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Jaguarari: radialista deixa cidade após ameaça

Por (David Mendes)

 Foto: Divulgação


Clique na foto e ouça o áudio com as gravações das agressões ao radialista

O radialista Everton Carvalho Rocha, da Rádio Liderança FM, em Jaguarari, no norte baiano, deixou de apresentar o seu programa diário e abandonou o município, onde morava com a família, após ser ameaçado de morte. Segundo o comunicador, em entrevista ao Bahia Notícias nesta segunda-feira (30), durante a apresentação do Jornal do Meio Dia do último dia 20 de maio, o presidente da Câmara de Vereadores, Lourival Almeida Sandes (PSDB), conhecido como Louri da Barrinha, invadiu o estúdio armado e o agrediu com tapas, socos e empurrões. “Ele me ameaçou dizendo que isso não ficaria assim e que eu tomasse cuidado com a vida, que ele me mostraria o que seria um homem”, relatou. A agressão, cometida após críticas do profissional ao chefe do legislativo municipal, foi registrada na 19ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin), na cidade vizinha de Senhor do Bonfim. No dia seguinte, segundo Rocha, o chefe da Guarda Municipal, conhecido como Admilson da Guarda, primo de Louri da Barrinha, o ameaçou de morte caso voltasse a criticar seu parente. “Ele confirmou que não era só uma ameaça, que iria me derrubar e que estava preparando a emboscada junto com Moura (irmão de Louri)”, disse. Ainda segundo o radialista, até a comunicadora, que passou a apresentar o Jornal Meio Dia, foi ameaçada. “Durante a apresentação, ela recebeu um telefonema dizendo para deixar o local de trabalho, porque, se não, iriam fazer com que ela engolisse o microfone e o celular”, denunciou. Outro radialista, Geraldo Santos, também prestou queixa após receber uma ligação com ameaças de morte contra ele e o seu filho, caso não deixasse de apresentar o programa. “Na ligação eles disseram que já tinham informações até da escola em que estudava o jovem”, revelou. 

 

Foto: Herbert 007

De acordo com o radialista, clima de terror e insegurança está instalado na cidade

AMEAÇAS - Além das ameaças aos apresentadores da Rádio Liderança FM, em Jaguarari, o prédio da emissora foi alvo de atentados criminosos no dia 29 de abril, como consta no termo de declaração redigido pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Senhor do Bonfim, no último dia 24. Os invasores teriam serrado os portões e incendiado a sala que abrigava os transmissores, danificados pelas chamas. Eles ainda teriam arrancado 84 parafusos da base de sustentação da torre de transmissão. “Foi um milagre ela não ter vindo abaixo”, contou o radialista e sócio-proprietário, Everton Carvalho Rocha, que foi ameaçado de morte, após fazer críticas ao presidente da Câmara de Vereadores, Lourival Almeida Sandes (PSDB). De acordo com ele, testemunhas relataram que pessoas ligadas a Louri de Barrinha foram vistas no local. “Algumas pessoas viram três homens deixarem o prédio após o atentado. Um deles, inclusive, seria um dos agentes da Guarda Civil Municipal que tem uma deficiência na perna. Ele é capenga”, contou. Rocha, que está em Salvador, tenta uma audiência com o secretário estadual da Segurança Pública (SSP), Maurício Teles Barbosa, para solicitar ao chefe da pasta providências junto às Polícias Civil e Militar do município para que garantam a integridade física dele, de sua família e dos funcionários. Ele também pretende retornar com a programação da Liderança FM. “Já foram cinco atentados e ninguém toma uma providência. Todas as autoridades têm consciência que todos do grupo só andam armados pela cidade, mas não tomam providências. O clima de terror e insegurança está instalado na cidade e pedimos que as autoridades resolvam. Se eu estiver me excedendo, que entrem na Justiça, peçam o direito de resposta”, desabafou.

Prefeitura embargou obra de construção de um muro ao redor da emissora

ATENTADOS -  Após os supostos atentados criminosos à Rádio Liderança FM, no dia 29 de abril deste ano, a direção da emissora decidiu construir um muro em volta do prédio, mas teve a obra proibida pela prefeitura de Jaguarari, sob a alegação de que o terreno onde está instalada seria área pública. Mas, de acordo com o radialista Everton Rocha, que pretende entrar na Justiça para ter o direito de realizar a construção, a área é privada e pertence à empresa. Em março deste ano, a Justiça Eleitoral proibiu empresa de divulgar informações sobre uma ação de impugnação de mandato, por compra de votos, contra o prefeito Antônio Ferreira do Nascimento (PT). A notificação do juiz Adrianno Sandes, da 179ª Zona Eleitoral, determinou que o profissional e os outros locutores deixassem de veicular o andamento de um processo contra o gestor, que o acusa que tramita sob segredo de Justiça. “Se era segredo, por que não foi guardado? Se a informação vazou, nós não temos a obrigação de guardar. A população precisa tomar conhecimento. Isso é censura”, criticou.

 

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