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O ex-atacante Robert Mendes, maior artilheiro da história do Atlético de Alagoinhas, respondeu às declarações divulgadas pelo clube na última sexta-feira (12), em que a diretoria afirmou que o jogador não possuía vínculo contratual no momento em que sofreu o acidente que interrompeu sua carreira.
Na nota oficial, o Carcará lamentou a situação e destacou que o atleta não tinha contrato ativo em setembro de 2023, quando fraturou a perna. “Com relação à situação delicada que ele enfrenta atualmente em razão do acidente, é importante esclarecer que, no momento da lesão, Robert não possuía vínculo contratual com o Atlético de Alagoinhas. Além disso, o clube não foi procurado pelo atleta por meio das vias legais ou formais para qualquer tipo de solicitação de suporte, o atleta acabou optando por buscar outras alternativas que não as convencionais”, informou a diretoria.
Robert, por sua vez, utilizou as redes sociais para se posicionar. O ex-jogador afirmou que não disse ter contrato com o Atlético no momento do acidente, mas explicou que mencionou o clube por se tratar de sua última equipe antes da lesão.
“Gostaria de ressaltar que a menção ao nome do Atlético de Alagoinhas foi pelo não cumprimento da assinatura da carteira por ter sido o meu último clube em maio de 2023 antes do acidente. O meu acidente foi em dezembro de 2023 e se eu estivesse com a carteira assinada adequadamente teria os meus direitos assegurados pelo INSS quando realizei as perícias que deram indeferidas duas vezes por esse motivo. Em momento algum falei que eu tinha contrato com o clube quando aconteceu o acidente”, declarou.
Apesar da divergência, Robert destacou o carinho pelo time e pelos torcedores. “Gostaria também de ressaltar o meu respeito e carinho ao Atlético e a todos os torcedores que me trouxeram momentos inesquecíveis”, escreveu.
O ex-jogador também rebateu declaração de Albino, dirigente do clube, sobre suposta ausência de contato. “O senhor Albino está equivocado, pois procurei 3 vezes sim, e ‘generosamente’ me deu 3 camisas do clube para eu fazer uma rifa”, disse.
Ídolo do Atlético de Alagoinhas, Robert marcou 64 gols em 114 jogos pelo clube e conquistou um título do Campeonato Baiano. Atualmente, ele afirma contar com o apoio de familiares, amigos e profissionais de saúde, já que não possui fonte de renda desde o acidente.
Ídolo do Atlético de Alagoinhas e maior artilheiro da história do clube, com 64 gols em 114 partidas, o atacante Robert vive um momento que jamais pensou enfrentar. Aos 40 anos, o ex-jogador encara um drama pessoal e de saúde desde que fraturou a perna em setembro de 2023.
"Quebrei minha perna em 2023. Fiz cirurgia em janeiro de 2024, coloquei uma placa e oito parafusos. Mais dois quebraram em apenas cinco meses de tratamento. Depois de 11 meses, tive que refazer a cirurgia porque meu tornozelo calcificou fora do lugar", contou ao Bahia Notícias.
Sem emprego e sem renda desde o acidente, Robert se apoia em uma rede de familiares, amigos e profissionais da saúde que o impede de desistir.
"Quem me apoia hoje são minha mãe Arlene, meu pai Célio, minha irmã Jéssica, minha esposa Adriana, além dos fisioterapeutas e da clínica CIS, que estão me dando suporte. Se não fosse por eles, eu estaria numa situação muito pior", contou.
Robert Mendes é considerado um dos maiores ídolos da história do Carcará | Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas
Nos últimos 30 dias, uma nova figura surgiu em sua caminhada para a retomada da saúde: o médico Ivo Kitaoka. "Gostaria primeiramente de agradecer a Deus. Ele coloca pessoas generosas e capacitadas na nossa vida. O Dr. Ivo Kitaoka é uma dessas pessoas. Mesmo sem eu poder custear o tratamento no momento, ele começou a cuidar de mim. Fiz até uma rifa para tentar pagar uma parte, mas ele nunca me falou o preço. Só tenho gratidão por sua empatia e apoio", afirmou o ex-atacante.
Segundo Robert, o especialista apresentou três opções para o tornozelo lesionado: uma cirurgia para fixar os ossos e perder a mobilidade do pé; uma cirurgia com prótese; ou um tratamento menos invasivo, com injeções de ácido hialurônico, ozônio e células-tronco.
Robert realizando um dos seus tratamentos | Foto: Acervo Pessoal
"Por ainda ser novo, ele me sugeriu a terceira opção. E já iniciou o tratamento, mesmo sabendo que não tenho condições de pagar. Isso me dá esperança de voltar a andar sem dor."
Enquanto encontra solidariedade em pessoas comuns, Robert não esconde a mágoa com o esquecimento de dirigentes e autoridades, principalmente com o clube no qual é ídolo.
"Sobre o Atlético de Alagoinhas, um clube onde me identifiquei desde minha chegada à cidade, até hoje nunca me procuraram para me dar suporte. Fico triste, porque representei a cidade sendo o maior artilheiro da história, vice-campeão em 2020 e campeão em 2021 — um feito inédito. Mas hoje, o clube, vereadores, prefeitos e a própria prefeitura me deixaram cair no esquecimento."
Ele também lamenta a distância de antigos companheiros e dirigentes. "Muitos que me chamavam de ídolo e batiam nas minhas costas, hoje não atendem minhas ligações. Antigamente me ofereciam ajuda sem eu pedir, hoje, que realmente preciso, sumiram. Nunca imaginei passar por isso", desabafou.
A batalha é agravada pela falta de amparo institucional. Segundo Robert, duas perícias do INSS foram negadas no meio desse difícil processo. "Não recebo nada desde que quebrei a perna, já são um ano e nove meses. Alegaram que eu estava desassegurado. Meu último clube foi o Atlético em 2023, mas como não assinaram minha carteira, fiquei sem direito ao benefício."
Apesar do presente desafiador, Robert guarda no currículo uma trajetória vitoriosa. Além de ser símbolo do Carcará, defendeu Bahia de Feira, Juazeirense, Itabuna, Jacuipense, Vitória e Vitória da Conquista entre os principais clubes da Bahia. No total, foram 241 jogos e 83 gols na carreira.
Robert erguendo a taça do Campeonato Baiano pelo Atlético de Alagoinhas | Foto: Divulgação/Atlético de Alagoinhas
O ex-artilheiro conquistou títulos importantes, como o Campeonato Baiano com o Atlético de Alagoinhas, a Copa Governador pelo Fluminense de Feira e a Série B do Baianão pelo Itabuna.
Hoje, no entanto, o artilheiro enfrenta uma partida muito mais dura do que qualquer clássico: a luta por saúde, dignidade e reconhecimento. Para bancar parte das injeções necessárias no tratamento, Robert organizou uma rifa. E deixa um apelo.
"Peço a ajuda de quem puder, de dirigentes como os presidentes de Vitória e Bahia, de jogadores e de qualquer pessoa que tenha condição de me apoiar. Preciso muito para seguir nesse tratamento e recuperar minha vida", concluiu.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
João Roma
"Essa é uma suprema injustiça. Já estava sendo ventilada a todos e ninguém esperava diferente de personagens que ao invés de cumprir o seu papel de julgadores, têm sido personagens da política, justamente descumprindo o seu maior compromisso que é defender a Constituição".
Disse o ex-deputado federal e ex-ministro da Cidadania, João Roma, atualmente presidente estadual do PL ao comentar o impacto da condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo eleitoral e os planos da legenda para 2026 na Bahia.