Ataques de Israel no sul do Líbano matam duas pessoas após cessar-fogo em Gaza, diz governo Libanês
Por Redação
Dois ataques realizados por Israel no sul do Líbano durante a noite de sexta-feira (10) para sábado (11) deixaram duas pessoas mortas e ao menos sete feridas, segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde do Líbano. As ofensivas ocorreram nas regiões de Al-Msayleh e Burj Qalaouiyah, áreas próximas à fronteira com Israel, já conhecidas por confrontos anteriores entre o Exército israelense e o grupo libanês Hezbollah.
Em comunicado, o presidente do Líbano, Joseph Aoun, condenou os ataques, classificando-os como uma “hedionda agressão israelense contra instalações civis”. O mandatário também destacou que a ofensiva acontece em um momento delicado, após o recente acordo de cessar-fogo em Gaza. “A gravidade deste último ataque reside no fato de que ele ocorre após o cessar-fogo em Gaza. Não há justificativa nem pretexto para tal violência”, afirmou.
O Exército de Israel confirmou o ataque em Al-Msayleh, afirmando que desmantelou uma infraestrutura do Hezbollah utilizada para reconstrução de posições estratégicas do grupo na região. Segundo comunicado oficial, “máquinas de engenharia estavam sendo usadas para restabelecer infraestrutura terrorista no local”.
No entanto, as Forças de Defesa de Israel não comentaram o segundo ataque, ocorrido contra um carro na cidade de Burj Qalaouiyah, onde as vítimas fatais foram registradas.
A região de Al-Msayleh também chama atenção por abrigar a residência de Nabih Berri, presidente do Parlamento libanês e aliado histórico do Hezbollah. Até o momento, não há relatos de que ele tenha sido atingido ou estivesse no local no momento do ataque.
O grupo Hezbollah, classificado como organização terrorista por Israel, EUA e União Europeia, respondeu às ofensivas, alegando que os ataques são parte de uma estratégia sistemática contra civis e infraestrutura econômica. Em nota, a organização acusou Tel Aviv de tentar “impedir o retorno das pessoas à vida normal” e cobrou do governo libanês uma postura mais firme diante da escalada.
Os confrontos entre Israel e o Hezbollah voltaram a se intensificar após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixaram mais de 1.200 mortos no sul de Israel. No dia seguinte, o Hezbollah se juntou ao conflito em apoio ao grupo palestino, iniciando uma série de confrontos na fronteira entre Israel e Líbano.
Desde então, a região tem enfrentado bombardeios, ataques com drones e trocas de artilharia, apesar de tentativas pontuais de cessar-fogo. Ao longo do último ano, o Exército israelense intensificou suas operações, bombardeando alvos no sul do Líbano e destruindo equipamentos estratégicos do Hezbollah, inclusive utilizando tecnologia para neutralizar sistemas de comunicação do grupo.
O Ministério da Saúde libanês estima que mais de 4.000 pessoas tenham morrido nos ataques israelenses ao sul do país desde o início do conflito, incluindo mais de 300 crianças.