SUS não cobre tratamentos avançados do câncer e saída é pesquisa, avalia oncologista
Por Jade Coelho
Ao lamentar a oferta limitada de tratamentos oncológicos inovadores no Sistema Único de Saúde (SUS), a médica Clarissa Mathias, oncologista do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB) e recém empossada coordenadora do Comitê Internacional da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, defende o fomento à pesquisa no país e o potencial dos pesquisadores locais. “Os pesquisadores brasileiros sabem fazer pesquisa clínica, a gente tem um portfólio muito bacana e termos de auditorias e etc, então a gente precisa aproveitar isso, trazer mais pesquisas para o Brasil, com uma desburocratização dos órgãos como a Anvisa”, argumentou.
“Infelizmente o SUS obedece ao regime federal, você tem as alguns critérios e empecilhos e não consegue, na maioria das vezes, cobrir os tratamentos mais modernos, mais novos, por isso que a pesquisa é tão importante”, completou a médica, que ainda defendeu a pesquisa como uma “grande oportunidade” de oferecer a um paciente, principalmente àqueles que não têm uma saúde suplementar, o que tem de mais avançado naquele tratamento.
A especialista em oncologia ainda defendeu o tratamento humano e a necessidade dos médicos olharem para os pacientes “como um todo”, principalmente no tratamento do câncer. “Ser humano em tratar o paciente é uma coisa que você não precisa de recursos, não precisa de arsenais financeiros, tem como igualar as desigualdades dentro do tratamento humanizado”, argumentou a médica, ao defender que todas as pessoas merecem um tratamento humanizado. Confira a entrevista completa.