BaianaSystem mistura axé com reggae e eletriza fãs no Afropunk
Por Eduarda Pinto / Rebeca Menezas
A banda BaianaSystem fez no Afropunk Brasil o que ela faz de melhor: misturar ritmos e exaltar afrolatinidade. O que poderia ser um show comum da banda, que já seria bom demais, se tornou uma festa eletrizante dedicada ao reggae.
Com a participação da artista Sister Nancy, grande ícone do reggae, e Larissa Luz, grande parte do show foi dedicada ao instrumental. Para Russo Passapusso, a exaltação do ritmo latino já é uma marca da banda.

“[O reggae] Simboliza a cultura de paz, identidade, um povo jamaicano que permite que a gente misture as tradições, misture as raízes. A gente nasce aqui - eu sou do interior, Beto é dessa Bahia molhada -, e a gente sabe que a permissão da Jamaica em trabalhar e abrir portas para que a gente possa costurar nossas letras também, do samba, das relações do reggae, é muito importante”, afirmou ao Bahia Notícias.
Segundo ele, a música jamaicana, que já penetrou na cultura e na musicalidade baiana, representa um modelo de “protesto pacífico” em torno de pautas sociais importantes.
“Eu vejo uma mensagem de paz, que é importante nos dias de hoje. Tudo que a gente sabe que sofre, esse reggae que bate e a gente não sente dor, essa mensagem que faz a gente se sentir feliz mesmo sabendo de todos os nossos problemas. Esse protesto de sorriso. A música jamaicana traz isso”, explica.

E para ele, ressaltar a força feminina é ainda mais importante: “A gente está com uma guerreira, mulher, forte. Vocês sempre veem a gente falar de Augustus Pablo, v. Spy, Gregory Isaacs, vão ver a gente falar das mulheres do reggae, Sister Nancy e outras mais. Então aumenta o som e ouve a voz feminina no reggae.”
Mas a passagem da banda pelo Afropunk não parou por aí. Além da mensagem trazida pela banda e um início de show relativamente calmo, a banda transformou o Parque de Exposições em uma grande roda, que com direito a sinalizadores e o saci pererê regendo a curtição do público.
