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Prefeito de João Pessoa é alvo de investigação da PF por suposta ligação com facção criminosa durante eleições de 2024

Por Redação

Foto: Divulgação

O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena Filho (PP), passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) em inquérito supervisionado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB). A apuração, autorizada pelo juiz-relator Bruno Teixeira de Paiva, investiga a suposta participação do gestor em um esquema de corrupção eleitoral e administrativa ligado à facção criminosa “Nova Okaida” (OKD) durante as eleições municipais de 2024.

 

As investigações tiveram origem na Operação Território Livre, deflagrada pela PF em setembro do ano passado, e apontam uma possível rede de influência entre grupos criminosos e o processo eleitoral na capital paraibana. Segundo a apuração, a facção teria oferecido apoio político e controle territorial em troca de cargos públicos e outros benefícios administrativos.

 

Em setembro deste ano, o Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou a primeira-dama Maria Lauremília Assis de Lucena e outras nove pessoas por suposta corrupção eleitoral e ligação com o grupo criminoso. O MPE e o Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) apontam que a primeira-dama teria atuado como “principal articuladora política” do prefeito nas tratativas com a facção.

 

De acordo com o inquérito, Cícero Lucena, então candidato à reeleição pela chapa “João Pessoa no Caminho Certo”, teria sido o principal beneficiário político do esquema, obtendo 258.727 votos (63,91% dos válidos). As investigações indicam que, embora o prefeito evitasse contato direto com membros da facção, ele acompanhava as negociações conduzidas pela esposa e controlava nomeações decorrentes dos acordos.

 

O conjunto de provas inclui comunicações interceptadas e documentos apreendidos na residência oficial do prefeito. Segundo a PF, há indícios de que Lucena seria o “mandante e verdadeiro autor intelectual” das ações criminosas. Os fatos investigados podem configurar organização criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais, como coação e corrupção de eleitores.

 

Apesar dos indícios, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) avalia que ainda não há provas suficientes para oferecer denúncia formal. No despacho que autoriza a abertura do inquérito, o juiz Bruno Teixeira de Paiva reconhece que “os diálogos apresentados permanecem na esfera do indiciário”, mas afirma que os elementos “autorizam a continuidade das investigações”. O magistrado determinou ainda o desmembramento do inquérito, enviando os demais investigados — sem foro privilegiado — à Justiça Eleitoral de 1º grau.

 

Em nota, a defesa de Cícero Lucena e da primeira-dama afirmou que não há denúncia, acusação formal ou decisão judicial que relacione o casal a organizações criminosas. O comunicado destaca que o inquérito instaurado pelo TRE-PB tem caráter “preliminar, sem juízo de valor sobre responsabilidade penal ou eleitoral” e que não há imputação de crime nem indício concreto envolvendo o prefeito ou a esposa.

 

A defesa também lembrou que, em decisão de 11 de setembro de 2025, o próprio TRE-PB reconheceu que Cícero Lucena não figurava como investigado no processo vinculado à Operação Livre Arbítrio, e reiterou que o prefeito tem colaborado com as autoridades competentes, mantendo postura de transparência e respeito institucional.

 

“Reafirmamos plena confiança na Justiça e na pronta elucidação dos fatos, com o reconhecimento da inexistência de qualquer participação de Cícero Lucena e Maria Lauremília Lucena em práticas ilícitas”, conclui a nota.

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