Alvo de operação da PF que apreendeu R$ 430 mil em espécie, líder do PL declarou R$ 5 mil à Justiça Eleitoral
Por Redação
O líder do PL na Câmara, deputado federal Sóstenes Cavalcanti, declarou um patrimônio de R$ 4.926,76 à Justiça Eleitoral quando disputou as eleições de 2022. Nesta sexta-feira (19), o parlamentar foi alvo de uma busca e apreensão realizada pela Polícia Federal (PF), que localizou R$ 430 mil em espécie dentro de um saco preto, num endereço ligado ao bolsonarista.
Os quase R$ 5 mil declarados pelo deputado, na época, os valores foram associados em saldos em contas correntes no Brasil.
.png)
No entanto, em 2018, quando disputava a reeleição à Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcanti, declarou um patrimônio de R$ 134.689,48. Na ocasião, a quantia era referente a um veículo Hyundai Tucson 2011, avaliado em R$ 122 mil, e o valor restante foi distribuído em saldos bancários.
Nesta sexta, Sóstenes argumentou que os R$ 430 mil em espécie foi referente a venda de um imóvel em Minas Gerais, na semana passada, que o comprador quis lhe pagar em dinheiro e que não depositou o a verba ainda por causa "dessa correria de trabalho".
"Acabei não fazendo depósito, mas faria. Inclusive, parte dele, eu tenho pensando em fazer outros negócios e tudo, acabei não fazendo o depósito", respondeu. "O imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem origem, então não tenho nada a temer."
O deputado disse ainda que o imóvel está declarado em seu Imposto de Renda e que, posteriormente, poderia divulgar os documentos. Ele não esclareceu se o patrimônio estava registrado em seu nome ou no nome de algum familiar e tampouco soube precisar a data de compra.
De início, ele respondeu a jornalistas que adquiriu o imóvel em 2020, mas o bem não aparece na declaração enviada por ele à Justiça Eleitoral na eleição de 2022. Depois, ele se corrigiu, e disse que a compra se deu após a eleição.
"É que eu não sei a data certa. [...] Eu não lembro a data da compra e da venda. Eu tenho que passar isso a vocês, oportunamente eu passarei, ok?", declarou.
OPERAÇÃO
A investigação que embasa a operação da PF contra os deputados federais Sóstenes Cavalcante e Carlos Jordy (PL-RJ) identificou movimentações financeiras que somam R$ 27 milhões sem identificação da origem dos recursos. Os dados envolvem diversos investigados, entre eles um assessor de Jordy e um assessor do PL.
As informações constam em documento expedido pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da autorização para o cumprimento de mandados de busca e apreensão. Segundo o relatório, foram identificadas movimentações consideradas elevadas em contas vinculadas a pessoas relacionadas aos investigados.
Entre os casos citados está o de Adailton Oliveira Santos, assessor do PL, que teria movimentado mais de R$ 11 milhões. Outro nome mencionado é Itamar de Souza Santana, assessor do deputado Carlos Jordy, com movimentação próxima a R$ 6 milhões no período entre 2023 e 2024.
