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Flávio Bolsonaro reclama de regras para visitar pai preso: "apenas 30 minutos de conversa"

Por Redação

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O senador Flávio Bolsonaro (PL), que assumiu o papel de porta-voz do ex-presidente Jair Bolsonaro após sua prisão preventiva no último sábado (22), criticou veementemente as condições de visita autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em publicações nas redes sociais, o senador afirmou que o tempo de 30 minutos e a proibição de aparelhos eletrônicos são "crueldades" impostas ao pai, que está detido na Superintendência da Polícia Federal.

 

Em despacho emitido neste domingo (23), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou a visita de Flávio e de seus irmãos, Carlos e Jair Renan, porém, estabelecendo que a duração seria de até 30 minutos por visita, com apenas um filho por vez, 

 

Moraes baseou sua decisão em uma portaria da Polícia Federal que disciplina visitas a detentos, limitando-as a terças e quintas-feiras, das 9h às 11h, com 30 minutos de duração e um limite de dois familiares por dia. "As crueldades não têm limites. Apenas 30 minutos de conversa. Esse tipo de limitação é uma faca no peito para um pai e para um filho. Mas vamos superar", escreveu o senador.

 

Durante coletiva de imprensa na sede do PL, após reunião de emergência, Flávio argumentou que o tempo é insuficiente para "ver com os próprios olhos" a saúde do pai e receber "quaisquer orientações que sejam importantes". O senador reforçou o pedido de recondução do ex-presidente para a prisão domiciliar, alegando que a saúde dele está fragilizada.

 

A defesa e a família de Bolsonaro insistem na tese de que o ex-presidente estava em surto no momento em que tentou danificar a tornozeleira eletrônica, o que foi o estopim para a decretação de sua custódia.

 

Em audiência de custódia no domingo, Bolsonaro confirmou ter ingerido medicamentos como sertralina e pregabalina, fato que foi corroborado por sua equipe médica. Flávio Bolsonaro utilizou essa informação para rebater a decisão do ministro. "Quando vem o laudo médico comprovando quais remédios ele tinha tomado, Alexandre de Moraes vira um negacionista da ciência", afirmou o senador. Apesar dos argumentos da defesa, o ministro Moraes negou a recondução para prisão domiciliar.

 

Paralelamente à defesa de Bolsonaro, dirigentes e parlamentares do PL se reuniram para traçar uma nova estratégia política no Congresso, centrada na anistia para os condenados e investigados pelos atos de 8 de Janeiro.

 

A oposição acertou que o "objetivo único" agora é apoiar a tramitação do projeto que trata da redução de penas — relatado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP) — e, em seguida, tentar alterá-lo em Plenário para ressuscitar a anistia total. O projeto de redução de penas alcançaria inclusive Bolsonaro, cuja pena de 27 anos e três meses poderia ser diminuída em pelo menos sete anos.

 

Essa movimentação representa uma mudança na postura do PL, que até a semana passada defendia publicamente apenas a anistia ampla. O novo caminho é visto por parte da bancada como uma forma de garantir uma reação política imediata à prisão e abrir margem de negociação com o Centrão.

 

Contudo, a estratégia tem poucas chances de prosperar. Líderes de partidos do Centrão afirmam que não há ambiente político para votar qualquer proposta relacionada ao 8 de Janeiro. O presidente da Câmara, Hugo Motta, só deve pautar a matéria se houver consenso, algo que tem faltado nas últimas semanas, mantendo o assunto travado na Casa.

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