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Notícia

Ídolo do Atlético de Alagoinhas, Robert vive drama após grave acidente e revéla mágoa: "Nunca me deram suporte"

Por Thiago Tolentino

Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas

Ídolo do Atlético de Alagoinhas e maior artilheiro da história do clube, com 59 gols em 100 partidas, o atacante Robert vive um momento que jamais pensou enfrentar. Aos 40 anos, o ex-jogador encara um drama pessoal e de saúde desde que fraturou a perna em setembro de 2023.

 

"Quebrei minha perna em 2023. Fiz cirurgia em janeiro de 2024, coloquei uma placa e oito parafusos. Mais dois quebraram em apenas cinco meses de tratamento. Depois de 11 meses, tive que refazer a cirurgia porque meu tornozelo calcificou fora do lugar", contou ao Bahia Notícias.

 

Sem emprego e sem renda desde o acidente, Robert se apoia em uma rede de familiares, amigos e profissionais da saúde que o impede de desistir.

 

"Quem me apoia hoje são minha mãe Arlene, meu pai Célio, minha irmã Jéssica, minha esposa Adriana, além dos fisioterapeutas e da clínica CIS, que estão me dando suporte. Se não fosse por eles, eu estaria numa situação muito pior", contou. 

 


Robert Mendes é considerado um dos maiores ídolos da história do Carcará | Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas

 

Nos últimos 30 dias, uma nova figura surgiu em sua caminhada para a retomada da saúde: o médico Ivo Kitaoka. "Gostaria primeiramente de agradecer a Deus. Ele coloca pessoas generosas e capacitadas na nossa vida. O Dr. Ivo Kitaoka é uma dessas pessoas. Mesmo sem eu poder custear o tratamento no momento, ele começou a cuidar de mim. Fiz até uma rifa para tentar pagar uma parte, mas ele nunca me falou o preço. Só tenho gratidão por sua empatia e apoio", afirmou o ex-atacante.

 

Segundo Robert, o especialista apresentou três opções para o tornozelo lesionado: uma cirurgia para fixar os ossos e perder a mobilidade do pé; uma cirurgia com prótese; ou um tratamento menos invasivo, com injeções de ácido hialurônico, ozônio e células-tronco.

 


Robert realizando um dos seus tratamentos | Foto: Acervo Pessoal

 

"Por ainda ser novo, ele me sugeriu a terceira opção. E já iniciou o tratamento, mesmo sabendo que não tenho condições de pagar. Isso me dá esperança de voltar a andar sem dor."

 

Enquanto encontra solidariedade em pessoas comuns, Robert não esconde a mágoa com o esquecimento de dirigentes e autoridades, principalmente com o clube no qual é ídolo.

 

"Sobre o Atlético de Alagoinhas, um clube onde me identifiquei desde minha chegada à cidade, até hoje nunca me procuraram para me dar suporte. Fico triste, porque representei a cidade sendo o maior artilheiro da história, vice-campeão em 2020 e campeão em 2021 — um feito inédito. Mas hoje, o clube, vereadores, prefeitos e a própria prefeitura me deixaram cair no esquecimento."

 

Ele também lamenta a distância de antigos companheiros e dirigentes. "Muitos que me chamavam de ídolo e batiam nas minhas costas, hoje não atendem minhas ligações. Antigamente me ofereciam ajuda sem eu pedir, hoje, que realmente preciso, sumiram. Nunca imaginei passar por isso", desabafou.

 

A batalha é agravada pela falta de amparo institucional. Segundo Robert, duas perícias do INSS foram negadas no meio desse difícil processo. "Não recebo nada desde que quebrei a perna, já são um ano e nove meses. Alegaram que eu estava desassegurado. Meu último clube foi o Atlético em 2023, mas como não assinaram minha carteira, fiquei sem direito ao benefício."

 

Apesar do presente desafiador, Robert guarda no currículo uma trajetória vitoriosa. Além de ser símbolo do Carcará, defendeu Bahia de Feira, Juazeirense, Itabuna, Jacuipense, Vitória e Vitória da Conquista entre os principais clubes da Bahia. No total, foram 241 jogos e 83 gols na carreira.

 


Robert erguendo a taça do Campeonato Baiano pelo Atlético de Alagoinhas | Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas

 

O ex-artilheiro conquistou títulos importantes, como o Campeonato Baiano com o Atlético de Alagoinhas, a Copa Governador pelo Fluminense de Feira e a Série B do Baianão pelo Itabuna.

 

Hoje, no entanto, o artilheiro enfrenta uma partida muito mais dura do que qualquer clássico: a luta por saúde, dignidade e reconhecimento. Para bancar parte das injeções necessárias no tratamento, Robert organizou uma rifa. E deixa um apelo.

 

"Peço a ajuda de quem puder, de dirigentes como os presidentes de Vitória e Bahia, de jogadores e de qualquer pessoa que tenha condição de me apoiar. Preciso muito para seguir nesse tratamento e recuperar minha vida", concluiu.