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COP30 poderá gerar R$ 3,3 milhões para agricultores familiares

Por Redação

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Pelo menos 80 organizações e cerca de 8 mil famílias de agricultores familiares no Pará estão aptas a fornecer alimentos para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-30), que será realizada em novembro, em Belém. 

 

O mapeamento, feito pelos institutos Regenera e Fronteiras do Desenvolvimento, identificou produtores capazes de atender ao edital publicado pela Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), que prevê que ao menos 30% dos ingredientes servidos no evento venham da agricultura familiar, da agroecologia e de comunidades tradicionais.

 

Segundo o levantamento, a compra de insumos para a conferência poderá injetar cerca de R$ 3,3 milhões na economia local, valor equivalente a quase 80% do orçamento anual do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) destinado ao município de Belém.

 

Maurício Alcântara, cofundador do Instituto Regenera, explicou que a seleção levou em conta critérios como regularização no Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF), capacidade de emissão de notas fiscais e cumprimento de normas sanitárias. Ele destacou que a diversidade da produção no estado é ampla e que a inclusão desses produtores no fornecimento de alimentos para a COP representa um marco.

 

No país, são 3,9 milhões de propriedades de agricultura familiar, responsáveis por 67% das ocupações no campo e 23% do valor bruto da produção agropecuária. A atividade emprega 10,1 milhões de pessoas, com maior concentração no Nordeste (46,6%), seguido por Sudeste (16,5%), Sul (16%), Norte (15,4%) e Centro-Oeste (5,5%).

 

Entre os grupos mapeados está o Grupo para Consumo Agroecológico (Gruca), formado por 25 famílias de produtores na região metropolitana de Belém. Um dos integrantes, o agricultor urbano Noel Gonzaga, cultiva alimentos variados como macaxeira, abóbora, feijão, milho, açaí e o ariá, conhecido como “batata amazônica”, em risco de desaparecer do consumo regional.

 

Além de fornecer para a COP, Gonzaga comercializa sua produção pelo Gruca e para o ponto de cultura alimentar Iacitata, que foi selecionado como restaurante oficial do evento. Ele ressalta que a base agroecológica garante alimentos saudáveis para consumo próprio e para os consumidores.

 

Um dos produtos que deve ganhar destaque é o açaí, inicialmente vetado no edital por risco de contaminação, mas liberado após revisão. A colheita coincidirá com o período da conferência. “Em novembro já vai estar mais para o fim da safra, mas vai ter muito açaí, com certeza”, disse Gonzaga.

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