Forças Armadas do Benin anunciam tentativa de Golpe de Estado, mas são contidos pela cúpula militar
Por Redação
As Forças Armadas do Benin frustraram, na manhã deste domingo (7), uma tentativa de golpe de Estado contra o governo do presidente Patrice Talon, segundo anunciou o ministro do Interior, Alassane Seidou. De acordo com ele, um “pequeno grupo de soldados” iniciou um motim com objetivo de “desestabilizar o Estado e suas instituições”, mas foi contido pela cúpula militar, que permaneceu leal ao governo.
O episódio ganhou proporções maiores quando oito militares apareceram na televisão estatal afirmando que um comitê liderado pelo coronel Pascal Tigri havia assumido o poder, dissolvido as instituições, suspendido a Constituição e fechado fronteiras aéreas, terrestres e marítimas. O grupo se apresentou como Comitê Militar para a Refundação.
“O Exército se compromete solenemente a dar ao povo beninense a esperança de uma nova era”, declarou um dos militares no pronunciamento.
Após o anúncio, o sinal da TV e da rádio públicas foi cortado e tiros foram ouvidos em Cotonou, maior cidade do país, inclusive nas proximidades da residência presidencial. A embaixada da França confirmou disparos na região e orientou seus cidadãos a permanecerem em casa.
O governo não divulgou, até o momento, informações oficiais sobre o paradeiro de Patrice Talon, que está no poder desde 2016 e já havia anunciado que deixaria o cargo em abril, após as próximas eleições presidenciais.
O Benin, que teve diversos golpes após sua independência em 1960, vivia um período de estabilidade política desde 1991, após o fim dos 20 anos de governo do marxista-leninista Mathieu Kérékou.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) condenou o levante militar. Em nota, afirmou que apoiará o governo e o povo beninense “em todas as formas necessárias para defender a Constituição e a integridade territorial do país”.
