Ao olhar para trás, em sua discografia, o músico confessa que se emociona por conseguir “acessar aquele momento que tava vivendo através daquela música”. “Eu acho que isso acontece logicamente com outros momentos, com diferentes acessos com os fãs, mas acho que o que mais me emociona é ver essa discografia que modesta a parte muito bem feita por nós e que passa muita verdade assim”, completa.