Galípolo diz que Brasil “faz muito pouco” por inclusão e cobra avanço em diversidade
Por Redação
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (17) que o Brasil ainda faz menos do que o necessário para promover inclusão e representatividade. A declaração ocorreu durante o Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial 2025, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Galípolo destacou iniciativas internas da própria instituição, como a adoção de critérios de diversidade nos concursos públicos e a criação, em junho deste ano, do primeiro grupo interdepartamental dedicado a discutir políticas de inclusão. Ele também lembrou que o BC só teve seu primeiro diretor negro em 2023, o atual diretor de Fiscalização, Ailton Aquino dos Santos.
“Minha sensação é que a gente fez muito pouco. Todos nós estamos fazendo muito pouco perante aquilo que precisa ser feito para avançar na agenda de inclusão”, declarou.
O presidente do BC também revisitou a formação histórica do país, relacionando-a ao processo de escravização destinado a atender interesses econômicos europeus. Ele ressaltou que entre 35% e 40% das pessoas escravizadas retiradas à força do continente africano foram trazidas para o Brasil.
“(O povo brasileiro) não surgiu como um povo que cresceu a partir de si mesmo. Ele nasce, a partir da visão da Europa, como extensão de um sistema econômico que atendia demandas de outra sociedade. O Brasil foi destino de 35% a 40% dos seres humanos escravizados da África, gente vista como fator de produção, não como parte da sociedade, não como ser humano”, afirmou.
