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Presidente da Câmara rompe com líder do PT e agrava tensão com o governo Lula

Por Redação

Foto: Lula Marques/Agência Brasil | Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou à Folha que rompeu com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). "Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias", declarou, confirmando o aumento do desgaste na já instável relação do Governo Lula (PT) com o Congresso Nacional. 

 

O tensionamento entre os dois políticos acentua os atritos num momento em que o Palácio do Planalto enfrenta ruídos também com o Senado. De acordo com líderes da Casa próximos a Motta, a relação entre os dois, agora, será meramente institucional.

 

Nos últimos meses, o grupo de Motta se queixava da atuação de Lindbergh, acusando-o de se exaltar nas discussões e buscar desgastar a imagem da Câmara junto à opinião pública. A cúpula da Casa critica o comportamento do deputado nas reuniões semanais, afirmando que ele atua como se fosse líder do governo, quando deveria responder apenas pela bancada do PT. O petista é um dos parlamentares mais atuantes na defesa do Executivo e de suas pautas, utilizando redes sociais e a tribuna para a disputa política.

 

O desgaste na relação foi acentuado pela discussão do projeto de lei antifacção, aprovado na Câmara na semana passada. Integrantes da cúpula da Casa queixam-se, sob reserva, da atuação do governo e de seus ministros na tramitação da matéria, acusando-os de incentivar ataques ao Legislativo e disseminar "narrativas" sobre o conteúdo do texto. 

 

A contrariedade do Planalto aumentou após Motta escolher como relator o deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de Tarcísio de Freitas, potencial adversário de Lula em 2026. O relator promoveu mudanças no texto criticadas pelo governo federal, que orientou o voto contra a proposta e acabou derrotado.

 

Um cardeal do Centrão, bloco majoritário, diz que o clima entre os parlamentares e o Planalto é "muito ruim", citando acordos não cumpridos do Executivo, seja na redistribuição de cargos, na baixa execução orçamentária ou em relação às matérias em discussão na Casa. Aliados de Motta negam um rompimento com Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), mas confirmam que a relação do presidente da Câmara com a ministra também foi abalada. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), é apontado como um nome que atua para distensionar essa relação.

 

Esse novo atrito na Câmara, Casa que já derrubou decretos e impediu o avanço de MPs do governo, ocorre em um momento de ruído também na relação do governo com o Senado. A indicação de Jorge Messias para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) gerou forte contrariedade na cúpula da Casa. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), pautou uma "pauta-bomba" horas após o anúncio e afirmou a interlocutores que trabalhará contra a indicação do atual chefe da AGU.

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