Bahia fecha Paralimpíadas Escolares 2025 com desempenho histórico e 28 medalhas
Por Redação
A Bahia encerrou sua participação na edição 2025 das Paralimpíadas Escolares assinando um capítulo inédito em sua trajetória no esporte inclusivo. Ao longo das duas semanas de competição, realizadas entre 17 e 28 de novembro no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, a delegação baiana conquistou 28 medalhas, seu maior número desde que passou a integrar o evento.
Com 27 estudantes-atletas distribuídos em cinco modalidades: atletismo, goalball, tênis de mesa, bocha e parabadminton, o estado se destacou em meio a mais de dois mil competidores de todas as regiões do país. A programação nacional, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), contou ainda com outras disciplinas paralímpicas, como basquete 3x3, natação, judô e futebol de cegos.
Entre os destaques da campanha baiana está a estreia de Ryan Aparecido Ribeiro, de 14 anos, natural de Licínio de Almeida. Em sua primeira vivência em uma etapa nacional, o jovem mesatenista retornou para casa com duas medalhas de prata, conquistadas nas disputas individual e em dupla.
"Foi uma experiência inesquecível. Eu tinha pouco tempo de prática, mas consegui alcançar um resultado que não imaginava. Quero voltar no ano que vem mais preparado", contou o atleta, que concilia o esporte com o sonho de seguir carreira no Direito.
O pai, Aparecido Ribeiro, acompanhou tudo de perto e não conteve a emoção: "Ver o sorriso dele no pódio compensa todos os desafios. Ryan sempre foi dedicado, e esse resultado só reforça o quanto ele é especial."
Outra novidade do time baiano foi a presença de Carlos Alberto Neto, atleta da bocha, que viveu em São Paulo sua primeira grande competição. Ao lado dele, a mãe, Jucileide dos Santos, experimentou sentimentos parecidoo: "Foi tudo novo para mim. Estar aqui, acompanhar ele de perto… É a realização de um sonho que ele sempre teve."
A análise técnica da campanha foi feita por Wilson Brito, chefe da delegação baiana e coordenador do Centro de Referência Paralímpico Bahia. Para ele, os números reforçam um processo contínuo de amadurecimento.
"Alcançamos um patamar acima das edições anteriores, que nunca haviam ultrapassado 20 medalhas. Isso é fruto de um trabalho articulado entre escolas, instituições especializadas e políticas públicas de inclusão", avaliou.
De acordo com Brito, o estado deve elevar o nível de participação já em 2026. "A projeção é levar pelo menos 50 estudantes-atletas para a próxima edição. Estamos estruturando treinamentos contínuos durante todo o ano."
O coordenador do Núcleo de Paradesporto da Sudesb, Adelmare Júnior, também acompanhou o grupo na capital paulista e destacou a ampliação do programa:
“Triplicamos o número de participantes em comparação ao ano passado. O esporte escolar é o alicerce do alto rendimento paralímpico, e queremos fortalecer essa base.”
A equipe baiana contou com mais de 40 integrantes, entre atletas, professores, oficiais e, pela primeira vez, profissionais de saúde — médico e fisioterapeuta. As viagens, uniformes e equipamentos foram financiados pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação e da Setre/Sudesb.
MEDALHAS DA BAHIA – CAMPANHA 2025
Atletismo
• Kethiley Emamuely (Remanso) – ouro (100m, 60m e 200m)
• Kaylana Santana (Jequié) – ouro e duas pratas
• Davy de Jesus (Salvador) – ouro (lançamento de pelota) e duas pratas
• Samuel Almeida (Juazeiro) – prata e bronze
• Davi Lucas Barboza (Jequié) – prata
Goalball
• Tiago Reis (Jequié), Rafael Bitencourt (Salvador) e João Gabriel dos Santos (Salvador) – bronze
Tênis de Mesa
• Ryan Aparecido (Licínio de Almeida) – duas pratas
• Lisandro Jean Silva França – dois bronzes
• Kael Silva Santiago – dois bronzes
• Miguel Pereira Paim – bronze
• Lavínia Vitória – bronze
Parabadminton
• Jonas Gustavo – ouro e bronze
• William Matheus – prata (categoria A)
• Samuel Lucena – bronze (categoria A)
• Ana Luiza Mesquita – bronze (categoria B)
Bocha
• Stephany Luna – ouro
• Cauany Vitória Almeida – bronze
