Prefeito nos EUA enfrenta processo judicial por estátuas católicas de R$ 4,5 milhões em prédio público; entenda
Por Redação
O prefeito de Quincy, em Massachusetts, Thomas Koch, enfrenta uma ação judicial e críticas de moradores após decidir instalar duas estátuas de santos católicos no novo prédio de segurança pública da cidade. O projeto, orçado em US$ 850 mil (aproximadamente R$ 4,5 milhões), utiliza recursos de impostos pagos pelos contribuintes.
A decisão provocou reação imediata de residentes, que alegam violação do princípio de separação entre Igreja e Estado e questionam a aplicação de dinheiro público para finalidades religiosas. Em maio, um grupo de cidadãos entrou com um processo contra o prefeito. Na semana passada, o juiz William F. Sullivan concedeu uma liminar que impede, por enquanto, a instalação das esculturas de São Miguel e Santo André.
Em sua defesa, o prefeito Koch argumentou que as figuras transcendem uma específica tradição religiosa. "Essas figuras vão além de qualquer tradição religiosa e há muito tempo são adotadas por socorristas ao redor do mundo como símbolos de coragem e proteção", declarou Koch ao Washington Post. A iniciativa, segundo ele, recebeu apoio dos sindicatos de policiais e bombeiros.
Em contraponto, o juiz Sullivan avaliou que a localização das estátuas em um espaço público pode transmitir uma mensagem de endosso religioso. "A colocação de duas estátuas aparentemente adequadas a uma casa de culto, na fachada externa de um prédio de segurança pública, ofuscando pontos de acesso público, indica que o efeito principal provavelmente transmitirá uma mensagem religiosa", registrou o magistrado, de acordo com a emissora WGBH.
O novo edifício de 11.100 metros quadrados, em construção desde 2017, vai concentrar os departamentos de bombeiros, polícia, operações de emergência e tecnologia, com previsão de inauguração para o outono deste ano. Enquanto a liminar permanece em vigor, as esculturas ficarão retidas na Itália, onde foram produzidas pelo escultor Sergey Eylanbekov. A prefeitura tem um prazo de 30 dias para recorrer da decisão, e as partes envolvidas ainda poderão apresentar suas alegações antes do julgamento final.
As informações são do O Globo.
