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Marca Bahia Notícias

Notícia

Em meio a polêmicas, Masp abre pela primeira vez mostra só para maiores de 18 anos

Por Lucas Arraz

Foto: Divulgação

Reunindo 400 obras que discutem como as tentativas de reprimir o erotismo na arte e fora dela se transformam em violência, a mostra “História da Sexualidade” entra em cartaz nesta sexta-feira (20) no Museu de Arte de São Paulo (Masp) de uma forma inédita: esta é a primeira exposição da história do museu, inaugurado em 1947, que terá classificação indicativa para maiores de 18 anos. Isso significa que apenas maiores de idade poderão visitar a exposição e ver as obras de artistas como Francis Bacon e Picasso. 

 

A decisão de inaugurar a exposição com classificação indicativa foi tomada com base na orientação do departamento jurídico do museu, segundo informações do jornal Estado de S. Paulo. O parecer sobre o assunto permanece confidencial. Contudo, existe nesta decisão o peso da polêmica que envolveu o Museu de Arte Moderno de São Paulo (MAM-SP), alvo de protestos por causa da interação de uma criança com um performer nu (leia aqui), e o Santander de Porto Alegre, que suspendeu a exposição Queermuseu depois que grupos conservadores inconformados com o conteúdo da mostra ameaçaram depredar o espaço.


Maria Auxiliadora da Silva, Três mulheres, 1972 / Foto: Reprodução / "Histórias da Sexualidade"

 

“História da Sexualidade” compila todo tipo de prática sexual existente e inclui, na sua curadoria, uma das obras que esteve na mostra Queermuseu. A curadoria da exposição foi feita por quatro artistas que respondem pela mostra sob supervisão do diretor artístico do museu, Adriano Pedrosa. Entre as peças que retratam histórias fictícias e reais está uma estátua de bronze de uma menina belga que foi possivelmente uma prostituta aos 14 anos.

Com os casos do Queermuseu e do La Bête, as discussões sobre os limites na arte não saem de cena. Recentemente a classe artística nacional integrou um grupo que alinha os discursos contra o que chamam de “censura às artes” (leia aqui). Em âmbitos menores as dos cancelamentos de exposições, a Universidade de Fortaleza (Unifor) pediu, na tarde desta terça-feira (17), que a artista Simone Barreto retirasse seus desenhos que representavam corpos de mulheres nuas de uma exposição que ocupa os corredores da universidade.

 

Segundo a artista, a reitoria da instituição disse que a temática das obras não é um tema que a Universidade quer tratar e que era melhor ela virar a página do caderno de desenhos que estava exposto. “A minha obra é sobre o meu corpo, sobre desejo, sexualidade. Virar a página desse caderno é virar a página pro nosso corpo”, escreveu a estudante protestando contra o pedido da universidade. A Unifor recebe atualmente a exposição XIX Unifor Plástica. Com o tema “Uma constelação para Sérvulo Esmeraldo", a obra de Simone Barreto apareceu coberta no primeiro dia de exposição. Um protesto foi organizado no local, onde pessoas carregaram os desenhos de Simone nesta terça (17).

 

 

Na Bahia, o vereador Alexandre Aleluia (DEM) acionou o Ministério Público para investigar crime de incitação à pedofilia durante apresentação da performance "La Bête", que aconteceu em Salvador no Goethe Institut, localizado no bairro da Vitória (leia aqui). Em nota, o Goethe de Salvador declarou que “não poderia estar mais afastado de qualquer incitação erótica ou pornográfica” e que “a nudez, comunicada previamente ao público, é usada apenas como artifício teatral” na performance La Bête. 

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