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Marca Bahia Notícias

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‘Cultura no Brasil vem sendo criminalizada’, diz Duvivier após escândalo de fraudes na Rouanet

Artistas comentaram as fraudes na Lei Rouanet | Foto: Divulgação
Após deflagrada a operação “Boca Livre”, que constatou desvios de cerca de R$ 180 milhões de verbas captadas pela Lei Rouanet (clique aqui), artistas e produtores culturais comentaram as falhas e a criminalização da lei, em entrevista à Folha de S. Paulo. O ator e escritor Gregorio Duvivier lembrou que não só a cultura, mas as indústrias automobilísticas e bélicas também são incentivadas. “Pouca gente fala disso no Brasil. E os incentivos à cultura representam menos de 1% dos incentivos totais. E me incomoda que sejam justamente esses da cultura que incomodem a alguns setores. Claro, a cultura no Brasil vem sendo criminalizada”, afirma Duvivier. O também ator Fábio Porchat defendeu mudanças na Lei Rouanet, além de debates sobre a mesma. “É uma coisa que os artistas já vêm falando há muito tempo. A questão é que, quando entra para um debate popular, a maioria das pessoas não faz nem ideia de como funciona a lei. Acha que o governo dá o dinheiro na mão do cara, que o Tony Ramos pegou R$ 6 milhões para ele e foi embora”, argumenta Porchat, afirmando ainda que a cultura no Brasil vem sendo “criminalizada principalmente pelas igrejas evangélicas que não pagam imposto”. Flora Gil, produtora e mulher de Gilberto Gil falou dos escândalos no país destacando que “dessa vez, estão burlando a Rouanet, como aconteceu com a previdência, a saúde e o transporte. Precisamos esclarecer, investigar e punir”. O escritor Paulo Coelho também emitiu sua opinião: “Por mim, acabavam com a Lei Rouanet. É só rico ajudando rico. É necessária outra lei —a atual está cheia de vícios”, disse ele. O ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira também comentou sobre as fraudes expostas na operação da Polícia Federal (clique aqui). "Elas [as empresas investigadas] foram impedidas entre 2011 e 2013. [Em 2015] Já estava no TCU. O ministério não se relaciona com empresas que estão subjúdice", disse Juca, lembrando ainda que a proposta do Procultura, projeto que se propõe a corrigir incoerências da Lei Rouanet, foi encaminhado ao Congresso Nacional em 2010, aprovado pela Câmara em 2014, mas ainda aguarda votação no Senado. “Quanto mais rápido a gente aprovar, mais rápido nos livraremos dos mecanismos de distribuição de recursos com falhas na fiscalização”, afirma.

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