Campanha da CEPIA em Salvador defende direitos reprodutivos e combate aborto inseguro
Por Redação
A organização Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (CEPIA) realiza em Salvador, nos dias 4 e 5 de novembro, mais uma etapa da campanha nacional em defesa dos direitos reprodutivos das mulheres. A ação tem foco no combate ao aborto inseguro e na ampliação do acesso ao procedimento seguro e legal no Brasil.
Em Salvador, a iniciativa contará com projeções de imagens em espaços públicos, intervenções artísticas e distribuição de materiais educativos, combinando arte e ativismo para estimular a reflexão sobre o tema.
O movimento também reforça a necessidade de discutir os impactos do racismo e da desigualdade social no acesso à saúde. Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontam que mulheres negras têm 46% mais chances de recorrer a abortos inseguros, índice agravado por fatores socioeconômicos. A Pesquisa Nacional de Aborto (2021) indica ainda que o risco é maior entre mulheres negras, indígenas e de baixa escolaridade.
A coordenadora da CEPIA, Jacqueline Pitanguy, destaca que a campanha busca garantir o direito das mulheres de decidirem sobre seus corpos.
“A nossa luta é por direitos humanos. A arte e o ativismo são pontes essenciais para transformar consciências e promover mudanças reais na sociedade, especialmente para aquelas em situação de vulnerabilidade”, afirma.
Já Leila Barsted, também coordenadora da entidade, reforça o papel das ações públicas no fortalecimento da mobilização social:
“Este momento em Salvador reforça nossa luta, com intervenções urbanas e diálogos que buscam sensibilidade e justiça, especialmente às mulheres negras e periféricas, que carregam ainda mais o peso dessas desigualdades.”
